Literatura Russa
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Maksim Gorki [Максим Горький]

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Mensagem por Franz 29th setembro 2012, 2:08 pm

Percebi a inexistência de um tópico sobre Gorki.


Maksim Gorki [Максим Горький] Gorki
Máximo Gorki (Максим Горький), pseudônimo de Aleksei Maksimovich Peshkov (em russo: Алексей Максимович Пешков; Nijni Nóvgorod, 28 de março de 1868 – Moscovo, 18 de junho de 1936), foi um escritor, romancista, dramaturgo, contista e ativista político russo. Gorki foi escritor de escola naturalista que formou uma espécie de ponte entre as gerações de Tchekhov e Tolstoi, e a nova geração de escritores soviéticos.

Gorki nasceu em um meio social pobre, em Nizhny Novgorod, cidade que em 1932 passou a se chamar Gorki por ordem de Stalin. O nome da cidade foi revertido para o nome original em 1991. Órfão de pai foi criado pelo avô materno que era tintureiro. Em 1878 quando sua mãe faleceu teve que deixar a casa do avô para ir trabalhar. Foi sapateiro, desenhista, lavador de pratos num navio que percorria o Volga, onde teve contato com alguns livros emprestados pelo cozinheiro, o que acabou despertando sua consciência política.

Em 1883, com apenas 15 anos, publica dois romances, Romá Gordieiev e Os Três; aos 16 anos, muda-se para Kazan, onde tenta cursar gratuitamente a universidade, porém, não consegue e, frustrado, vai trabalhar como vigia num teatro para sobreviver. Mais tarde torna-se pescador no mar Cáspio e vendedor de frutas em Astrakan. Como a situação não melhorava, decide ir em busca de melhores oportunidades, e viaja para Odessa com um grupo de marginais nômades que iam de cidade em cidade à procura de emprego. Assim, ele exerce várias profissões, sofre com a miséria, a fome e o frio. Aos 19 anos volta a morar em Kazan, onde, desesperado com a situação e sem vontade de continuar vivendo, tenta o suicídio com um tiro, o qual atinge um dos pulmões, mas sobrevive e para piorar mais a situação, adquire tuberculose. Mas essa experiência fatídica resultará anos depois em dois escritos: Um incidente na vida de Makar, escrito em 1892, e, Como aprendi a escrever, publicado, muito mais tarde, em 1912.

A partir da frustrada tentativa contra sua vida, engaja-se na vida política, lê Marx e segue os passos de Lênin. Em 1890 é preso em Nijni-Nóvgorod, acusado de exercer atividades subversivas; pouco tempo depois, foi posto em liberdade e volta a viajar sem destino acompanhado de indigentes miseráveis. Publica seu primeiro conto em 1892, intitulado Makar Tchudra, e, para desviar a atenção das autoridades, que o vigiavam, adota o pseudônimo Máximo Gorki. Logo a seguir, Gorki aderiu novamente ao marxismo e militou em inúmeros grupos revolucionários, o que lhe resultou em mais uma temporada na prisão.

Após sair da prisão em 1901, começa a escrever para teatro, escreve Pequenos Burgueses, peça teatral, a qual, segundo críticos atuais, se Gorki escrevesse hoje, não mudaria uma única palavra. O texto foi concebido em 1900, quando ainda se encontrava preso, e Gorki trabalhou algum tempo na peça, até que ela atingisse uma forma satisfatória. Na verdade, a peça não segue uma linha de ação única, mas é antes um mosaico de situações e personagens representativas da vida russa da época. As personagens de Pequenos Burgueses vivem num meio mesquinho, revelando-se quase sempre impotentes para vencer as barreiras desse meio. A impotência, em vários níveis, é o único elemento comum a todas elas. Cada um por seus motivos não consegue romper o asfixiante círculo familiar. A peça mostra o conflito entre os membros de uma família de comerciantes, dominada pela figura do pai autoritário que reprime os impulsos do filho intelectual e da filha deprimida. O único insurgente é o filho adotivo, o ferroviário Nill, que Gorki elege como uma espécie de operário do ano, isto é, um herói que vai conduzir a Rússia à revolução.

Wikipédia (com adaptações).

Gorki pode não figurar entre os maiores escritores russos (haja vista sua militância e sua visão idealizada do operário e do camponês - do que resulta, às vezes, em alguma falta de profundidade em certos personagens), mas ainda é digno de ser lido e analisado. O primeiro volume de sua trilogia autobiográfica "Infância", ainda é dos livros que mais me emocionaram. Talvez a semelhança com o Seu Madruga nas fotos da maturidade seja um dos motivos da minha simpatia para com ele.

"Sonho de uma noite de Natal" um conto de Gorki, pode ser lido nesse endereço:
http://www.gargantadaserpente.com/coral/contos/mg_sonho.shtml
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Mensagem por Jabá 29th setembro 2012, 5:16 pm

Maksim Gorki [Максим Горький] Infancia

Infância é a primeira parte de uma trilogia autobiográfica do autor, que sob a pele do garotinho Aleksei narra os tristes fatos do início de sua vida, começando pela morte do pai, seguindo com o abandono da mãe, a violência do avô, a desestruturação do ambiente familiar capitaneado principalmente pelos tios ambiciosos, além da miséria proporcionada pela vida em cidadezinhas sujas, geladas e sufocantes.
O único elo com um pouco de paz é proporcionado pela atenção dispensada pela avó, que o trata como um filho, contando ao garoto velhas lendas russas que o acompanha durante grande parte da obra.
A narrativa do autor é primorosa, rica em detalhes e repleta de uma tristeza onde ao mesmo tempo é possível perceber que os fatos narrados são carregados de beleza e poesia, com belas passagens e certa ternura com a qual o autor imprime esses fatos no livro, gerando um desconcertante paradoxo.
O livro proporciona fortes emoções em fatos inesquecíveis como a primeira surra de Aleksei, a ida à escola, o suicídio de um dos tios, a volta e a morte da mãe, dentre uma série de outros fatos vistos sob a perspectiva do garoto, fazendo com que o leitor associe esses fatos aos grandes temas da literatura russa.
Apesar de Górki ter sido odiado por muitos intelectuais da época por sua associação com a revolução de 1917 e posteriormente com o Stalinismo, gerando uma espécie de repressão intelectual onde seu estilo passou a ser um padrão da literatura, causando assim um “engessamento” dessa arte, com essa obra, o autor, mesmo depois de consagrado, traduziu nesse livro a alma russa com um trecho inesquecível:
“Muito mais tarde, compreendi que os russos, em razão da indigência e da penúria de sua vida, em geral adoram distrair-se com a própria desgraça, brincam com ela como crianças e raramente se envergonham de ser infelizes.”
Clássico indispensável para qualquer amante da literatura.
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Mensagem por Becco 29th setembro 2012, 5:31 pm

Só li esse e gostei.

Maksim Gorki [Максим Горький] OS_DEGENERADOS_1292194553P

Não tem mesmo a profundidade psicológica nem a maestria de um Tchekhov, mas vale a leitura.

Tenho o Infância, que será o próximo a ser lido.
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Mensagem por tiago 29th setembro 2012, 7:56 pm

Já disse aqui que não gostei do que li.
Um deles é Mãe, que é basicamente um romance panfletário cujo objetivo é provar que os revolucionários são moralmente superiores. Acho que só o Dostoievski consegue fazer algo do tipo brilhantemente (apesar que a tese dele é o contrário).
O outro é Pequenos Burgueses, que não tem como descrever de outra forma outra que um Três Irmãs/Jardim das cerejeiras sem a menor classe.
Mas estaria disposto a dar uma chance se algum livro dele não martelar a ideologia tão estupidamente. Quero dizer, não importo de ter um olhar pesado pro social, ou uma mensagem esquerdista, mas que ele faça de uma forma não-escrota.
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Mensagem por lavoura 29th setembro 2012, 11:44 pm

Já vi bastante gente dizendo que só a trilogia infância, ganhando meu pão e minhas faculdades que prestam. O resto o pessoal geralmente diz que é bem normal.
Bom tenho infância para ler e também o ganhando meu pão.
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Mensagem por Becco 30th setembro 2012, 9:40 am

tpnocera escreveu:Já disse aqui que não gostei do que li.
Um deles é Mãe, que é basicamente um romance panfletário cujo objetivo é provar que os revolucionários são moralmente superiores. Acho que só o Dostoievski consegue fazer algo do tipo brilhantemente (apesar que a tese dele é o contrário).
O outro é Pequenos Burgueses, que não tem como descrever de outra forma outra que um Três Irmãs/Jardim das cerejeiras sem a menor classe.
Mas estaria disposto a dar uma chance se algum livro dele não martelar a ideologia tão estupidamente. Quero dizer, não importo de ter um olhar pesado pro social, ou uma mensagem esquerdista, mas que ele faça de uma forma não-escrota.

Eu tenho A Mãe e Pequenos Burgueses e nunca comecei a ler justamente por que eles cheiram a panfletagem mesmo.
É como as primeiras obras do Jorge Amado, que não se sustentam por causa do libelo político que são na verdade.

Há modos melhores de se fazer uma obra dita "social"; na verdade, acho que toda obra que fala sobre o homem com talento, profundidade e crueza acaba sendo social mesmo que não queira.
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Mensagem por Franz 30th setembro 2012, 10:53 am

Lorenzo Becco escreveu:Há modos melhores de se fazer uma obra dita "social"; na verdade, acho que toda obra que fala sobre o homem com talento, profundidade e crueza acaba sendo social mesmo que não queira.
Penso da mesma forma. Inclusive, se me permitem citar um trecho da entrevista de Guimarães Rosa à Günter Lorenz:

- Ontem, quando escritores participantes deste Congresso(1) debatiam sobre a política em geral e o compromisso político do escritor, você, João Guimarães Rosa, político, diplomata e escritor brasileiro, abandonou a sala. Embora sua saída não tenha sido demonstrativa, pela expressão de seu rosto e pelas observações que fez, podia-se deduzir que o tema em questão não era de seu agrado.

É verdade; agi daquela forma porque o tema não me agradava. E para que nos entendamos bem, digo-lhe que não abandonei a sala em sinal de protesto contra o fato de estarem discutindo política. Não foi absolutamente um ato de protesto. Saí simplesmente porque achei monótono. Se alguém interpreta isto com um protesto, nada posso fazer. Embora eu veja o escritor como um homem que assume uma grande responsabilidade, creio entretanto que não deveria se ocupar de política; não desta forma de política. Sua missão é muito mais importante: é o próprio homem. Por isso a política nos toma um tempo valioso. Quando os escritores levam a sério seu compromisso, a política se torna supérflua. Além disso, eu sou escritor, e se você quiser, também diplomata; político nunca fui.

Entrevista completa: http://www.tirodeletra.com.br/entrevistas/GuimaraesRosa-1965.htm
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Mensagem por Becco 30th setembro 2012, 11:11 am

Não cite Guimarães Rosa, que eu me apaixono. Maksim Gorki [Максим Горький] Herz

Brincadeiras à parte, tava pensando mesmo nessa entrevista do Rosa quando escrevi.
Melhor entrevista de todos os tempos, aliás.
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Mensagem por Jabá 1st outubro 2012, 7:45 am

O que percebo é que sempre que algum escritor enfia suas convicções pessoais com o intuito de "catequizar" o leitor acaba resultando em merda. Como exemplo o já citado Jorge Amado e o final de A morte de Ivan Ilitch.
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Mensagem por César 1st outubro 2012, 10:48 am

Vale a pena perguntar: — há quanto tempo não aparece uma obra-prima? Queremos uma Guerra e paz, um Proust do nosso tempo e, no teatro, alguém que possa ser proclamado um Shakespeare ou, menos, um Ibsen do nosso tempo. Não há nada parecido e um paralelo que se tentasse seria humilhante para todos nós. A Rússia tem uma literatura inferior à do Paraguai. Partiu de Tolstoi, Dostoievski, Gogol, Pushkin, para o zero. Poderão perguntar: — “E O don silencioso?''. Este não vale e explico: — quando veio a revolução comunista, o autor de O don silencioso era um espírito formado ainda no regime czarista. Também Gorki, inferior, bem inferior aos grandes escritores anteriores à revolução, era outro inteiramente realizado antes de 17.

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Mensagem por Becco 1st outubro 2012, 10:56 am

Vejo esse Don Silencioso pra vender no sebo, sempre penso em comprar, mas sempre desisto.
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Mensagem por tiago 1st outubro 2012, 11:00 am

Se for um de capa azul, aviso que é só o primeiro volume (o livro tem 4), mas a edição não dá nenhuma indicação disso.
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Mensagem por Franz 9th novembro 2012, 6:46 pm

Jabá escreveu:O que percebo é que sempre que algum escritor enfia suas convicções pessoais com o intuito de "catequizar" o leitor acaba resultando em merda. Como exemplo o já citado Jorge Amado e o final de A morte de Ivan Ilitch.
Convenhamos que Jorge Amado se redimiu um pouco em suas últimas obras. Achei A morte de Ivan Ilitch uma das, quiçá a melhor, novelas que já li.
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Mensagem por Karenina 4th dezembro 2012, 1:55 pm

Mesmo que A mãe seja panfletário, acho o livro deveras encantador. A relação da mãe com o filho e a do filho no agrupamento social que pertence são muito bem apresentadas e mostram de fato o vigor e o entusiasmo com as demandas políticas...

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Mensagem por Oric 20th dezembro 2012, 10:36 am

Li 4 livros curtos do Gorki esse ano, mas vou começar pelo que li primeiro, que deve ter sido ano passado:

A Mãe Concordo com a crítica dos colegas de fórum e também (se me permitem) com o elogio da Karenina. Principalmente no começo do livro eu estava muito empolgado com a forma que os personagens estavam sendo construídos e a história se desenvolvia. Porém acho que esse livro seria melhor se fosse menor. A segunda metade me pareceu muito mais panfletária de uma maneira ruim, isto é, mal construída. Daí se torna cansativo e enjoativo. Esse ano li a versão que o Brecht fez da obra para o teatro e achei sensacional! Um dos raros casos em que uma adaptação supera bastante o original. Não teve enrolação, manteve a essência crítica da obra de uma forma inteligente e inclusive foi além em alguns diálogos.

Daí esse ano li três peças do Gorki que encontrei na biblioteca: Pequenos Burgueses, Os Inimigos, Os Últimos. Bem, nem tenho muito a comentar, visto que não me impactou tanto. As peças possuem seus momentos, alguns bons diálogos, mas nada sensacional. Valeu muito pelos prefácios do Boris Schnaiderman contextualizando a obra e mostrando a importância que tiveram no teatro por inspirarem, justamente... Brecht. E para mim, que gosto tanto do autor, só isso foi extremamente válido.

Por fim peguei o outro livro que tinha na biblioteca: Lênin: biografia, cartas e escritos. Gostei desse. Impressionante como a prosa do Gorki fica mais interessante na narrativa de memórias. Isso me motivou a comprar a famosa trilogia autobiográfica, que é uma meta de leitura para o ano que vem. Por sinal, gostei da tua resenha do primeiro volume, Jabá. Irá ler os outros?

Em tempo: sem querer criar polêmica, mas não concordo com a citação do Nelson Rodrigues. Fica parecendo que a revolução de 1917 veio da noite para o dia e só vale considerar o que veio depois dali... A União Soviética, no começo, teve um grande boom artístico: Gorki na prosa, Maiakovski na poesia, Meyerhold no teatro e Eisenstein no cinema. Já vi citações de grandes compositores e pintores também, mas é algo que ainda desconheço bastante. De todo modo, não é algo que vale desmerecer por terem sido criados no czarismo, visto que todos citados acima foram criados no ambiente revolucionário que perpassou a Rússia desde a Revolução de 1905. Mas sim, com a ascensão do stalinismo e a grande censura que veio dali muito se perdeu no país, inclusive nas artes.



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