Roberto Bolaño
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Re: Roberto Bolaño
Vocês falam de Bolaño como se ele fosse o maior autor do século.
Mat- Guerra e Paz
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Re: Roberto Bolaño
Mateus, você também fala do Pychon como se ele fosse o maior autor do século. Nem um nem outro, enfim.
Re: Roberto Bolaño
Mat escreveu:Vocês falam de Bolaño como se ele fosse o maior autor do século.
e não é? do século XXI ao menos é. Só com o 2666 chega nesse posto.
RafaelS- Ana Karenina
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Re: Roberto Bolaño
E num adianta julgar o Bolaño pelas obras menores (de tamanho). Só da pra pegar a real dimensão da parada lendo os calhamaços.
RafaelS- Ana Karenina
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Re: Roberto Bolaño
Ok, não vamos discutir isso
Mat- Guerra e Paz
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Re: Roberto Bolaño
Aqui num é lugar de discussão?
O que tu leu do B.?
O que tu leu do B.?
RafaelS- Ana Karenina
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Re: Roberto Bolaño
Mas falando sério, num sou de dizer "autor do século", mas com certeza ele está ali naquele upper tier.
RafaelS- Ana Karenina
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Re: Roberto Bolaño
Eu acho ele bom, Rafael. Mas acho que é um tipo de autor que vai ficar no lado b do cânone quando passar a moda.
Li 2666, Pista de gelo, Amuleto [que gosto pra caralho], Monsier Pain e Putas assassinas.
Li 2666, Pista de gelo, Amuleto [que gosto pra caralho], Monsier Pain e Putas assassinas.
Mat- Guerra e Paz
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Re: Roberto Bolaño
Entendo. É, bem, ok.
Tenho uns amigos que pensam coisas parecidas, apostam eles no DFW (nem falo do Pynchon pois é outra geração, assim como DeLillo e companhia).
Tenho uns amigos que pensam coisas parecidas, apostam eles no DFW (nem falo do Pynchon pois é outra geração, assim como DeLillo e companhia).
RafaelS- Ana Karenina
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Re: Roberto Bolaño
Mas acho que a obra do Pynchon tem uma densidade que a do Bolano nem sonha em ter. Cê não acha?
Mat- Guerra e Paz
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Re: Roberto Bolaño
Eu acho ele um dos melhores do século XXI. Junto com o Marías, Pynchon, McCarthy , DFW e SEBALD!
Sei que tem uns outros ai que parecem ser bons, mas não li nada deles ainda.
Sei que tem uns outros ai que parecem ser bons, mas não li nada deles ainda.
lavoura- Guerra e Paz
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Re: Roberto Bolaño
Mat escreveu:Mas acho que a obra do Pynchon tem uma densidade que a do Bolano nem sonha em ter. Cê não acha?
Elabora aí que num entendi o que você quer dizer com isso.
RafaelS- Ana Karenina
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Re: Roberto Bolaño
RafaelS escreveu:Mat escreveu:Mas acho que a obra do Pynchon tem uma densidade que a do Bolano nem sonha em ter. Cê não acha?
Elabora aí que num entendi o que você quer dizer com isso.
Acho que ele se refere ao volume de papel. Só assim os livros do Pynchon se tornam mais densos que qualquer coisa.
Jabá- Guerra e Paz
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Re: Roberto Bolaño
RafaelS escreveu:Mat escreveu:Mas acho que a obra do Pynchon tem uma densidade que a do Bolano nem sonha em ter. Cê não acha?
Elabora aí que num entendi o que você quer dizer com isso.
Bolaño é um bom escritor, mas eu acho que ele guarda algo de "juvenil" em sua prosa e em como aborda alguns temas e até na escolha desses temas.
Acho que em Pynchon existe uma complexidade maior em como ele obsessivamente vê conspirações por todos os lados envolvendo coisas como paranormalidade, poderio bélico, paranoia coletiva, política, cultura de massa, matemática, física e todas aquelas outras coisas que ele aborda.
Não to querendo dizer quem é o melhor, mas são escritores diferentes nesses pontos.
Mat- Guerra e Paz
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Re: Roberto Bolaño
Nossa cara, alhos e bugalhos nada tem a ver um com o outro.
Nem os temas tratados pelos os dois são parecidos. Talvez essa "algo de adolescente" seja pelos personagens meio marginalizados por opção deles mesmo, tipo um rebelde sem causa.
No Pynchon pode-se dizer a mesma coisa, que os livros deles tem um quê de infantil que até parece um desenho animado.
Acho os dois fodas.
Nem os temas tratados pelos os dois são parecidos. Talvez essa "algo de adolescente" seja pelos personagens meio marginalizados por opção deles mesmo, tipo um rebelde sem causa.
No Pynchon pode-se dizer a mesma coisa, que os livros deles tem um quê de infantil que até parece um desenho animado.
Acho os dois fodas.
lavoura- Guerra e Paz
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Re: Roberto Bolaño
Concordo com o Lavoura. Alhos e bugalhos. Não acho que eles "competem". Certamente os dois andam juntos por produzirem romances cheios de gorduras (mas isso eu não reclamo, adoro gordura de picanha, fica mais gostoso).
E quanto a juvenilidade do Bolaño acho que há sim um que rocambolesco nas suas tramas mas vejo isso totalmente como mérito. Sobre questão de complexidade se isso fosse fator pra indicar densidade (ficar criando cada vez mais e mais e mais camadas) o Pynchon automaticamente assumiria o posto de maior autor de todos os tempos (ok, há outros enciclopédicos, sobre isso ver http://www.columbia.edu/~em36/EncyclopedicNarrative.pdf). O Bolaño nem tenta ir por essas ondas, por isso acho difícil. Por outro lado o Bolaño é dos poucos autores que conseguem criar um mundo onde cada uma das partes tem uma relativo desenvolvimento (uma spotlight, digamos) e que consegue manusear essas partes para formar um mundo (mundo sempre incompleto e meio bambo, como o mundo de verdade, obviamente). Isso fica muito claro para mim quando você pega a obra conjunta do Bolaño e começa a ver que talvez ela possa ser vista também como um grande mundo cheio que vai se articulando, se contradizendo, se complementando etc.
Enfim, pensando bem eu até acho que eles podem ser aproximados, mas é uma deceiving proximity.
Enfim, tou com o Lavoura: Os dois são fodas.
E quanto a juvenilidade do Bolaño acho que há sim um que rocambolesco nas suas tramas mas vejo isso totalmente como mérito. Sobre questão de complexidade se isso fosse fator pra indicar densidade (ficar criando cada vez mais e mais e mais camadas) o Pynchon automaticamente assumiria o posto de maior autor de todos os tempos (ok, há outros enciclopédicos, sobre isso ver http://www.columbia.edu/~em36/EncyclopedicNarrative.pdf). O Bolaño nem tenta ir por essas ondas, por isso acho difícil. Por outro lado o Bolaño é dos poucos autores que conseguem criar um mundo onde cada uma das partes tem uma relativo desenvolvimento (uma spotlight, digamos) e que consegue manusear essas partes para formar um mundo (mundo sempre incompleto e meio bambo, como o mundo de verdade, obviamente). Isso fica muito claro para mim quando você pega a obra conjunta do Bolaño e começa a ver que talvez ela possa ser vista também como um grande mundo cheio que vai se articulando, se contradizendo, se complementando etc.
Enfim, pensando bem eu até acho que eles podem ser aproximados, mas é uma deceiving proximity.
Enfim, tou com o Lavoura: Os dois são fodas.
RafaelS- Ana Karenina
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Re: Roberto Bolaño
Gente, por que vocês sempre ficam nessa de "não dá pra comparar"? Assim, eu não to comparando Bolaño com Pynchon [apesar de achar que existem possibilidades], só mencionei isso porque César falou de Pynchon na página anterior e eu acho sim que seus livros são mais "alucinados" e apresentam outras novidades no plano narrativo que os do Bolaño. Não acho que há uma competição, ok? Gosto do chileno também, acho que ele escreve bem e consegue criar histórias tocantes.
Mat- Guerra e Paz
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Re: Roberto Bolaño
Acho que dá pra comparar sim mas eu também acho que tem que pensar na hora de fazer comparações, tem que explicar, explicitar, num dá pra fazer de sopetão (supetão?), falar que um é mais denso que o outro é possível mas apenas como ponto de partida, tem que elaborar (sem contar que na própria questão densidade x superfície seria possível se posicionar no lado da superfície). Tu num pode pegar um Goethe e um Vila-Matas e dizer que o VM é melhor pois tem mais consciência do meio da literatura, que isso gera uma densidade. (tou exagerando aqui). Acho que o esforço comparativo vai, tem que ir nesse sentido de ir demarcar as diferenças os realces que cada autor dá e certas aproximações, preservando as diferenças. Agora dizer que um autor é melhor que o outro depende acho que de fatores não objetivos, parece depender muito mais daquilo que é valorizado por quem lê etc.
Eu num sei se estou certo mas eu vou numa regrinha (acho que é do T. S. Eliot ou do Valéry) que diz que devemos julgar um autor pelo que ele tentou fazer e não pelo que ele não fez. Óbvio que isso é simples e os problemas são muito maiores, mas enfim. Num dá pra escrever um tratado de crítica aqui heeheh.
Eu num sei se estou certo mas eu vou numa regrinha (acho que é do T. S. Eliot ou do Valéry) que diz que devemos julgar um autor pelo que ele tentou fazer e não pelo que ele não fez. Óbvio que isso é simples e os problemas são muito maiores, mas enfim. Num dá pra escrever um tratado de crítica aqui heeheh.
Última edição por RafaelS em 20th abril 2013, 7:23 am, editado 1 vez(es)
RafaelS- Ana Karenina
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Re: Roberto Bolaño
Rafael, concordo plenamente com você, não dá pra ser displicente nesses aspectos, mas aqui não é a academia, né? hahaha Foi só um post. Mas, é claro, essas coisas precisam ser explicadas!
Exato.
Exato. [Minha questão em preferir Pynchon é subjetiva, nunca neguei isso]
Exato. Quem sabe um dia eu desenvolvo isso em algum trabalho! haha [Mas acho difícil, não penso em trabalhar com Bolaño em estudos futuros]
RafaelS escreveu:Acho que dá pra comparar sim mas eu também acho que tem que pensar na hora de fazer comparações, tem que explicar, explicitar, num dá pra fazer de sopetão (supetão?), falar que um é mais denso que o outro é possível mas apenas como ponto de partida, tem que elaborar (sem contar que na própria questão densidade x superfície seria possível se posicionar no lado da superfície).
Exato.
RafaelS escreveu:Tu num pode pegar um Goethe e um Vila-Matas e dizer que o VM é melhor pois tem mais consciência do meio da literatura, que isso gera uma densidade. (tou exagerando aqui). Acho que o esforço comparativo vai, tem que ir nesse sentido de ir demarcar as diferenças os realces que cada autor dá e certas aproximações, preservando as diferenças. Agora dizer que um autor é melhor que o outro depende acho que de fatores não objetivos, parece depender muito mais daquilo que é valorizado por quem lê etc.
Exato. [Minha questão em preferir Pynchon é subjetiva, nunca neguei isso]
RafaelS escreveu:Num dá pra escrever um tratado de crítica aqui heeheh.
Exato. Quem sabe um dia eu desenvolvo isso em algum trabalho! haha [Mas acho difícil, não penso em trabalhar com Bolaño em estudos futuros]
Mat- Guerra e Paz
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Re: Roberto Bolaño
Pior que quando li Detetives Selvagens vi uma vaga semelhança no fato dos personagens estarem procurando algo que nem sabiam muito se existia ou realmente o que era. Mas no final não tem muito a ver, e muito disso pq
- Spoiler:
- eles encontram a resposta no final
tiago- Crime e Castigo
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Re: Roberto Bolaño
tiago escreveu:Pior que quando li Detetives Selvagens vi uma vaga semelhança no fato dos personagens estarem procurando algo que nem sabiam muito se existia ou realmente o que era. Mas no final não tem muito a ver, e muito disso pq, mas as idéias estão meio distantes mesmo.
- Spoiler:
eles encontram a resposta no final
Eu acho que eles guardam algo em comum pela urbanidade na prosa e o foda-se pra academia, mas, sei lá, ainda acho o Pynchon mais cerebral, talvez.
Mat- Guerra e Paz
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Re: Roberto Bolaño
Também acho o Pynchon mais inovador, talvez inovador não seja a palavra certa e sim experimentalista. Só li um de seus romances(O arco-íris da gravidade) mas nele realmente o Pynchon cria um mundo absurdo, cheio de conspirações com tramas e sub-tramas.Situações inusitadas, ora cômicas ora grotescas e uma prosa insana bombardeada de informações.
O Bolaño já escrevia sobre coisas diferentes, percebe-se muito metaliteratura em seus livros. Histórias com "começo meio e fim" .
Oque o tiago relacionou é bem verdade, apesar das diferenças de conclusões, parece que os personagens de ambos os autores procuram por algo durante o livro. Sei lá se procuram se situar no mundo ou entender.
O Bolaño já escrevia sobre coisas diferentes, percebe-se muito metaliteratura em seus livros. Histórias com "começo meio e fim" .
Oque o tiago relacionou é bem verdade, apesar das diferenças de conclusões, parece que os personagens de ambos os autores procuram por algo durante o livro. Sei lá se procuram se situar no mundo ou entender.
lavoura- Guerra e Paz
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Re: Roberto Bolaño
tiago escreveu:Li O Terceiro Reich, difícil entender pq o Bolaño não quis publicar. Interessante que aqui ele em vez de usar a literatura (que está lá, mas mais em segundo plano), ele usa wargames, jogos de estratégia de tabuleiro que recriam batalhas reais (por uma entrevista, parece que ele próprio era um praticante), como obsessão do personagem principal, que de certa forma o afasta do mundo, ou afasta das questões morais do mundo, ao menos.
Há algumas questões estilísticas aqui, o livro é escrito e em forma de diário, mas o tom dele vai mudando de um tom mais direto, jornalístico, para ligeiramente mais literário conforme a integridade psíquica do personagem vai se desintegrando.
ps: sim, a ricardo eletro entregou o pedido DEPOIS que eu já o tinha cancelado
Faltam 30 páginas para terminar a leitura, realmente é bem legal o livro e destoa dos outros Bolaños que já li. A alteração nos títulos dos capítulos finais demonstra o desiquilíbrio mental em que o Udo se encontra.
Incrível como sempre os personagens do Bolaño conseguem se envolver com personagens marginais, mesmo estando de férias e sendo de um nerd jogador de war games como o Udo
lavoura- Guerra e Paz
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Re: Roberto Bolaño
Hoje Bolaño completaria 60 anos:
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Re: Roberto Bolaño
Roubando o link que o Becco postou no facebook:
http://www.revistadacultura.com.br/revistadacultura/detalhe/13-05-02/Ainda_um_outsider.aspx
http://www.revistadacultura.com.br/revistadacultura/detalhe/13-05-02/Ainda_um_outsider.aspx
lavoura- Guerra e Paz
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