Clarice Lispector
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Clarice Lispector
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tmanfrini- Guerra e Paz
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Re: Clarice Lispector
Quero muito ler "Perto do coração selvagem". Dela só li "A hora da estrela" e uns contos aqui e ali.
ps: gosto bem mais dela que da Virginia Woolf.
ps: gosto bem mais dela que da Virginia Woolf.
Mat- Guerra e Paz
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Re: Clarice Lispector
Não consigo pesar assim... Você precisa urgentemente ler Perto do Coração Selvagem! É bem outra Clarice Lispector, em relação à Hora da Estrela.Mat escreveu:Quero muito ler "Perto do coração selvagem". Dela só li "A hora da estrela" e uns contos aqui e ali.
ps: gosto bem mais dela que da Virginia Woolf.
tmanfrini- Guerra e Paz
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Re: Clarice Lispector
tmanfrini escreveu:Não consigo pesar assim... Você precisa urgentemente ler Perto do Coração Selvagem! É bem outra Clarice Lispector, em relação à Hora da Estrela.Mat escreveu:Quero muito ler "Perto do coração selvagem". Dela só li "A hora da estrela" e uns contos aqui e ali.
ps: gosto bem mais dela que da Virginia Woolf.
Uhum, imagino. Já li uns trechos e sempre tive a impressão que é um livro muito bom [é o primeiro dela né?]
Lembro que passei o olho numa cena em que a personagem está numa banheira e mergulha em uns pensamentos... Achei um texto bastante maduro.
Mat- Guerra e Paz
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Re: Clarice Lispector
Sim, o primeiro.
Concordo, bastante maduro.
Concordo, bastante maduro.
tmanfrini- Guerra e Paz
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Re: Clarice Lispector
Vc leu a bio do Moser?
Mat- Guerra e Paz
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Re: Clarice Lispector
Não. Recomenda?Mat escreveu:Vc leu a bio do Moser?
tmanfrini- Guerra e Paz
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Re: Clarice Lispector
César escreveu:A bio dela do Moser deixa a obra dela melhor, se é que isso é possível.
Li a biografia ano passado [não resisto a uma biografia de escritor volumosa e bem escrita] e concordo com o César.
Sempre tive uma relação amor/ódio com a obra da Clarice.
Dou mais detalhes depois, que estou atrasado, mas, pra começo de discussão, acho que ela se sai muito melhor no conto [e na crônica] do que no romance.
Última edição por Lorenzo Becco em 8th dezembro 2011, 8:45 am, editado 1 vez(es)
Re: Clarice Lispector
Quer dizer que não gosta de Perto do Coração Selvagem?!Lorenzo Becco escreveu:César escreveu:A bio dela do Moser deixa a obra dela melhor, se é que isso é possível.
Li a biografia ano passado [não resisto a uma biografia de escritor volumosa e bem escrita] e concordo com o César.
Sempre tive uma relação amor/ódio com a obra da Clarice.
Dou mais detalhes depois, que estou atrasado, mas, pra começo de discussão, acho que ela se sai muito melhor no conto [e na crônica] do que no romance.
tmanfrini- Guerra e Paz
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Re: Clarice Lispector
Gosto, gosto muito. Dos romances, acho que, junto com A Hora da Estrela, é o que eu mais gosto.
Acho que ele tem uma pureza e, ao mesmo tempo, uma inteligência, vivacidade e sagacidade ímpares.
Acho inclusive que a fusão temporal nesse romance é mais bem resolvida que a da Virginia Woolf.
Gosto muito do personagem do professor e de sua relação com Joana.
Ainda acho incrível ter sido escrito por uma estreante.
Por isso que eu digo que Guimarães Rosa e Clarice Lispector não surgiram na Literatura Brasileira, eles explodiram.
Não tiveram duas fases, como Machado; desde a obra de estreia, já eram completamente eles mesmos!
Acho que ele tem uma pureza e, ao mesmo tempo, uma inteligência, vivacidade e sagacidade ímpares.
Acho inclusive que a fusão temporal nesse romance é mais bem resolvida que a da Virginia Woolf.
Gosto muito do personagem do professor e de sua relação com Joana.
Ainda acho incrível ter sido escrito por uma estreante.
Por isso que eu digo que Guimarães Rosa e Clarice Lispector não surgiram na Literatura Brasileira, eles explodiram.
Não tiveram duas fases, como Machado; desde a obra de estreia, já eram completamente eles mesmos!
Re: Clarice Lispector
Continuo sem entender muito bem a predileção pelos contos - Aliás, algum predileto em si ou apanhado a destacar? Que eu torno a mencionar Onde Estivestes de Noite.Lorenzo Becco escreveu:Gosto, gosto muito. Dos romances, acho que, junto com A Hora da Estrela, é o que eu mais gosto.
Acho que ele tem uma pureza e, ao mesmo tempo, uma inteligência, vivacidade e sagacidade ímpares.
Acho inclusive que a fusão temporal nesse romance é mais bem resolvida que a da Virginia Woolf.
Gosto muito do personagem do professor e de sua relação com Joana.
Ainda acho incrível ter sido escrito por uma estreante.
Por isso que eu digo que Guimarães Rosa e Clarice Lispector não surgiram na Literatura Brasileira, eles explodiram.
Não tiveram duas fases, como Machado; desde a obra de estreia, já eram completamente eles mesmos!
tmanfrini- Guerra e Paz
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Re: Clarice Lispector
Bem, quanto aos contos, talvez o formato meio que obrigue a Clarice a se conter, a não cometer certos, digamos, exageros que ela, vez ou outra, faz nos romances.
Ela tem contos que beiram ou atingem a perfeição, em que cada vírgula e palavra estão no lugar certo e não poder ser tirados do lugar.
Tirando certas experimentações, como o "O ovo ou a galinha" [que nem mesmo ela entendia], os contos de Clarice têm a dose certa de poesia, linguagem metafórica, enredo, doçura e sofrimento.
Não são pérolas, são verdadeiros diamantes. Não brutos, muito bem lapidados pela autora.
Dos livros de contos, esses 4 são nada menos do que espetaculares [com destaque para os contos de A Via-Crúcis Do Corpo, que Clarice fez por encomenda, tendo a sexualidade como tema]!
Muitos desses contos surgiram do trabalho diário como cronista.
E, falando em crônicas, pra quem quer a sua pequena dose diária de Clarice, recomendo esse volume, que é grosso, mas muito leve:
Para um iniciante, recomendaria o Clarice na Cabeceira que é uma seleção de seus melhores contos, escolhidos por artistas das mais diversas áreas. Um livro lindo.
Enquanto estava lendo a biografia do Moser [que puta trabalho de pesquisa e interpretação!], tentei ler as obras conforme ele as vai comentando [por que ele analisa todos os livros dela], mas não consegui por que levo muito tempo pra ler um romance da Clarice, o que não acontece com os contos.
O nível de dissolução da narrativa, às vezes, é muito grande nos romances.
Passam-se dezenas de páginas e, realmente, muito pouco acontece, os personagens pouco avançam.
Não que eu não goste de um bom fluxo de consciência e tal, mas, como eu disse, acho que, às vezes, ela exagera, chegando a extremos como Água-Viva, que é mais um poema em versos livres do que propriamente um romance.
Li esses três um depois do outro:
O primeiro já comentei. O segundo é muito bom, a protagonista é claramente ela e a narrativa já é mais dispersa, mas nem tanto [a descrição do porre que ela toma numa festa é ótima].
Já A Cidade Sitiada me fez adiar o projeto. É um livro menor que O Lustre, mas me tomou muito mais tempo pra ler.
O livro é basicamente uma alegoria, como os do Saramago, mas cuja fábula/enredo é frágil demais para sustentá-la.
Vai ver é por que eu já estava meio saturado da escrita dela [Clarice deve ser lida em doses homeopáticas], mas eu não gostei tanto.
Na faculdade, eu li A Hora da Estrela e também acho uma obra-prima.
Já A Paixão Segundo G. H. [pra mim é George Harrison ] sempre me meteu um pouco de medo, por causa daquela advertência do começo, que você só deve ler o livro se for maduro o suficiente para tanto.
Bem, naquela época eu tentei e consegui chegar só até a metade. Vai ver não era maduro mesmo.
Nunca mais tentei; acho que só o farei quando tiver lido tudo dela e só faltar esse.
Um que eu recomendo muito é o livro dela de correspondências, em que se vê muito do que a mulher Clarice realmente era e as paixões que ela despertava:
Quanto ao meu conto predileto, é "Felicidade Clandestina" por que eu tenho uma história muito pessoal com ele, que eu posso contar se você quiser ouvir.
Ela tem contos que beiram ou atingem a perfeição, em que cada vírgula e palavra estão no lugar certo e não poder ser tirados do lugar.
Tirando certas experimentações, como o "O ovo ou a galinha" [que nem mesmo ela entendia], os contos de Clarice têm a dose certa de poesia, linguagem metafórica, enredo, doçura e sofrimento.
Não são pérolas, são verdadeiros diamantes. Não brutos, muito bem lapidados pela autora.
Dos livros de contos, esses 4 são nada menos do que espetaculares [com destaque para os contos de A Via-Crúcis Do Corpo, que Clarice fez por encomenda, tendo a sexualidade como tema]!
Muitos desses contos surgiram do trabalho diário como cronista.
E, falando em crônicas, pra quem quer a sua pequena dose diária de Clarice, recomendo esse volume, que é grosso, mas muito leve:
Para um iniciante, recomendaria o Clarice na Cabeceira que é uma seleção de seus melhores contos, escolhidos por artistas das mais diversas áreas. Um livro lindo.
Enquanto estava lendo a biografia do Moser [que puta trabalho de pesquisa e interpretação!], tentei ler as obras conforme ele as vai comentando [por que ele analisa todos os livros dela], mas não consegui por que levo muito tempo pra ler um romance da Clarice, o que não acontece com os contos.
O nível de dissolução da narrativa, às vezes, é muito grande nos romances.
Passam-se dezenas de páginas e, realmente, muito pouco acontece, os personagens pouco avançam.
Não que eu não goste de um bom fluxo de consciência e tal, mas, como eu disse, acho que, às vezes, ela exagera, chegando a extremos como Água-Viva, que é mais um poema em versos livres do que propriamente um romance.
Li esses três um depois do outro:
O primeiro já comentei. O segundo é muito bom, a protagonista é claramente ela e a narrativa já é mais dispersa, mas nem tanto [a descrição do porre que ela toma numa festa é ótima].
Já A Cidade Sitiada me fez adiar o projeto. É um livro menor que O Lustre, mas me tomou muito mais tempo pra ler.
O livro é basicamente uma alegoria, como os do Saramago, mas cuja fábula/enredo é frágil demais para sustentá-la.
Vai ver é por que eu já estava meio saturado da escrita dela [Clarice deve ser lida em doses homeopáticas], mas eu não gostei tanto.
Na faculdade, eu li A Hora da Estrela e também acho uma obra-prima.
Já A Paixão Segundo G. H. [pra mim é George Harrison ] sempre me meteu um pouco de medo, por causa daquela advertência do começo, que você só deve ler o livro se for maduro o suficiente para tanto.
Bem, naquela época eu tentei e consegui chegar só até a metade. Vai ver não era maduro mesmo.
Nunca mais tentei; acho que só o farei quando tiver lido tudo dela e só faltar esse.
Um que eu recomendo muito é o livro dela de correspondências, em que se vê muito do que a mulher Clarice realmente era e as paixões que ela despertava:
Quanto ao meu conto predileto, é "Felicidade Clandestina" por que eu tenho uma história muito pessoal com ele, que eu posso contar se você quiser ouvir.
Re: Clarice Lispector
Preciso dar uma chance para Clarice. Confesso que li A Hora da Estrela e não me agradou, mas isso tem tempo.
Gourmet- A Senhoria
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Re: Clarice Lispector
Leia Clarice na cabeceira ou A via-crúcis do corpo, que são contos curtos e mais pé-no-chão dela.
Se você não gostar...
Se você não gostar...
Re: Clarice Lispector
Essa Clarice dava um caldo.
Jabá- Guerra e Paz
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Re: Clarice Lispector
Fernando Sabino que o diga, sempre foi apaixonado por ela.
Mas ela era doida pelo Lúcio Cardoso, que era uma bichona passivíssima e nunca quis nada além de amizade com ela.
Mas ela era doida pelo Lúcio Cardoso, que era uma bichona passivíssima e nunca quis nada além de amizade com ela.
Re: Clarice Lispector
Põe caldo nisso, Jabá.
Caríssimo Fernando Sabino.
E, concordo, Becco - Doses homeopáticas.
Curiosa pela sua história com Felicidade Clandestina.
Muito bons -
&
Caríssimo Fernando Sabino.
E, concordo, Becco - Doses homeopáticas.
Curiosa pela sua história com Felicidade Clandestina.
Muito bons -
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tmanfrini- Guerra e Paz
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Jabá- Guerra e Paz
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"Hermética"
Vou pra casa porque sobrou frango assado do almoço
tmanfrini- Guerra e Paz
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Re: Clarice Lispector
Jabá escreveu:
Qual a graça ué?
Mat- Guerra e Paz
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Re: Clarice Lispector
Mat escreveu:Jabá escreveu:
Qual a graça ué?
Tudo. A espotaneidade, o jeito de falar, o entojo.
Jabá- Guerra e Paz
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Re: Clarice Lispector
Clarice detestava dar entrevistas, tanto que essa é praticamente a única entrevista dela em televisão.
Além da evidente má vontade, timidez e da língua presa [que sempre a incomodou muito], há o fato de que ela tinha se queimado muito em um pequeno incêndio, causado por ela mesma, quando dormiu com um cigarro aceso.
Pode-se ver claramente na mão dela as marcas da queimadura.
Que linda a exposição!
Uma pena que eu não pude ir.
Clarice é foda: "Pensava que livro era como árvore, como bicho. Que livro nascia."
Além da evidente má vontade, timidez e da língua presa [que sempre a incomodou muito], há o fato de que ela tinha se queimado muito em um pequeno incêndio, causado por ela mesma, quando dormiu com um cigarro aceso.
Pode-se ver claramente na mão dela as marcas da queimadura.
tmanfrini escreveu:Vou pra casa porque sobrou frango assado do almoço
Que linda a exposição!
Uma pena que eu não pude ir.
Clarice é foda: "Pensava que livro era como árvore, como bicho. Que livro nascia."
Re: Clarice Lispector
Nunca me esqueço da Lygia Fagundes Telles imitando o sotaque dela. Muita ternura.
tmanfrini- Guerra e Paz
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Re: Clarice Lispector
Gente que doença matou a Clarice?
Jabá- Guerra e Paz
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