T. S. Eliot

Depois dessa bela ilustração, vamos ao tópico; O Dr. Tupinambá me emprestou The Waste Land do T. S. Eliot e por descuido resolvi ler ontem mesmo. A maioria dos outros poemas eu já havia lido, mas O Waste Land em si me deu até pesadelos.

Vamos a um mais básico, pra começar:

A despeito da obscuridade do poema - que tem sátiras e profecias; mudanças abruptas de narrador, localidade e tempo; além de invocar uma vasta e dissoante gama de culturas e obras literárias -, ele acabou se tornando referência na literatura moderna, sendo considerado o reflexo poético de um romance publicada no mesmo ano: Ulysses, de James Joyce.

IS THAT TRUE?

Não sobre isso, mas quase, aqui tem uma matéria sobre quando TS encontrou o Joyce.

Eu não sei direito, fiquei sabendo que o T. S. Eliot é fã do Ricky Gervais. hahaha

Meus amigos,

Vou comentar muito resumidamente minhas opiniões sobre o T. S. Eliot. Eu não tenho exatamente conhecimento total sobre a obra dele, mas vamos lá...

O T. S. Eliot escreveu muito pouco e mesmo assim foi um dos grandes poetas modernos da Inglaterra. Acho que muito da qualidade reside d'ele, mesmo em trabalhos filhadaputamente cheios de floreios e vers libre como The Waste Land, manter uma musicalidade que demorou pra se desenvolver desde os primeiros poemas e foi chegando aos poucos na obra e, segundo alguns dizem, foi tirada da métrica francesa e adaptada à inglesa (Não me peçam referências, preciso olhar de novo essas merdas feitas sem consulta).

Quero evitar falar de zeitgeist e esse blábláblá de crítico ruim, mas ele PARECE - ao menos do que eu vejo - que tá dando uma grande lição sobre como você passa por essa destruição, esses grandes banhos de sangue da humanidade e essa descrença progressiva em tudo, etc., (Vide: Hollow Men, Waste land, Ash Wednesday) e tem uma atitude bastante madura de não achar que pode corrigir a natureza humana, sabendo que ela é imperfeita, errada e que você não pode apostar muito nela.

Aí que vem a tal da religiosidade dele, bastante forte em alguns dos poemas e tal, mesmo na Waste Land que ele termina com o "Shantih shantih shanti", depois de passar por uma existência completamente sem sentido ele parece que vê um rastro de Deus e segue o rastro.
Waste Land passa por várias vozes, várias referências, várias depressões do caráter do eu-lírico pra terminar num mantra, que deve ser a única coisa pra fazer nas horas de crise.

Meu poema preferido dele é o Ash Wedneday, não consigo definir aqui o porquê, mas indico a todos.

Como diria o Nicolás Gómez Dávila: Ser reacionário é compreender que o homem é um problema sem solução humana. Acho que essa frase define toda a questão sobre o Eliot e i rest my case, your honor.

Jonathan Bowden fala sobre ele e dá outra boa dica:
T. S. Eliot, o “Ultra-Conservative Dandy”
http://www.counter-currents.com/2011/07/t-s-eliot-ultra-conservative-dandy/

Bem, tá aí minha opinião pretensiosa, qualquer dia eu mando um ensaio completo e bonito, preciso aprender a escrever.

Até então tinha lido T.S Eliot e sinceramente achei ele um grande panaca e sua poesia uma poesia de fracassado. Não conseguia enxergar nenhuma realização estética digna de minha atenção, com o tempo fui vendo outras referências e gente falando isso e aquilo. Resultado: Li de novo. Resultado: Boa merda de novo. Detalhe, não li o waste land e jurei pra mim mesmo que seria a última chance ao Eliot, tipo, se eu não gostasse do waste land, foda-se tudo. Pularia esse capítulo da literatura facilmente sem peso nenhum na consciência. Os anos foram passando, passando e passando, me deparei com versos como esse:

Que eu demais não me aproxime
Do reino de sonho da morte
Que eu possa trajar ainda
Esses tácitos disfarces
Pele de rato, plumas de corvo, estacas cruzadas
E comportar-me num campo
Como o vento se comporta
Nem mais um passo

Ainda preciso ler wast land para dar o veredito final, claro. Mas, sinceramente, sempre achei que a poesia do Eliot, pelo o que eu li, é enganosa. Ele traz todos essas estrofes longas, com suas metáforas sobre temas não muito novos, todo aquele lustro de referências e a noite muito presente sempre, tudo isso nunca me deixou encontrar o íntimo de sua poesia, o que seria fundamental para me causar emoção. Me corrijam por favor. Talvez eu não tenha prestado atenção em alguma coisa.

Não vá ler traduzida, caralho ¯\_(ツ)_/¯

Nunca li em português, Becco, eu li uma edição de Wasteland do Tupinambá, emprestei Lolita e ele me emprestou T. S.

Eu recomendaria pegar de qualquer jeito, algum proveito você tira.

A editora Arx, não faz muito tempo, editou a obra completa dele. Se não estou enganado a tradução é de Ivo Barroso.

Vou pegar o waste land da penguin.

Lorenzo Becco escreveu:Caros, nuinca li Eliot, mas, na biblioteca de onde eu trabalho, tem dois volumes dessa edição e nunca foram emprestados pra ninguém.
Estou pensando em surrupiar discretamente um deles.
A edição/tradução é boa?

Essa ai dá para achar novo por uns R$20,00 no EV.

Acho o Eliot lindão, tanto no Wasteland quanto nos Quatro quartetos. Mas tá faltando alguém fazer um tópico pro verdadeiro poeta moderno, i.e.: Wallace Stevens

Pra ser honesto li uns textos do Eliot depois de criar esse tópico e comecei a encara-lo como um chute no saco.