Qual o último livro que você leu?

César escreveu:Não conhecia essa parte mórbida da biografia dele, alguma relação com a WWII?

Becco escreveu:

César escreveu:Não conhecia essa parte mórbida da biografia dele, alguma relação com a WWII?

Certamente. Ele veio para o Brasil para fugir das atrocidades.
A Guerra era um dos motivos da sua mórbida e acahapante depressão.
Qual o nome da biografia do Dosta que ele escreveu?
A tua edição é nacional? Põe a capa aí pra gente ver.

Mat escreveu:Eu terminei Proust e Kawabata. Agora vou começar Beckett e Sterne.

César escreveu:

Mat escreveu:Eu terminei Proust e Kawabata. Agora vou começar Beckett e Sterne.

Dê os títulos, disserte sobre, nem que sejam duas linhas.

César escreveu:"Dostoiévski" mesmo, saiu por 5 reais em um sebo do centro. Ela foi lançada em um livro com as biografias do Balzac e do Dickens (o que até faz bastante sentido pra mim) mas saiu no Brasil separadamente. É da editora Guanabara, se tu tiver interesse achei lá na Estante Virtual.



Ele era amigo do Freud, a biografia do D faz muito mais sentido agora.

César escreveu:

Mat escreveu:Agora, Kawabata foi um autor que eu descobri num review numa revista. Ele foi o primeiro japonês a receber um nobel (em 68). E, sinceramente, é uma das coisas mais delicadas e lindas que já li, tipo de coisa que só um oriental poderia fazer. Kawabata consegue ficar páginas descrevendo o seio esquerdo deformado de uma mulher e suas pertubações mentais com um lirismo de fazer chorar. Ele combina técnicas de narrativa psicológica com erotismo.

Leiam "Beleza e tristeza", o único problema é que esse só tem pela globo e a tradução não é direta, foi do inglês. Mas a estação da liberdade tem todos os outros com tradução direta.

Luciana Sousa escreveu:Olá, rapazes.

Tenho acumulado leituras inacabadas.

tupinambá escreveu:Eu acabei de reler Memórias Póstumas de Brás Cubas. Não lembrava nem de quem narrava e de como narrava, não devo ter entendido nada na primeira vez que li, mas dessa vez foi interessante e, desnecessário comentar, a acidez do narrador é mordaz.

Bem, meus caros, é isso, nem tem muito o que falar de um livro ultra-analisado, até o Batman já deve ter feito um ensaio sobre ele.

Estou para começar o "O Vermelho e o Negro", alguém indica?

tupinambá escreveu:

Becco escreveu:

tupinambá escreveu:

Livro extremamaente foda. Muito, mas muito à frente do seu tempo.
Não falo nem da ironia nem do sarcasmo impecáveis, mas da parte gráfica do livro mesmo.
Cápitúlos como aquele do diálogo entre Adão e Eva [só com reticências, pontos de exclamação e interrogação, simulando uma relação sexual] e o de como não fui ministro [com a página toda em branco] são completamente pós-modernos e é impressionante que alguém os tenha escrito em 1881!
O fato mesmo de ser um narrador defunto [ou um defunto narrador] já é extraordinário.
Uma vez, um aluno meu, pré-adolescente, me perguntou por que um livro narrado por uma pessoa morta era considerado o marco inicial do REALISMO!
"Por que eles são burros! Machado é Machado! Não se classifica!", respondi, vendo que ele tinha toda a razão.

tupinambá escreveu:Não que seja exatamente um elogio dizer que é pós-moderno, mas a própria técnica narrativa é totalmente sensacional, o estilo do Machado é só do Machado, mesmo. Mas eu acho engraçado a definição, acho que era do Graciliano Ramos, dizia que ele era um "mulato metido a inglês" hahaha.

E o Machado já derruba o Realismo do livro nas primeiras páginas, que se eu bem me lembro já logo no começo que ele tem aquele delírio completamente pirado e ao mesmo tempo refletindo todo o vazio da humanidade.

César escreveu:Alguém já leu Fante aqui? Tenho vontade de ler Ask the Dust mas tô na duvida.

tupinambá escreveu:Não que seja exatamente um elogio dizer que é pós-moderno, mas a própria técnica narrativa é totalmente sensacional, o estilo do Machado é só do Machado, mesmo. Mas eu acho engraçado a definição, acho que era do Graciliano Ramos, dizia que ele era um "mulato metido a inglês" hahaha.

E o Machado já derruba o Realismo do livro nas primeiras páginas, que se eu bem me lembro já logo no começo que ele tem aquele delírio completamente pirado e ao mesmo tempo refletindo todo o vazio da humanidade.

Luciana Sousa escreveu:Li Brás Cubas quase na mesma época de O Jogador do Dosta. Putz!
Uma bordoada atrás da outra. Não conseguia parar de ler. Li praticamente todos os romances, livros de contos, crônicas, poesia. Só faltou o teatro de Machado. Era conhecida como "a menina dos livros", na época. Machado era meu xodó... Ainda queria ver uma adaptação que prestasse as devidas honras ao bruxo do Cosme Velho.

Se você fosse conhecida como "a menina que roubava livros" é que tava lascada.
Bons tempos aqueles em que a gente tinha mais tempo pra ler e reler [e roubar] nossos autores favoritos.

Eu tive um grande trauma com o Machado na 5a. série quando fui OBRIGADO a ler Dom Casmurro para uma prova!
Esse tipo de coisa só prejudica o incentivo à leitura! Só fui ler o romance completo anos depois, na faculdade!
Dos romances, li todos. Da primeira fase, o meu preferido é A Mão e a Luva [a Guiomar é um rascunho da Capitu]!
Da segunda, fico dividido entre Dom Casmurro e o Brás Cubas, pendendo um pouco para o último.

Das adaptações, eu gosto dessa:

César escreveu:Ask the Dust, o filme, é horrivel

Luciana Sousa escreveu:Uma palavra sobre A casa das belas adormecidas:

A-R-R-E-B-A-T-A-D-O-R!