David Foster Wallace

Sua escrita caracteriza-se principalmente pela ironia, presença quase constante em seus textos. Wallace é adepto da prosa pós-modernista, repleta de metalinguagens e autoparódias, muito embora revele uma preocupação acerca do mau uso/uso excessivo de tais recursos (isso é visto de forma clara no conto Octeto, da coletânea Breves Entrevistas com Homens Hediondos).
Wallace demonstra grande domínio dos mais variados recursos estilísticos da prosa, fazendo grande uso do discurso indireto livre (uma tendência nos autores modernos), de grandes orações concatenadas de forma levemente maníaca e, o que já é conhecido como sua marca registrada, de extensivas notas de rodapé, tão úteis e importantes quanto o próprio corpo do texto.
Seu estilo é frequentemente chamado de "enciclopédico". O tema sobre o qual mais se debruça é o das relações humanas inseridas na época em que vivemos. Além disso, parece ter uma grande preocupação com a maneira como a linguagem define a sociedade e o convívio, tendência confirmada em contos como A Morte Não É o Fim e Tri-Stan: I Sold Sissee Nar to Ecko.

Aqui no Brasil, por enquanto, temos publicados apenas dois livros:
- Breves entrevistas com homens hediondos (uma coletânea de contos) http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=11215
- Ficando longe do fato de já estar meio longe de tudo (uma seleção bem bosta feita pela cia) http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=12882

Parece que o Galindo já finalizou a tradução do Infinite Jest e o Pale king está em andamento. O primeiro, ao que parece, sai esse ano. Vocês gostam do autor? Eu estou lendo Consider the Lobster and other essays e achando bem legal.

Livros em inglês: http://davidfosterwallacebooks.com/books.html

Nunca li, mas tenho bastante vontade. Estava planejando ler esse ano, mas acho que não vou conseguir. Talvez no segundo semestre.

Já ouvi falar bem da seleta de ensaios.   

Oric, achei que a seleção foi bem desleixada. Aliás, só o fato de ser uma seleção de ensaios já é tosco. Seria muito melhor se eles tivessem traduzido os livros completos, todos os ensaios do Wallace.

Também não curti terem selecionados só alguns ensaios sem lógica ou coisa assim. Na época disseram que teria um volume 2.
Mas os ensaios são muito bons. Tem alguns que é possível encontrar na net com facilidade. O "Pense na lagosta" e o "Isso é agua".

Estou no aguardo do "Infinite Jest". Espero que para o primeiro semestre desse ano ainda.

Seria melhor se tivessem traduzido os títulos. Mas a seleção tem coisas mt feras, como o ensaio-título, o a supposedly fun thing i'll never do again, o do kafka e o do federer (tem mais coisa? deve ter aquela bosta do this is water).

São só seis ensaios.
Além desses que vc citou tem o da lagosta.

Tão traduzindo também o The pale King. Mas eu tenho mais interesse no Oblivion e naquele que era a monografia dele. Não sei se traduzirão. E não tenho peito para encarar em inglês.

Oblivion é o melhor dele que já li (não li o IJ nem o Pale King).

Ele tem um livro sobre a história do infinito e a monografia da faculdade sobre a questão da liberdade.

É esse mesmo que queria.

César postou no literatura russa o ensaio dele sobre o Joseph Frank:

http://www.literaturarussa.com.br/2014/02/o-dostoievski-de-joseph-frank-de-david.html


Além disso ele usava bandana sem ser brega. Muito foda!

Engraçado que eu não tenho muita curiosidade no Infinite Jest. Tenho mais interesse, pelo menos por agora, nos livros de ensaios e contos. Suspeito, inclusive, mas só suspeito, que o Wallace seja um melhor ensaísta que romancista e contista, mas não posso afirmar com total certeza. Gostei muito do Consider the lobster and other essays. Os ensaios tem um frescor impressionante. Ele consegue ser intimista, se aproximar bastante do leitor usando uma sintaxe bem "aberta" e expressiva, mas nunca é desleixado ou óbvio, sempre te surpreende seja com as ideias que desenvolve nos textos ou com recursos visuais que, aos poucos, vai espalhando pelo livro. Alguns ensaios tem setas que puxam caixas de texto que obrigam o leitor a ir e voltar em uma mesma página, em um outro ensaio ele usa os recursos da nota de rodapé para fazer confissões sobre seu processo criador (justificando por que escolheu esse ou aquele termo, por exemplo) e em outros abre tópicos DENTRO do texto e começa uma digressão que vai terminar em um glossário explicativo cheio de termos técnicos como em um dicionário. Muito legal de ler (isso talvez seja um pouco cansativo em um romance de mil páginas, mas aqui ficou daora   )



Big Red Son

O ensaio jornalístico que narra a aventura de Wallace no AVN Awards, um evento que é o Oscar da indústria pornô.  

Certainly the End of Something or Other, One Would Sort of Have toThink

Um review sobre o romance de John Updick Toward the End of Time.

Some Remarks on Kafka's Funniness from Which Probably Not Enough Has Been Removed

Discurso de Wallace em um simpósio que homenageou Kafka para celebrar uma nova tradução de O castelo. Legal que aqui ele destaca a qualidade humorística da obra do escritor.

Authority and American Usage

Um dos ensaios mais legais e mais polêmicos do livro. Uma extensa análise sobre as formas de comunicação nos Estados Unidos e o desgaste da linguagem pela prosa acadêmica, que Wallace chama de "dead prose". Ele também faz algumas considerações sobre duas das principais correntes nos estudos linguísticos: descriptive linguistics e prescriptive grammar.

Consider the Lobster

O ensaio que deu título ao livro e também um dos textos mais famosos do escritor. Acho que toda a hype feita nesse ensaio é válida. Muito foda a análise moral que ele faz da estranha prática de cozinhar lagostas vivas. Foda.

Joseph Frank's Dostoevsky

Achei o ensaio mais bonito do livro. Além de fazer um belo review sobre os cinco tomos da biografia, ele, diversas vezes, interrompe o texto com **asteriscos** e inicia uma pequena digressão sobre vários temas: solidão, religião, angústia, e a questão de "o que é ser um americano?", entre outras coisas. Isso deu um tom bem intimista ao texto e neutralizou qualquer possível academicismo.

O livro ainda tem os seguintes ensaios: "How Tracy Austin Broke My Heart"; "The View from Mrs. Thompson's"; "Up, Simba" e "Host".

A prosa de Wallace tem um sabor "americano" que, infelizmente, se perde na tradução pro português. É uma pena

Os ensaios são certamente o mais acessível do Wallace. Mas acho que alguns contos do Brief Interview (Forever overhead) e vários do Oblivion (Good old neaon, incarnations of burned children) mostram que ele é um puta escritor. Na verdade chega a ser engraçado como a persona escritor de ficção e a persona escritor de ensaio são bem distintas.

Me incomodava no Brief interviews aquelas notas de rodapé muito extensas. Elas quebravam o ritmo do texto e parecia mais que ele tava querendo explorar essa técnica (se exibir, "mamãe escrevo difícil") do que dar substância ao texto. Outras eram bem legais e na medida, eram tão importantes quanto o corpo da narrativa e contribuíam para o entendimento da história, mas em algumas ele exagerou no virtuosismo. Se a memória não me falha, tem umas notas com transcrição fonética hahahahaha.




Alguém leu?

Dei uma lida, é tão ruim quanto aquela bio do Elliott que vc queria

Very Galã.

Lencinho na cabeça. Barba por fazer. Camiseta básica descolada. Óculos do John Lennon. Aposto que usa um bermudão tactel espoca ovo e chinelas havaianas. Também não confio.

E ainda cantava no Guns N' roses

Pré-venda finalmente: http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=42746404&termo=gra%C3%A7a+infinita

Mais barato na Amazon, caso alguém se interesse: http://www.amazon.com.br/Gra%C3%A7a-Infinita-David-Foster-Wallace/dp/853592504X/ref=sr_1_2?ie=UTF8&qid=1414064298&sr=8-2&keywords=gra%C3%A7a+infinita

Uai, aqui tá com o mesmo preço.

De todo modo, não vou comprar por agora. Apesar de empolgado com o lançamento.

Espero o dia que eu conseguirei me organizar o suficiente para acompanhar alguns lançamentos literários. Não sei se chegará.

Quem queria ler já leu em inglês (ou comprou em inglês e largou na estante, tanto faz)

O preço mudou, Oric. Tava por 88 quando passei o link.

PTA se apaixonou por DFW:

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/01/1571121-paul-thomas-anderson-diz-que-se-apaixonou-por-david-foster-wallace.shtml

(achei legal ele ter sido aluno dele)

Resenha bacana, que foca mais no conteúdo do livro:

http://oglobo.globo.com/cultura/livros/critica-graca-infinita-de-david-foster-wallace-questiona-obsessao-humana-pelo-entretenimento-14742124