Ivan Sergêievitch Turguêniev [Иван Сергеевич Тургенев]

O homem é fraco, a mulher é tenaz, o acaso é todo poderoso. Resignar-se a uma vida descolorida é difícil, resignar-se completamente é impossível... e, se nos oferecem beleza e simpatia, calor e luz, como podemos recusar? Corremos para quem nos oferece tudo isso, como uma criança corre para junto da ama. Em seguida, como de costume, vêm sem dúvida o frio, as trevas, o vácuo - e depois desabituamo-nos de tudo, não compreendemos mais nada. E antes de tudo, não mais compreendemos como se pode viver.

César escreveu:Marcante? Eu odeio o Bazarov

Jabá escreveu:

César escreveu:Marcante? Eu odeio o Bazarov

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As vezes as pessoas marcam os outros negativamente.

Dono de um estilo refinado, a que esta bela tradução de Fátima Bianchi faz plena justiça, Ivan Turguêniev (1818-1883) foi o primeiro autor russo a se consagrar no Ocidente e um dos maiores expoentes da literatura de seu país. Grandes escritores como Joseph Conrad e Henry James consideravam-no mesmo superior a Tolstói e Dostoiévski.

Publicado em 1856, Rúdin, seu romance de estreia, foi prontamente aclamado pela crítica. Primeiro de uma sequência de romances de temática semelhante, como Ninho de fidalgos (1859) e a obra-prima Pais e filhos (1862), Turguêniev retrata aqui o "homem supérfluo", motivo central da literatura russa de então, lançando um olhar simultaneamente terno e irônico sobre a juventude de sua própria geração, que, inspirada pelos ideais democráticos que chegavam da Europa, foi tolhida pelo conservadorismo da Rússia de Nicolau I.

Embora seja o retrato de um tipo específico da Rússia do século XIX, a figura de Rúdin lembra tantos outros que, como ele, sofrem por nutrir sonhos que não conseguem transformar em realidade. Críticos já associaram o herói de Turguêniev ao atormentado Hamlet. Mas poderíamos também conceber como suas as palavras de Fernando Pessoa: "Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo".

Even Bitencourt escreveu:Quando comprei Pais e Filhos sempre dei preferência a outros até realmente decidir ler.
Apesar do final um pouco previsível quando já se leu mais da metade do livro, o livro tem diálogos maravilhosos e personagens bastante marcantes, especialmente Bazárov e Pável.
Além da história exite a polêmica que o livro causou na época, a popularização do termo "niilismo", São Petersburgo em chamas e outras coisas mais...