Antologias de Contos Brasileiros

Assim como tem um tópico para russos (https://literaturarussa.forumeiros.com/t74-antologias-de-contos-russos), vamos falar aqui de Antologias de Contos Brasileiros, seja por período histórico, tema ou qualquer outro critério.

O que vocês já leram e recomendam?

Eu nunca li nenhuma ( ), estou interessado nessa aqui que vi de bobeira no sebo: http://www.novacultura.de/moriconi.html

Oric escreveu:Assim como tem um tópico para russos (https://literaturarussa.forumeiros.com/t74-antologias-de-contos-russos), vamos falar aqui de Antologias de Contos Brasileiros, seja por período histórico, tema ou qualquer outro critério.

O que vocês já leram e recomendam?

Eu nunca li nenhuma ( ), estou interessado nessa aqui que vi de bobeira no sebo: http://www.novacultura.de/moriconi.html

Parece ser bom. Muito autor de peso. Recomendo esse:



Acha-se fácil na EV.

Tenho esse.
Só li alguns esparsos contos, muito bom e também encontra-se barato na EV por conta de ter saído uma edição com o selo do governo e os caras revendem lá.

Li até os contos da década de 1950 e estou gostando muito. Havia lido pouquíssimos contos até então (grande falha) e esse livro já me deixou com vontade de procurar por outras antologias.

Os destaques até agora vão para os contos de Machado de Assis, Lima Barreto, Graciliano Ramos, João do Rio, Aníbal Machado e Murilo Rubião. Os três últimos eu nunca havia lido, fiquei empolgado para conhecer mais.

João do Rio parece ser uma espécie de Oscar Wilde carioca.

Verdade. Vou procurar por ele na biblioteca. Se tiver sugestão de livro...

Por sinal, vi aqui que a edição de Dorian Gray da Hedra foi traduzida por ele.

Olha, bacana. Crônica é um gênero que conheço menos ainda. Mas estou gostando tanto desse de contos (essa vibe de antologia com vários autores diferentes) que coloquei esse aí e o de "Cem melhores poesias" na lista de compras. Pena que não entraram na recente promoção da Objetiva.

Terminei os contos das décadas de 60 e 70.

Destaques:

60

Clarice Lispector (Amor), José J. Veiga (A Máquina Extraviada), Dalton Trevisan (O Vampiro de Curitiba), Carlos Heitor Cony (O Burguês e o Crime).

70

Victor Giudice (O Arquivo), Rubem Fonseca (Feliz Ano Novo), João Antônio (Guardador), Domingos Pellegrini (A Maior Ponte do Mundo), Otto Lara Resende (O Elo Partido), Clarice novamente (Felicidade Clandestina) e Raduan Nassar (Aí pelas três da tarde).

Década de 70 foi forte mesmo, muito conto massa.

Oric, nessa coletânea tem algum conto do Luiz Vilela? Acho um contista fabuloso mas muito pouco conhecido principalmente pelo leitor casual.

Tem sim, "Fazendo a barba" (1973). Não conhecia ele.

Qual você leu?

Oric escreveu:Tem sim, "Fazendo a barba" (1973). Não conhecia ele.

Qual você leu?

já li vários. Acho que tem um chamado "Chuva" ou algo assim, muito bom. O melhor que li foi o da coletânea de 1973. Sobre um velhão que volta a jogar bolinha de gude com uns moleques. A maioria dos contos do Vilela tem essa vibe nostálgica. O cara é muito bom, bem melancólico às vezes, mas muito bom.

Valeu pela dica, depois vou conferir se tem algo dele na biblioteca.

Terminei faz um tempinho, destaques:

80

Márcia Denser (O vampiro da Alameda Casabranca), Sérgio Sant'Anna (Um discurso sobre o método), Nélida Piñon (I love my husband), Autran Dourado (Os mínimos carapinas do nada).

90

Rubens Figueiredo (Nos olhos do intruso), Marina Colasanti (A nova dimensão do escritor Jeffrey Curtain), Luis Fernando Veríssimo (Conto de verão n° 2: Bandeira Branca), Márcio Barbosa (Viver outra vez), André Sant'Anna (O importado vermelho de Noé).

Para quem gosta de literatura erótica, os contos da década de 1980 são prato cheio.
Bacana o conto do Rubens Figueiredo, nosso querido tradutor do Tolstoi, dentre outros russos. Fiquei curioso para ler algum livro dele.

Gosto do Passageiro do fim do dia. Embora seja "antiquado" demais para mim, datado, acho que vale sim a leitura.

Primeiro fruto da leitura da antologia. Gostei, é algo bom de se ler. Não chega a ser uma obra-prima, mas ele passa muito bem a atmosfera da vida noturna carioca dos dândis nas duas primeiras décadas do século XX. Pessoal reunido numa casa usando drogas e contando histórias de carnaval, taras sexuais, assassinatos... Acho que o Gourmet e Jabá iriam curtir.

João do Rio é uma das minhas metas futuras. É um Fonseca não-evoluido.

Outro fruto da antologia, peguei essa coletânea de contos do Aníbal Machado. Seus contos em geral envolvem um grande clima de saudosismo, o retorno a um passado cristalizado em algum momento/objeto, diante de um presente não muito promissor. Tom levemente melancólico. Gostei especialmente de "Viagem aos Seios de Duília" (provavelmente sua obra-prima), "Tati, a Garota", "O Telegrama de Artaxerxes" e "O Piano".