Vocês comprariam meu livro?

Amiches, usei esse conto que vou postar para concorrer em um desses concursos viciados sudeste afora. Injustamente não fui premiado com o primeiro lugar, claro.


No campinho de futebol ao lado da casa de Lorim, uma turma de moleques jogava bolinha de gude naquele fim de tarde quente. Lorim voltava da escola e religiosamente tinha que parar no campinho para uma partida do que estivessem brincando no momento. Hoje ele vinha eufórico, o molejo no caminhado apressado, o sorriso com os dentes cariados à mostra e a camiseta no ombro denunciava que vinha com novidades. Mesmo assim os meninos não ligaram. Postou-se por trás do grupinho, cruzou os braços e ficou observando uns quatro ou cinco moleques naquela brincadeira de atirar bolinhas umas contras as outras. Decidiu esperar o momento certo e resolveu chamar a atenção. Logo que as bolinhas de gude ficaram meio juntas ele chutou o aglomerado fazendo-as voar por todo o campinho. Os moleques olharam atônitos, alguns cerraram os punhos prontos para a briga, mas por respeito ou medo de Lorim, que já era o mais rapazinho de todos, se contiveram em olhá-lo com desprezo e mágoa. Lorim então proferiu:
- Deixem de ser palermas! Jogando bolinha de gude! Não vão ser homem nunca não?!
Pipiu rosnou algum palavrão e começou a catar suas bolinhas. Robertinho e Fábio ainda queriam briga. Juquinha, um garotinho recém chegado no bairro, abalou-se numa carreira desesperada em direção à sua casa. Tatuí notou um brilho diferente no olhar de Lorim e sorriu. Não era à toa que era considerado seu melhor amigo.
- Meninos, vi uma coisa na TV e acho que seria o melhor pra gente. Vamos virar um grupo de extermínio! – Bradou Lorim com um sorriso sarcástico na boca.
- E o que faz um grupo de extermínio? – Perguntou Fábio.
De imediato, Tatuí respondeu sufocando a provável resposta de Lorim:
- Roubam tudo dos velhos e gastam com as garotas! Vamos ficar ricos e tomar muito sorvete!
Lorim olhou Tatuí, mesmo sem concordar com sua resposta, aquiesceu, já que viu um brilho no olhar dos outros moleques.
- E o que temos que fazer pra virar um grupo de extermínio? – Indagou Pipiu.
Tatuí já se preparava pra responder, mas Lorim dessa vez foi mais rápido e respondeu:
- A gente se junta num bando. Eu sou o líder e basta vocês fazerem tudo o que eu mandar.
Tatuí resignou-se, mas de algum modo a idéia lhe pareceu boa. Os outros meninos também concordaram em meio a uma explosão de empolgação, gateadas, assovios e pulinhos.
Lorim logo se dirigiu para a pracinha em frente, seguido pelos outros meninos, subiu num banco e começou a discursar. Falava em se armarem para roubar o mercadinho do velho Tito na rua de baixo. Depois seguiriam para a casa da Tia Emiliana, a professora da maioria deles, que segundo achavam, era rica. Depois de alguns minutos, o líder do bando convenceu a todos.
- Vamos arranjar um revólver – Sugeriu Pipiu.
Pensaram por alguns instantes que essa idéia seria impraticável já que não sabiam como conseguir um, a não ser que roubassem da delegacia. Seguiram rapidamente para lá. Ao chegarem, esgueiraram-se por sob a janela para ver o movimento. Havia apenas um soldado que cochilava languidamente estirado numa cadeira de vime, mãos cruzadas sobre a barriga, pés cruzados sobre a mesa e somente uma televisãozinha em preto e branco fazia algum ruído exibindo cenas de uma novela qualquer. Todos apontaram ao mesmo tempo para arma no coldre do soldado. Seria fácil tirar, já que ele parecia estar em sono profundo.
Lorim deu a ordem:
- Tatuí, vista sua touca ninja e vá pegar a arma. Eu, Robertinho, Fábio e Pipiu ficamos aqui fora pra te dar cobertura.
Depois de vestir a touca, Tatuí começou a se arrastar lentamente em direção ao soldado. Lá fora os meninos vibravam e se agitavam. Ao tocar o coldre, o susto. O soldado segura a mão do moleque que berra, esperneia, se debate, mas não consegue fugir. Os demais ao verem a cena debandaram em retirada em abalada carreira, menos Lorim, que permaneceu parado na entrada da delegacia, atônito com a cena. O Soldado empurrou Tatuí que caiu sentado num sofá velho e se dirigiu a Lorim, que não esboçou reação. Trouxe-o pela orelha para fazer companhia para Tatuí. Com um sorriso, o soldado sentou na mesma posição de outrora, acendeu um cigarro, deu uma tragada profunda e perguntou aos dois moleques o que faziam ali. Depois de contarem sua versão em meio a muito remorso, resmungo e vergonha, o soldado escancarando seus lábios grossos, soltou uma ruidosa gargalhada. Desligou a TV, deu um tapinha nas costas de ambos, abriu uma das gavetas da mesa e jogou um baralho sobre ela. Com um cigarro apagado nos lábios, um leve sorriso, embaralhou as cartas e com um olhar satisfeito distribuiu uma por vez, nove para cada um. A noite que caía, lentamente, foi se tornando agradável para os meninos que queriam virar homens e o homem que queria voltar a ser menino.

Que burro que sou.
Achei que tinha algo a ver com Jack Estripador. Vou reler e procurar doque é essa teoria.
Do Alan Moore só li Watchmen e assisti ao episódio que ele aparece nos simpsons junto com o Art spielberman

Vou ler esse último

Jabá escreveu:

lavoura escreveu:

Jabá escreveu:

lavoura escreveu:Os seus eu já li.
Autobiograficos:
O da noiva Sodomita

Autobiografico vidente futurista:
O do velho capado.

E o de ficção ? :
O do serial Killa.

Você leu o Miller's Court, 13?

Li, O velho não era um Serial Killer?

Não! você entendeu tudo errado! Esse mini conto é pra quem conhece as teorias estripadorologistas e as referências já começam pelo título. Leia Do Inferno urgente, Lavoura, pra começar.

lavoura escreveu:Caramba, não pude expressar minha risada no tópico do Mateus aniversário.
Jabá você é foda!!!!

tiago escreveu:

Lorenzo Becco escreveu:

Jabá escreveu:

Lorenzo Becco escreveu:Compraria, sim, mas pensei que você quisesse me dar.

Só se você corrigir a ortografia, concordância, regência e traduzir pro novo acordo.

Fechado.
Mas tem que me citar nos agradecimentos.

Depois posta todos os erros pra todo mundo rir dele.

Mas é sobre o Jack Estripador

Leia urgente:







Esse último é somente pra você se convencer de que a teoria que vale é a do Moore

Porra então o conto é sobre um Serial killer né jabá???


Eu li o outro , bem legal! Achei que se ia foder com os moleques, mas terminou muito bom!
Eu quero conferir os quadrinhos do Moore, tava de olho em V de vingança.

Do inferno impressiona mesmo. Depois que li, acabei me viciando na estripadorologia.

Voltando ao assunto do livro... Resolvi botar no papel mais três contos. Um deles tem chance de se tornar minha Opus Magna

Se tiver um tempinho nesses feriados vou tentar digitar outros que tenho em papel e perdi os arquivos do word. penso também que vou ter que reescrever alguns trechos nessa transcrição.

Penso que tranquilamente terei uns 20 ou 25 contos prontos.

Cesar, vc vai comprar meu livro pra ler no metrô? Vc compra tanta porcaria, pq nao o meu tb?

César.