Gustave Flaubert
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Gustave Flaubert
Prosador importante, Flaubert marcou a literatura francesa pela profundidade de suas análises psicológicas, seu senso de realidade, sua lucidez sobre o comportamento social, e pela força de seu estilo em grandes romances, tais como “Madame Bovary” (1857), “L'Éducation sentimentale” (1869), “Salammbô” (1862) e contos, tal como “Trois contes” (1877).
Flaubert foi um dos mestres do Realismo, movimento estético de reação ao Romantismo europeu no século XIX, influenciado pelas teorias científicas, a Revolução Industrial e a linha filosófica de Augusto Comte.
Flaubert é contemporâneo de Baudelaire e ocupa, tal como o poeta de Fleurs du Mal, uma posição pioneira na literatura do século XIX. A despeito das contestações da época, por motivos morais, hoje é considerado como um dos grandes romancistas de seu século, em particular pela obra Madame Bovary. Fortemente marcado pela obra de Honoré de Balzac, Madame Bovary tem inspiração em La Femme de trente ans)[9], e seus escritos são ligados ao realismo.
A visão irônica e pessimista da humanidade fazem de Flaubert, na verdade, um grande moralista. Flaubert levou à perfeição o ideal do romance realista de harmonizar a arte e a realidade. Sua obra se caracteriza pelo cuidado na sintaxe, na escolha do vocabulário e na estrutura do enredo.
Obras
"Rêve d'enfer" (“Paixão e Virtude”) 1837
Mémoires d'un fou (“Memórias de um Louco”) 1838
Novembre (“Novembro”) 1842
Madame Bovary (“Madame Bovary”) 1857
Salammbô (“Salambô”) 1862
L'Éducation sentimentale (“A Educação Sentimental”) 1869
Lettres à la municipalité de Rouen, 1872
Le Candidat (peça), 1874
La Tentation de Saint Antoine (“A Tentação de Santo Antônio”) 1874
Trois Contes (“Três Contos”) (Un cœur simple (“Um Coração Simples”), La Légende de Saint Julien l'Hospitalier e Hérodias), 1877
Le Château des cœurs (teatro), 1880
Bouvard et Pécuchet (inacabado), 1881
À bord de la Cange, 1904
Par les champs et les grèves, 1910
Œuvres de jeunesse inédites, 1910
Dictionnaire des idées reçues, 1913
Lettres inédites à Tourgueneff, 1947
Lettres inédites à Raoul Duval , 1950
Mat- Guerra e Paz
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Re: Gustave Flaubert
Li só Madame Bovary e achei bem sem sal, ainda mais pelas expectativas monstras.
Mas isso tem muito tempo, pretendo revisitar um dia, quando estiver no clima apropriado.
Mas isso tem muito tempo, pretendo revisitar um dia, quando estiver no clima apropriado.
Oric- Crime e Castigo
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Re: Gustave Flaubert
Oric escreveu:Li só Madame Bovary e achei bem sem sal, ainda mais pelas expectativas monstras.
Senti isso também na leitura.
Quero ler A educação sentimental.
Mat- Guerra e Paz
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Braithwaite's Dictionary of Accepted Ideas
Julian Barnes (ou o narrador fictício de seu Flaubert's Parrot) o troca em miúdos
The hermit of Croisset. The first modern novelist. The father of Realism. The butcher of Romanticism. The pontoon bridge linking Balzac to Joyce. The precursor of Proust. The bear in his lair. The bourgeois bourgeoisophobe. In Egypt, 'the father of the Moustache'. Saint Polycarpe; Cruchard; Quarafon; le Vicaire-Général; the Major; the old Seigneur; the Idiot of the Salons. All these titles were acquired by a man indifferent to ennobling forms of address: 'Honours dishonour, titles degrade, employment stupefies.'
tmanfrini- Guerra e Paz
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Re: Gustave Flaubert
Comecei o Três Contos e fiquei encantado. A prosa do Flaubert (pelo menos no 1° conto) é permeada de um lirismo raro na literatura.
O 1° conto chamado Um coração simples me tocou bastante e ao terminar fiquei engasgado e de olhos marejados.
O 1° conto chamado Um coração simples me tocou bastante e ao terminar fiquei engasgado e de olhos marejados.
Jabá- Guerra e Paz
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Re: Gustave Flaubert
TRÊS CONTOS
GUSTAVE FLAUBERT
COSAC NAIFY – 144 páginas
Três contos é uma singela obra do escritor francês Gustave Flaubert que a meu ver alcançou a plenitude em sua arte. Composto pelos contos “Um coração simples”, “A legenda de São Julião Hospitaleiro” e “Herodíade”, o autor submete o leitor a um lirismo raro e por vezes único nessas curiosas histórias e alterna sutilmente seu estilo sem sair da linha lírica e da síntese por vezes genial.
O primeiro conto narra a história de uma devotada criada que passa por diversos abalos em sua humilde vida. Com uma devoção fanática por sua patroa e filhos, ela se dedica dia e noite ao bem estar da casa e da família até que vivencia uma tragédia de proporções gigantescas que desestabiliza o seio familiar. É um belo conto que pode levar os mais sensíveis às lágrimas.
“A legenda de São Julião Hospitaleiro” narra a história do santo homônimo. Baseado numa hagiografia presente num vitral de uma igreja de uma cidadezinha da França o autor deixa a pena fruir num estilo que lembra a narrativa das fábulas. Aqui Flaubert mostra todo seu poder de contar histórias.
E por fim, “Herodíade” é a versão para a narrativa bíblica sobre os fatos que levaram aos momentos finais de João Batista. Incrivelmente bem escrito, Flaubert conseguiu reconstruir de forma magistral o ambiente de degradação moral da ocupação romana no oriente médio. Simplesmente espetacular e altamente recomendável.
Jabá- Guerra e Paz
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Re: Gustave Flaubert
Becco escreveu:Putz, quero demais ler esse aí.
O teu é o da Cosac?
Você chorou?
Tem que ler. O meu é o da Cosac. Comprei barato numa dessas promoções Lavoura da vida ou pelo desconto pra professor, não lembro.
Eu não chorei. Macho não chora.
Mentira. Chorei feito uma menininha.
Jabá- Guerra e Paz
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Mat- Guerra e Paz
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Re: Gustave Flaubert
Lendo Paulo & Virgínia no momento -
* Dans Un cœur simple de Gustave Flaubert (1857), les deux enfants de Madame Aubain, la maîtresse de Félicité, portent les prénoms Paul et Virgine, faisant référence au roman de Jacques-Henri Bernardin de Saint-Pierre.
Cito, palavras do narrador
* Dans Un cœur simple de Gustave Flaubert (1857), les deux enfants de Madame Aubain, la maîtresse de Félicité, portent les prénoms Paul et Virgine, faisant référence au roman de Jacques-Henri Bernardin de Saint-Pierre.
Cito, palavras do narrador
... Quase só tenho encontrado a inocência atenta à minha voz. Em vão, a natureza chama a si os homens; cada um deles faz dela uma imagem que reveste com suas próprias paixões. Cada um buscando durante a vida este fantasma que desorienta, queixa-se depois ao céu do erro em que caiu. Do grande número de desgraçados que, de quando em quando, tentei reconduzir à natureza, não achei um que não se embriagasse com as próprias misérias. Eles me ouviam primeiro com atenção, esperando que eu os ajudaria a adquirir glória ou fortuna; mas vendo que eu queria ensinar-lhes, ao contrário, a viver sem elas, consideravam-me miserável por não andar atrás de sua desventurada felicidade. Criticavam minha vida solitária; pretendiam ser os únicos úteis aos homens e esforçavam-se por me arrastar para o seu turbilhão. Porém, se sou comunicativo com todos, não me entrego a ninguém. Muitas vezes, sou eu mesmo, matéria de minhas próprias lições. Recordando, na tranquilidade presente, as agitações passadas da minha própria vida às quais dei tanto valor: as proteções, a fortuna, a reputação, as volúpias e as opiniões pelas quais se luta por toda terra. Comparo tantos homens, que vi disputarem com violência estas quimeras e que não existem mais, com as águas do meu rio, que se quebram espumando contra as pedras do leito e desaparecem para não voltar jamais. Quanto a mim, deixo-me levar em paz, pelo rio do tempo, para o oceano do porvir que não tem praias; e pelo espetáculo das harmonias atuais da natureza, eu me dirijo ao seu autor, esperando destino melhor, num outro mundo.
tmanfrini- Guerra e Paz
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Re: Gustave Flaubert
Tenho que reler Madame Bovary, só li o da L&PM e ainda assim há muito tempo atrás. E ainda fui inventar de ler o livro quando estava internada, de modo que pensar nele não me traz lembranças lá muito agradáveis.
Catarina_- Noites Brancas
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Re: Gustave Flaubert
Estou lendo o "Três contos" falta só um finalzinho do terceiro. Mas vim aqui postar antes de terminar. O livro é muito bom.
lavoura- Guerra e Paz
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Re: Gustave Flaubert
lavoura escreveu:Estou lendo o "Três contos" falta só um finalzinho do terceiro. Mas vim aqui postar antes de terminar. O livro é muito bom.
Você chorou?
Jabá- Guerra e Paz
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Re: Gustave Flaubert
Aqui é São Julião, rapá!
Choro não!
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lavoura- Guerra e Paz
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Data de inscrição : 26/06/2012
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Re: Gustave Flaubert
Italo Calvino escreveu:Existe uma história da visualidade romanesca — do romance como arte de fazer ver pessoas e coisas — que coincide com alguns momentos da história do romance, mas não com todos. De mme. de Lafayette a Constant o romance explora o ânimo humano com uma acuidade prodigiosa, mas as páginas são como persianas fechadas que não deixam ver nada. A visualidade romanesca começa com Stendhal e Balzac, e com Flaubert atinge a relação perfeita entre palavra e imagem (o máximo de economia com rendimento máximo). A crise da visualidade romanesca começará meio século depois, em simultâneo com o advento do cinema.
Estava pensando nisso recentemente ao ler Lovecraft, pois ele possui uma narrativa bastante visual.
Seria interessante ler algo sobre o impacto do cinema na literatura.
Oric- Crime e Castigo
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Re: Gustave Flaubert
Gosto muito da premissa e de alguns trechos desse romance, mas não o li. Alguém poderia comentá-lo?
Deco- Ana Karenina
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Re: Gustave Flaubert
César escreveu:Ciro, já pegou James Wood?
Ainda não. Terminei o Calvino ontem, o próximo será ele.
Oric- Crime e Castigo
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Data de inscrição : 18/12/2012
Re: Gustave Flaubert
Deco escreveu:
Gosto muito da premissa e de alguns trechos desse romance, mas não o li. Alguém poderia comentá-lo?
Gosto muito da premissa e de alguns trechos desse romance, mas não o li.
Acho que a Thaís já leu.
lavoura- Guerra e Paz
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Data de inscrição : 26/06/2012
Idade : 35
Re: Gustave Flaubert
Ainda não terminei, mas A educação sentimental (1869) tá bem legal até agora. É basicamente 1848 contado do ponto de vista de um ardente jovem romântico, que pro Flaubert é quem adora se apropriar dos sentimentos exaltados, patrióticos e democráticos desse tipo de acontecimento mas não tem qualquer interesse em mudar as estruturas de poder. A prosa dele é muito boa, usando todos os recursos do romantismo contra ele.
tiago- Crime e Castigo
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Re: Gustave Flaubert
MADAME BOVARY
GUSTAVE FLAUBERT
ABRIL COLEÇÕES – 444 páginas
Madame Bovary é um desses clássicos da literatura que recontam uma história repetida e conhecida, mas que mesmo assim, por conta do toque de mestre do autor, ela consegue ser diferente das demais.
Seguindo a tradição das heroínas adúlteras como Anna Kariênina e Luísa (O primo Basílio), Emma Bovary é uma personagem construída para escandalizar a sociedade da época, seja lançando um alerta, seja sendo julgada pelo autor, o romance foi construído para chocar seus leitores. Pelo menos na época, já que nos dias atuais essa história não escandalizaria ninguém.
Com relação à escrita, Flaubert utiliza diversos floreios que enriquecem e tornam a narrativa admirável. Mesmo não sendo uma escrita tão fluida e polida como na sua obra Três contos, o autor consegue evocar o período marcando a imaginação do leitor com cenas de cores fortes e vívidas. Após a leitura do romance, passa-se, a saber, o motivo porque ele figura entre os clássicos da literatura mundial.
Jabá- Guerra e Paz
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Re: Gustave Flaubert
Preferiu Três Contos, então?
Oric- Crime e Castigo
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