O que você está lendo?

Karenina escreveu:Eu dei o primeiro livro da trilogia pro meu irmão, mas achei chato o primeiro capítulo. Quem sabe um dia eu deixe de frescura e leia.

Em tempo, os que estou lendo:



O idiota e o Memórias póstumas não achei a capa!

tmanfrini escreveu:

Jabá escreveu:

Começando hoje INFÂNCIA do Górki, edição da Abril Coleções com tradução direta do Rubens Figueiredo.

Eaí, curtindo?

Lorenzo Becco escreveu:Nunca li Górki por que o César me fez pegar nojinho, mas esse ano vou ler um dele.

A maioria dos imigrantes vinham da Itália e do leste da Europa, e era transportada em lanchas para Ellis Island. Ali, num estranho e pomposo armazém humano de tijolos vermelhos e pedra cinzenta, eram marcados com etiquetas, tomavam banho de chuveiro e sentavam-se em bancos dos recintos de espera. Percebiam de imediato o imenso poder dos funcionários da imigração. Modificavam nomes que não conseguiam pronunciar, separavam membros de uma família, consignavam os velhos ao regresso, as pessoas de vida deficiente, a ralé e também os que pareciam insolentes. Tal poder era atordoante. Tudo lhes lembrava a pátria. Enveredando pelas ruas eram absorvidos pelos cortiços, não se sabia como. Os nova-yorkinos desprezavam-nos. Eram sujos e analfabetos. Cheiravam a peixe e alho. Ostentavam feridas abertas. Não tinham amor-próprio e trabalhavam por quase nada. Roubavam. Bebiam. Violentavam as próprias filhas. Matavam-se tranquilamente uns aos outros. Entre os quais mais os desprezavam, contavam-se os irlandeses de segunda geração, cujos pais haviam sido culpados dos mesmos crimes. Garotos irlandeses puxavam as barbas dos velhos judeus, atiravam-nos no chão, e viravam os carrinhos dos vendedores italianos.
Em todas as estações do ano, as carroças percorriam as ruas, recolhendo corpos abandonados. Tarde da noite, velhas com lenços na cabeça entravam no necrotério em busca de maridos e filhos. Os corpos jaziam em mesas de ferro galvanizado. Da extremidade de cada mesa descia uma calha até o piso. Ao redor da mesa havia uma depressão. E nela corria a água que jorrava constantemente sobre cada corpo, saindo de uma torneira encimando a mesa. Os rostos dos mortos estavam voltados para aqueles jorros, cobrindo-os na morte como o irreprimível mecanismo de suas próprias lágrimas.

tmanfrini escreveu: 3.o capítulo right now.

A maioria dos imigrantes vinham da Itália e do leste da Europa, e era transportada em lanchas para Ellis Island. Ali, num estranho e pomposo armazém humano de tijolos vermelhos e pedra cinzenta, eram marcados com etiquetas, tomavam banho de chuveiro e sentavam-se em bancos dos recintos de espera. Percebiam de imediato o imenso poder dos funcionários da imigração. Modificavam nomes que não conseguiam pronunciar, separavam membros de uma família, consignavam os velhos ao regresso, as pessoas de vida deficiente, a ralé e também os que pareciam insolentes. Tal poder era atordoante. Tudo lhes lembrava a pátria. Enveredando pelas ruas eram absorvidos pelos cortiços, não se sabia como. Os nova-yorkinos desprezavam-nos. Eram sujos e analfabetos. Cheiravam a peixe e alho. Ostentavam feridas abertas. Não tinham amor-próprio e trabalhavam por quase nada. Roubavam. Bebiam. Violentavam as próprias filhas. Matavam-se tranquilamente uns aos outros. Entre os quais mais os desprezavam, contavam-se os irlandeses de segunda geração, cujos pais haviam sido culpados dos mesmos crimes. Garotos irlandeses puxavam as barbas dos velhos judeus, atiravam-nos no chão, e viravam os carrinhos dos vendedores italianos.
Em todas as estações do ano, as carroças percorriam as ruas, recolhendo corpos abandonados. Tarde da noite, velhas com lenços na cabeça entravam no necrotério em busca de maridos e filhos. Os corpos jaziam em mesas de ferro galvanizado. Da extremidade de cada mesa descia uma calha até o piso. Ao redor da mesa havia uma depressão. E nela corria a água que jorrava constantemente sobre cada corpo, saindo de uma torneira encimando a mesa. Os rostos dos mortos estavam voltados para aqueles jorros, cobrindo-os na morte como o irreprimível mecanismo de suas próprias lágrimas.

Vulnavia escreveu:

tmanfrini escreveu: 3.o capítulo right now.

A maioria dos imigrantes vinham da Itália e do leste da Europa, e era transportada em lanchas para Ellis Island. Ali, num estranho e pomposo armazém humano de tijolos vermelhos e pedra cinzenta, eram marcados com etiquetas, tomavam banho de chuveiro e sentavam-se em bancos dos recintos de espera. Percebiam de imediato o imenso poder dos funcionários da imigração. Modificavam nomes que não conseguiam pronunciar, separavam membros de uma família, consignavam os velhos ao regresso, as pessoas de vida deficiente, a ralé e também os que pareciam insolentes. Tal poder era atordoante. Tudo lhes lembrava a pátria. Enveredando pelas ruas eram absorvidos pelos cortiços, não se sabia como. Os nova-yorkinos desprezavam-nos. Eram sujos e analfabetos. Cheiravam a peixe e alho. Ostentavam feridas abertas. Não tinham amor-próprio e trabalhavam por quase nada. Roubavam. Bebiam. Violentavam as próprias filhas. Matavam-se tranquilamente uns aos outros. Entre os quais mais os desprezavam, contavam-se os irlandeses de segunda geração, cujos pais haviam sido culpados dos mesmos crimes. Garotos irlandeses puxavam as barbas dos velhos judeus, atiravam-nos no chão, e viravam os carrinhos dos vendedores italianos.
Em todas as estações do ano, as carroças percorriam as ruas, recolhendo corpos abandonados. Tarde da noite, velhas com lenços na cabeça entravam no necrotério em busca de maridos e filhos. Os corpos jaziam em mesas de ferro galvanizado. Da extremidade de cada mesa descia uma calha até o piso. Ao redor da mesa havia uma depressão. E nela corria a água que jorrava constantemente sobre cada corpo, saindo de uma torneira encimando a mesa. Os rostos dos mortos estavam voltados para aqueles jorros, cobrindo-os na morte como o irreprimível mecanismo de suas próprias lágrimas.

Já experimentou ler em voz alta? Isso é realmente ragtime. É o mesmo ritmo e a mesma velocidade. Eu lia e ficava me sentindo dentro de um rag do Scott Joplin ou do Jelly Roll Morton. Fucking Awesome.

tmanfrini escreveu:

Vulnavia escreveu:

tmanfrini escreveu: 3.o capítulo right now.

A maioria dos imigrantes vinham da Itália e do leste da Europa, e era transportada em lanchas para Ellis Island. Ali, num estranho e pomposo armazém humano de tijolos vermelhos e pedra cinzenta, eram marcados com etiquetas, tomavam banho de chuveiro e sentavam-se em bancos dos recintos de espera. Percebiam de imediato o imenso poder dos funcionários da imigração. Modificavam nomes que não conseguiam pronunciar, separavam membros de uma família, consignavam os velhos ao regresso, as pessoas de vida deficiente, a ralé e também os que pareciam insolentes. Tal poder era atordoante. Tudo lhes lembrava a pátria. Enveredando pelas ruas eram absorvidos pelos cortiços, não se sabia como. Os nova-yorkinos desprezavam-nos. Eram sujos e analfabetos. Cheiravam a peixe e alho. Ostentavam feridas abertas. Não tinham amor-próprio e trabalhavam por quase nada. Roubavam. Bebiam. Violentavam as próprias filhas. Matavam-se tranquilamente uns aos outros. Entre os quais mais os desprezavam, contavam-se os irlandeses de segunda geração, cujos pais haviam sido culpados dos mesmos crimes. Garotos irlandeses puxavam as barbas dos velhos judeus, atiravam-nos no chão, e viravam os carrinhos dos vendedores italianos.
Em todas as estações do ano, as carroças percorriam as ruas, recolhendo corpos abandonados. Tarde da noite, velhas com lenços na cabeça entravam no necrotério em busca de maridos e filhos. Os corpos jaziam em mesas de ferro galvanizado. Da extremidade de cada mesa descia uma calha até o piso. Ao redor da mesa havia uma depressão. E nela corria a água que jorrava constantemente sobre cada corpo, saindo de uma torneira encimando a mesa. Os rostos dos mortos estavam voltados para aqueles jorros, cobrindo-os na morte como o irreprimível mecanismo de suas próprias lágrimas.

Já experimentou ler em voz alta? Isso é realmente ragtime. É o mesmo ritmo e a mesma velocidade. Eu lia e ficava me sentindo dentro de um rag do Scott Joplin ou do Jelly Roll Morton. Fucking Awesome.

Tem razão ,

Apreciando muito a linguagem, a imagística, o timing... Literatura de primeira esse autor, vê-se logo.

Vulnavia escreveu:O Mat só lê Pynchon. :3

Gourmet escreveu:Senhores, apenas para mantê-los atualizados e informar o Sr. Jabá. Estou lendo Crime e Castigo.

Gourmet escreveu:Post 301, com este, e nenhum conto ainda... iria postar uma ficção, que cresceu e está virando um negócio legal e sombrio.

Crime e Castigo, página 224!

Gourmet escreveu:Jabonsky, algumas coisas saíram do trilho, para o bem e para o mal.

Leio seus contos, apesar de não estar postando muito ultimamente, e é um tapa na cara saber que você vem sendo garfado nos torneios. São coisa fina. É hora de reunir esse material e publicar.

Jabá escreveu:

Vulnavia escreveu:O Mat só lê Pynchon. :3

É porque ele vive em uma realidade entrópica tangível apenas pela paranóia.

Mat escreveu:

Jabá escreveu:

Vulnavia escreveu:O Mat só lê Pynchon. :3

É porque ele vive em uma realidade entrópica tangível apenas pela paranóia.

Ainda bem que não sou vizinho de nenhum de vocês!

Mentira, eu queria ser, minha vida social seria tão divertida