O que você está lendo?
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Re: O que você está lendo?
LIXO!!!!
Jabá- Guerra e Paz
- Mensagens : 3743
Data de inscrição : 06/09/2011
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Re: O que você está lendo?
Eu estou lendo o livro do Berman [historiador americano e de tendência marxista] Tudo o que é sólido se desmancha no ar, estou no capítulo em que ele fala das relações de Pushkin, Gogol e Dostoievski com Petersburgo.
Mat- Guerra e Paz
- Mensagens : 2969
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Re: O que você está lendo?
Ainda estou com o contra o dia firme e forte
Mat- Guerra e Paz
- Mensagens : 2969
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Localização : Bahia
Re: O que você está lendo?
Também estou lendo esse livro.
É de história. Conta outra perspectiva do imperialismo europeu.
Mat- Guerra e Paz
- Mensagens : 2969
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Localização : Bahia
Re: O que você está lendo?
Amando
*Cito do 1.o conto, "O grande luto"
(...) Ora, era ele, Efraïm, quem se confrontava com a mensagem e a tenebrosa auréola que d'Ele irradiava...
Entendia enfim que as mil formas secretas do interior do universo - estrelas que nascem, envelhecem e explodem, rastros negros e pálidos, incandescências, nuvens opacas - provinham do impulso da palavra inicial de Elohim feita Coisa, e logo feita Caos, desmembrada assim como Quem a proferira. Daí a grande fornicação no seio do Ser, a douda pululação multiplicando contornos, suscitando sempre novas criaturas sem porquê, tomadas de egoísmo, ávidas, impertinentes, e afinal efémeras. O único saber certo, demolidor, ele o detinha: queria escondê-lo dos outros e guardá-lo em segredo, com a insuportável carga que encerrava. Escolhido entre os humanos, fora-o decerto: tornara-se, num momento, senhor absoluto da verdade, desvendara as razões da não-razão da Coisa.
Na luta entre a excitação e o torpor que o disputaram, o astrónomo sucumbiu ao sono, pesadelos revolveram-no: olhava o firmamento por uma luneta da sua invenção, ouvia-o crepitar no silêncio sideral e via-o fragmentar-se, os blocos confluíam perigosamente sobre a sua cabeça, um deles, diferente, tornava-se negro, e sobre ele surgia um réptil possante, de pescoço erguido na sua direcção, que o observava até à minúcia, corpo e ânimo; e então uma voz blasfema descia do céu e nomeava-o: "Efraïm... Efraïm... O Apocalipse foi no começo! Deus morreu e tu deves tomar o Seu lugar... tu, pequeno profeta, profeta destes tempos." Refazia-se o céu, inteiramente opaco, e o sonhador sentiu-o e soube-o de chumbo, pesado e pardo. Viu-o então, ó assombro, descer devagar sobre si; e o espaço que lhe era concedido entre céu e terra diminuía já a cada instante por um veredicto do alto, e ameaçava esmagá-lo entre as duas faces inflexíveis que se iam juntar como as mandíbulas de um torno. Essa pena sobre ele impendente reduzilo-ia a um silhueta espalmada sem espessura, entre os planos divino e terrestre, e o borrão enegrecido do seu sangue seria semelhante à mancha cósmica d'Aquele que o obcecava. Assim descia o céu, na sua metálica dureza, lento mas inevitável, dando-lhe o tempo e a possibilidade de sopesar a sua culpa e se aperceber da magnitude do castigo: e, porque nenhuma culpa fora ou pudera ser maior, esse castigo devia exceder todos os outros conhecidos e infligidos. Despertava Efraïm, e a vigília não lhe trazia consolo, antes desesperação: estava o mundo sem regras e, sendo rasgada a Lei e o sentido da vida cancelado, a própria punição que lhe cabia era anulada, enquanto inexpiável culpa o sucumbia.
Mas se deixar cito o conto inteiro por arrebatamento, peço desculpas caso já o grifão agrida...
*Cito do 1.o conto, "O grande luto"
(...) Ora, era ele, Efraïm, quem se confrontava com a mensagem e a tenebrosa auréola que d'Ele irradiava...
Entendia enfim que as mil formas secretas do interior do universo - estrelas que nascem, envelhecem e explodem, rastros negros e pálidos, incandescências, nuvens opacas - provinham do impulso da palavra inicial de Elohim feita Coisa, e logo feita Caos, desmembrada assim como Quem a proferira. Daí a grande fornicação no seio do Ser, a douda pululação multiplicando contornos, suscitando sempre novas criaturas sem porquê, tomadas de egoísmo, ávidas, impertinentes, e afinal efémeras. O único saber certo, demolidor, ele o detinha: queria escondê-lo dos outros e guardá-lo em segredo, com a insuportável carga que encerrava. Escolhido entre os humanos, fora-o decerto: tornara-se, num momento, senhor absoluto da verdade, desvendara as razões da não-razão da Coisa.
Na luta entre a excitação e o torpor que o disputaram, o astrónomo sucumbiu ao sono, pesadelos revolveram-no: olhava o firmamento por uma luneta da sua invenção, ouvia-o crepitar no silêncio sideral e via-o fragmentar-se, os blocos confluíam perigosamente sobre a sua cabeça, um deles, diferente, tornava-se negro, e sobre ele surgia um réptil possante, de pescoço erguido na sua direcção, que o observava até à minúcia, corpo e ânimo; e então uma voz blasfema descia do céu e nomeava-o: "Efraïm... Efraïm... O Apocalipse foi no começo! Deus morreu e tu deves tomar o Seu lugar... tu, pequeno profeta, profeta destes tempos." Refazia-se o céu, inteiramente opaco, e o sonhador sentiu-o e soube-o de chumbo, pesado e pardo. Viu-o então, ó assombro, descer devagar sobre si; e o espaço que lhe era concedido entre céu e terra diminuía já a cada instante por um veredicto do alto, e ameaçava esmagá-lo entre as duas faces inflexíveis que se iam juntar como as mandíbulas de um torno. Essa pena sobre ele impendente reduzilo-ia a um silhueta espalmada sem espessura, entre os planos divino e terrestre, e o borrão enegrecido do seu sangue seria semelhante à mancha cósmica d'Aquele que o obcecava. Assim descia o céu, na sua metálica dureza, lento mas inevitável, dando-lhe o tempo e a possibilidade de sopesar a sua culpa e se aperceber da magnitude do castigo: e, porque nenhuma culpa fora ou pudera ser maior, esse castigo devia exceder todos os outros conhecidos e infligidos. Despertava Efraïm, e a vigília não lhe trazia consolo, antes desesperação: estava o mundo sem regras e, sendo rasgada a Lei e o sentido da vida cancelado, a própria punição que lhe cabia era anulada, enquanto inexpiável culpa o sucumbia.
Mas se deixar cito o conto inteiro por arrebatamento, peço desculpas caso já o grifão agrida...
tmanfrini- Guerra e Paz
- Mensagens : 1513
Data de inscrição : 29/09/2011
Idade : 31
Localização : Navegantes - SC
Re: O que você está lendo?
Parece bom. Bem denso e apocalíptico. É português? Homônimo do padre, não?
Re: O que você está lendo?
É sim, pra se encontrar sobre pesquise António Bracinha Vieira. Os quatro primeiros contos são ótimos, mas os três últimos desvalorizam o todo... Mas, sim, apocalíptico define bem, e em Sete Contos de Fúria você pode ler esse apocalíptico muito bom e outro falho que fecha frustrantemente algo que tinha começado cheio de êxitos. Parece que ele seguiu uma espécie de fórmula e ela súbito desmorona com repetições e temáticas agonizantes. Ainda assim, os quatro primeiros recomendo bastante (O grande luto, Névoa sobre as origens, Êos, O mosteiro).Lorenzo Becco escreveu:Parece bom. Bem denso e apocalíptico. É português? Homônimo do padre, não?
Falando no Padre, gostaria de lê-lo qualquer dia desses...
Agora lerei a O corno de si mesmo & outras historietas - Sade.
tmanfrini- Guerra e Paz
- Mensagens : 1513
Data de inscrição : 29/09/2011
Idade : 31
Localização : Navegantes - SC
Re: O que você está lendo?
Imagina
tmanfrini- Guerra e Paz
- Mensagens : 1513
Data de inscrição : 29/09/2011
Idade : 31
Localização : Navegantes - SC
Re: O que você está lendo?
Lendo um pouquinho de cada um e furando minha lista de livros a ler.
Karenina- Crime e Castigo
- Mensagens : 870
Data de inscrição : 19/09/2011
Idade : 35
Re: O que você está lendo?
Karenina escreveu:
Foi o único do Kundera que eu li.
Mat- Guerra e Paz
- Mensagens : 2969
Data de inscrição : 12/07/2011
Idade : 33
Localização : Bahia
Re: O que você está lendo?
Mat escreveu:Karenina escreveu:
Foi o único do Kundera que eu li.
Num tô gostando muito deste não, mas pode ser que melhore...
Karenina- Crime e Castigo
- Mensagens : 870
Data de inscrição : 19/09/2011
Idade : 35
Re: O que você está lendo?
Lendo Os detetives salvajes, do Roberto Bolaño.
tiago- Crime e Castigo
- Mensagens : 849
Data de inscrição : 17/07/2011
Re: O que você está lendo?
Bom?tpnocera escreveu:Lendo Os detetives salvajes, do Roberto Bolaño.
Nunca li Bolaño.
tmanfrini- Guerra e Paz
- Mensagens : 1513
Data de inscrição : 29/09/2011
Idade : 31
Localização : Navegantes - SC
Re: O que você está lendo?
Estou gostando, e olhando que não simpatizo com coisas do tipo "somos boêmios, somos foda" do tipo On the Road. Mas esse é bem melhor
tiago- Crime e Castigo
- Mensagens : 849
Data de inscrição : 17/07/2011
Re: O que você está lendo?
tpnocera escreveu:Lendo Os detetives salvajes, do Roberto Bolaño.
Lendo no original mesmo ou tradução?
Mat- Guerra e Paz
- Mensagens : 2969
Data de inscrição : 12/07/2011
Idade : 33
Localização : Bahia
Re: O que você está lendo?
Mat escreveu:tpnocera escreveu:Lendo Os detetives salvajes, do Roberto Bolaño.
Lendo no original mesmo ou tradução?
No original.
tiago- Crime e Castigo
- Mensagens : 849
Data de inscrição : 17/07/2011
Re: O que você está lendo?
Li na tradução, que no original tem muita gíria do Chile que eu não saco, mas o livro é excelente!
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