Raduan Nassar
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Raduan Nassar
Raduan Nassar (Pindorama, 27 de novembro de 1935) é um escritor brasileiro, filho de imigrantes libaneses.
Na adolescência, foi para São Paulo com a família, onde cursou Direito e Filosofia na Universidade de São Paulo. Estreou na literatura no ano de 1975, com o romance Lavoura Arcaica. Em 1978 foi publicada a novela Um copo de cólera, que fora escrita em 1970. Em 1997 foi publicada a obra Menina a caminho, reunindo seus contos dos anos 60 e 70.
Com apenas três livros publicados, é considerado pela crítica como um grande escritor e comparado a nomes consagrados da literatura brasileira, como Clarice Lispector e Guimarães Rosa. Tudo isso graças à extraordinária qualidade de sua linguagem e força poética da sua prosa. Cultuado por um pequeno círculo de leitores, Raduan se tornou mais conhecido pelo público em geral com as versões cinematográficas de Um copo de cólera e Lavoura arcaica.
Após a sua estréia na literatura, Nassar deixou de escrever em 1984, e mudou-se para seu sítio em sua cidade natal.
Atualmente, Raduan mora na cidade de São Paulo.
BIBLIOGRAFIA:
Vale muito a pena ler esse texto da Piauí (N° 70 - jULHO/2012):
http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-70/questoes-pos-literarias/depois-da-lavoura
Fala sobre como ele abandonou a literatura para criar uns frangos no interior e depois como abandonou os frangos pra se dedicar à vagabundagem total.
Jabá- Guerra e Paz
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Data de inscrição : 06/09/2011
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Re: Raduan Nassar
Acho que Raduan Nassar é meu escritor brasileiro predileto. E é impressionante como cada livro é completamente diferente um do outro. Eu pessoalmente sou mais fã do Lavoura Arcaica (melhor cena de masturbação e de sexo da história da literatura) pelo seu páthos trágico (e logo previsível) ao mesmo tempo numa linguagem extremamente poética (me desculpem, eu num consegui achar o adjetivo certo). Enfim, um dos melhores livros que já li.
Também gosto muito MUITO do Ventre seco (http://www.releituras.com/i_orlando_rnassar.asp) e só mais um sinal da sua grandeza e multiplicidade.
Também gosto muito MUITO do Ventre seco (http://www.releituras.com/i_orlando_rnassar.asp) e só mais um sinal da sua grandeza e multiplicidade.
RafaelS- Ana Karenina
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Data de inscrição : 11/02/2013
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Re: Raduan Nassar
Raduan é foda. Coloco o livro dele na mesma prateleira do Rubem e do Bukowski.
Acho que já tínhamos falado dele por aqui... Jabá deveria ler Um Copo de Cólera. Foi tudo que li e sempre quis ler o Lavoura, não o nosso colega de fórum, mas o livro. Não sabia desse terceiro livro dele. Foi bom o assunto vir à tona.
Acho que já tínhamos falado dele por aqui... Jabá deveria ler Um Copo de Cólera. Foi tudo que li e sempre quis ler o Lavoura, não o nosso colega de fórum, mas o livro. Não sabia desse terceiro livro dele. Foi bom o assunto vir à tona.
Gourmet- A Senhoria
- Mensagens : 665
Data de inscrição : 20/09/2011
Re: Raduan Nassar
Li uma notícia um tempinho atrás que ele doou a fazenda dele para uma universidade. Depois procurarei e coloco aqui. Muito interesse tenho em conhecer os livros.
lavoura- Guerra e Paz
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Idade : 35
Re: Raduan Nassar
Lavoura, é a matéria (muito boa por sinal) da Piauí que o Jabá linkou no primeiro post.
RafaelS- Ana Karenina
- Mensagens : 399
Data de inscrição : 11/02/2013
Localização : Rio de Janeiro
Re: Raduan Nassar
Lavoura não leu meu post.
Lembro que alguém já tinha comentado mesmo sobre esse cara aqui no fórum.
Só que eu pensava que o bicho era estrangeiro e torci o narix.
Mas depois de ler a reportagem da Piauí (leiam porque vale muito a pena) resolvi conhecer o cara. O legal é que a bibliografia é pequena e encontra fácil e barato na EV.
Lembro que alguém já tinha comentado mesmo sobre esse cara aqui no fórum.
Só que eu pensava que o bicho era estrangeiro e torci o narix.
Mas depois de ler a reportagem da Piauí (leiam porque vale muito a pena) resolvi conhecer o cara. O legal é que a bibliografia é pequena e encontra fácil e barato na EV.
Jabá- Guerra e Paz
- Mensagens : 3743
Data de inscrição : 06/09/2011
Idade : 44
Localização : Teresina/PI
Re: Raduan Nassar
RafaelS escreveu:Eu pessoalmente sou mais fã do Lavoura Arcaica (melhor cena de masturbação e de sexo da história da literatura) [...]
Concordo.
RafaelS escreveu:[...] pelo seu páthos trágico (e logo previsível) ao mesmo tempo numa linguagem extremamente poética (me desculpem, eu num consegui achar o adjetivo certo).
Está certíssimo o seu adjetivo.
Gourmet escreveu:Raduan é foda. Coloco o livro dele na mesma prateleira do Rubem e do Bukowski.
Eu acho o Raduan muito superior ao Bukowski.
Li o "Lavoura Arcaica" a primeira vez obrigado por que era um dos livros da seleção de mestrado.
Foi um impacto muito grande pela linguagem, a temática bíblica e a familiar.
Logo depois fui atrás de "Um Copo de Cólera". Também achei ótimo, mas não tanto quanto o anterior.
Admiro muito o cara por ter dado um foda-se pra literatura e seus estrelismos e ter ido criar galinhas.
Recomendo os dois ótimos filmes baseados na obra dele.
[Um dos filmes nacionais mais lindos de todos os tempos. Deveria ter ganhado o Oscar!]
[Muito sexo, ao que tudo indica real por serem marido e mulher. Filmaço também.]
Re: Raduan Nassar
Jabá escreveu:Lavoura não leu meu post.
Deixe de ser acaico, Lavoura!
Gourmet- A Senhoria
- Mensagens : 665
Data de inscrição : 20/09/2011
Re: Raduan Nassar
Gourmet escreveu:Jabá escreveu:Lavoura não leu meu post.
Deixe de ser acaico, Lavoura!
Jabá- Guerra e Paz
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Data de inscrição : 06/09/2011
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Re: Raduan Nassar
RafaelS escreveu:Eu pessoalmente sou mais fã do Lavoura Arcaica (melhor cena de masturbação e de sexo da história da literatura)
Poste esse trecho
Mat- Guerra e Paz
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Localização : Bahia
Re: Raduan Nassar
Desculpem-me. Não tinha visto o post do jabá, achei que era só a bio da wikipédia.
Fico cada vez mais curioso para ler os livros, o filme "Um copo de cólera" já vi alguns pedaços(praticamente as cenas picantes) e é bem mais hardcore doque as outras cenas.
lavoura- Guerra e Paz
- Mensagens : 2350
Data de inscrição : 26/06/2012
Idade : 35
Re: Raduan Nassar
Tambem gostei muito dos dois livros do Raduan Nassar que eu li: "Um copo de colera", e "Lavoura Arcaica". Os dois muito intensos e muito bonitos.
Estou insistindo pra minha mulher ler o Lavoura Arcaica, ela esta resistindo (porque nao deve ter simpatizado com o titulo) mas continuo tentando.
Estou insistindo pra minha mulher ler o Lavoura Arcaica, ela esta resistindo (porque nao deve ter simpatizado com o titulo) mas continuo tentando.
schmidt- A Dama do Cachorrinho
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Data de inscrição : 26/01/2012
Idade : 49
Localização : Volta Redonda
Re: Raduan Nassar
Novela espetacular. Um tratado poético sobre as dores das relações familiares e amorosas. Apesar do tamanho, "Lavoura arcaica" é um grande livro. Dentro dessas poucas páginas estão contidos todos os temas que fazem um livro ser completo. Me recuso a dizer que Nassar escreve em prosa, na verdade ele se aproxima bastante do chamamos de prosa poética. Extensas reflexões sobre a natureza do simples na vida, adjetivações, meditações sobre o amor. O resultado disso é marcante. Belíssimos trechos onde ele explora a língua portuguesa e consegue dizer o indizível, e, como disse o poeta Rimbaud, "fixar vertigens", se mostrando um grande estilista de nossa língua.
O livro narra a tristonha história de André, um sujeito taciturno que vive com os pais numa fazenda. Ele foge de casa porque é apaixonado pela própria irmã, Ana. A cena inicial do livro mostra Pedro, irmão mais velho, indo buscar André em uma pensão para que ele retorne para a casa. Durante o livro acompanhamos a reflexões de André sobre vida com família, especialmente sua relação estranha e distante com seu pai, o amor que sente por Ana, suas danças, seus jeitos, seu olhar, tudo descrito com maestria por Nassar em uma tristeza mórbida. Uma das coisas mais intrigantes e confusas do livro é o misto de desejo sexual e carinho que André nutre pela própria mãe:
"[...] Me distraindo na penumbra que brotava da aurora, e redescobrindo a cada lance da claridade do dia, ressurgindo através das frinchas, a fantansia mágica das pequenas figuras pintadas no alto da parede como cercadura, e só esperando que ela entrasse no quarto e me dissesse muitas vezes "acorda, coração" e me tocasse muitas vezes suavemente o corpo até que eu, que fingia dormir, agarrase suas mãos num estremecimento, e era então um jogo sutil que nossas mãos compunham debaixo do lençol, e eu ria e ela cheia de amor me asseverava num cicio "não acorda teus irmãos, coração", e ela depois erguia minha cabeça contra almofada quente do seu ventre e, curvando corpo grosso, beijava muitas vezes meus cabelos, e assim que eu me levantava Deus estava do meu lado em cima do criado-mudo, e era um deus que eu podia pegar com as mãos e que punha no pescoço e me enchia o peito."
Um livro que, certamente, merece ser relido várias e várias vezes.
Mat- Guerra e Paz
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Data de inscrição : 12/07/2011
Idade : 33
Localização : Bahia
Re: Raduan Nassar
Maldito. Já leu! Pus as patas no meu agora. Vou ler com o Lavoura.
Jabá- Guerra e Paz
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Data de inscrição : 06/09/2011
Idade : 44
Localização : Teresina/PI
Re: Raduan Nassar
Esse livro acho que talvez seja um dos livros mais potentes do século XX. Se fosse de um anglófano ou francófano seria com certeza catapultado aos topos dos cânones.
Aqui uns trechos que copiei na época que li:
e
Aqui uns trechos que copiei na época que li:
Pondo folhas vermelhas em desassossego, centenas de feiticeiros desceram em caravana do alto dos galhos, viajando com o vento, chocalhando amuletos nas suas crinas, urdindo planos escusos com urtigas auditivas, ostentando um arsenal de espinhos venenosos em conluio aberto com a natureza tida por maligna; povoaram a atmosfera de resinas e de ungüentos, carregando nossos cheiros primitivos, esfregando nossos narizes obscenos com o pó dos nossos polens e o odor dos nossos sebos clandestinos, cavando nossos corpos de um apetite mórbido e funesto; sentindo duas mãos enormes debaixo dos meus passos, me recolhi na casa velha da fazenda, fiz dela o meu refúgio, o esconderijo lúdico da minha insônia e suas dores, tranquei ali, entre as páginas de um missal, minha libido mais escura; devolvendo às origens as raízes dos meus pés, me desloquei entre ratos cinzentos, explorei o silêncio dos corredores, percorri a madeira que gemia, as rachas nas paredes, janelas arriadas, o negrume da cozinha, e, inflando minhas narinas para absorver a atmosfera mais remota da família, ia revivendo os suspiros esquálidos pendendo dos caibros com as teias de aranha, a história tranqüila debruçada nos parapeitos, uma história mais forte nas suas vigas; marcando o silêncio úmido daquele poço, só existia um braço de sol passando sorrateiro por uma fresta do telhado, acendendo um pequeno lume, poroso e frio, no chão do assoalho; incidindo em da canto meu tormento sacro e profano, ia enchendo os cômodos em abandono com minhas preces, iluminando com meu fogo e minha fé as sombras esotéricas que fizeram a fama assustada da casa velha; e enquanto me subiam os gemidos subterrâneos através das tábuas, eu fui dizendo, como quem ora, ainda incendeio essa madeira, esses tijolos, essa argamassa, logo fazendo do quarto maior da casa o celeiro dos meus testículos (que terra mais fecunda, que vagidos, que rebento mais inquieto irrompendo destas sementes!), vertendo todo meu sangue nesta senda atávica, descansando em palha o meu feto renascido, embalando-o na palma, espalhando as pétalas prematuras de uma rosa branca, eu já corria na minha espera, eu disparava na embriaguez (que vinho mais lúcido no verso destas minhas pálpebras!), me pondo a espiar pelas frinchas feito bicho, acenando com minha presença dentro da casa velha através do espelho dos meus olhos, o mesmo aço intermitente e espicaçante com que no bosque, ou nos pastos, transmitíamos à distância os nossos códigos proibidos: que paixão mais pressentida, que pestilências, que gritos!
e
branco branco o rosto branco e eu me lembrei das pombas, as pombas da minha infância, me vendo também assim, espreitando atrás da veneziana, como espreitava do canto do paiol quando criança a pomba ressabiada e arisca que media com desconfiança os seus avanços, o bico minucioso e preciso bicando e recuando ponto por ponto, mas avançando sempre no caminho tramado dos grãos de milho, e eu espreitava e aguardava, porque existe o tempo de aguardar e o tempo de ser ágil (foi essa uma ciência que aprendi na infância e esqueci depois) e acompanhava e ia lendo na imaginação as cruzetas deformadas e graciosas, impressas nos seus recuos e nos seus avanços pelos pés macios no chão de terra; e existia o tempo de ser ágil, e era então um farfalhar quase instantâneo de asas quando a peneira lhe caia sorrateira em cima, e minhas mãos já eram um ninho, era então um estremecimento que eu apertava entre elas enquanto corria pelo quintal em alvoroço gritando é minha é minha e me detendo pra conhecer melhor seus olhos pequenos e redondos, matreiros mas agora em puro espanto
RafaelS- Ana Karenina
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Re: Raduan Nassar
Uma pena o Nassar não escrever mais.
Mat- Guerra e Paz
- Mensagens : 2969
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Idade : 33
Localização : Bahia
Re: Raduan Nassar
Comecei a ler e cheguei até o capítulo 10. Excelente livro! O mat definiu muito bem a prosa do Raduan: poética.
Que coisa linda é todo o capítulo nove e as digressões sobre o tempo!
Da para citar o livro todo no tópico pois todas as frases são belas.
Que coisa linda é todo o capítulo nove e as digressões sobre o tempo!
Da para citar o livro todo no tópico pois todas as frases são belas.
lavoura- Guerra e Paz
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Data de inscrição : 26/06/2012
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Re: Raduan Nassar
MAKTUB
RafaelS- Ana Karenina
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Data de inscrição : 11/02/2013
Localização : Rio de Janeiro
Re: Raduan Nassar
RafaelS escreveu:MAKTUB
Terminei de ler.
Excelente é pouco! A linguagem é foda no livro todo, e esse fds vi o filme também que é muito bom.
lavoura- Guerra e Paz
- Mensagens : 2350
Data de inscrição : 26/06/2012
Idade : 35
Re: Raduan Nassar
LAVOURA ARCAICA
RADUAN NASSAR
COMPANHIA DAS LETRAS – 194 PÁGINAS
Lavoura Arcaica foi a primeira publicação de Raduan Nassar e que firmou seu nome como um dos grandes escritores nacionais apesar de sua breve carreira. A fama do autor se justifica pela sua obra. O livro traz uma estética elegante e com uma singular construção do encadeamento do ritmo da história que dá saltos de avanço e saltos de regresso no tempo que vai se afunilando em torno de uma linha que é a trama principal: o crepúsculo de uma família ultraconservadora e claro, arcaica.
André, o personagem principal foi baseado no clássico “filho pródigo”, tema de infinitas parábolas e histórias. Ele é um transgressor e sabe disso. A sua angústia transborda em cada página narrada num ritmo frenético e angustiante num misto de violência e ternura, raiva e amor. Seu pai, um velho fazendeiro da mais alta estirpe patriarcal, misto de pregador e tirano, divide a família em nichos cada qual com sua hierarquia na estrutura para manter sua velha lavoura, o sustento e a razão de viver daquela família. André se opõe a isso. Se opõe ao pai, se opõe a Deus, se opõe à natureza. Nada pra ele é vedado e suas transgressões não tem limites em sua ânsia de justificar seu modo torto de vida. À medida que a trama se desenrola até alcançar o seu final magistral, André também se mostra um câncer que contamina os demais irmãos com seu ódio desmedido.
Infelizmente a obra de Raduan Nassar se resume a 3 livros publicados até seu desligamento dos meios literários. A razão ninguém sabe ao certo, mas pelo menos se tratando dessa obra, o autor figura com certeza entre os mais importantes da literatura nacional e a torna peça fundamental em qualquer biblioteca que se preze.
Jabá- Guerra e Paz
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Data de inscrição : 06/09/2011
Idade : 44
Localização : Teresina/PI
Re: Raduan Nassar
Li hoje, como sempre muito bom. Raduan é o mestre da metáfora, o livrinho é formado por cinco textos, sendo o que dá título o mais longo deles. Mas gostei muito mais dos outros. Apesar de curto é um excelente livro, a narração dos detalhes e dos gestos insignificantes diários ganham uma cor totalmente nova, em momento algum torna a descrição monótona, pelo contrário, tudo ali é lindo.
lavoura- Guerra e Paz
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Re: Raduan Nassar
Meu favorito é O ventre seco
tmanfrini- Guerra e Paz
- Mensagens : 1513
Data de inscrição : 29/09/2011
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Localização : Navegantes - SC
Re: Raduan Nassar
Foi o que eu mais gostei também, Tthaís.
Dá para citar esse texto inteiro, não tem uma linha sequer que não seja foda.
Gostei muito da última frase
Dá para citar esse texto inteiro, não tem uma linha sequer que não seja foda.
Gostei muito da última frase
11. Não tente mais me contaminar com a tua febre, me inserir no teu contexto, me pregar tuas certezas, tuas convicções e outros remoinhos virulentos que te agitam a cabeça. Pouco se me dá, Paula, se mudam a mão de trânsito, as pedras do calçamento ou o nome da minha rua, afinal, já cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho, dou-lhe o meu silêncio.
lavoura- Guerra e Paz
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Re: Raduan Nassar
Poema de Moacir Amâncio, em "Abrolhos" -
Agricultor Raduan
O fazendeiro terreno
- ou anagrama de eterno (r)
trabalha as iniquidades
não por motivo moral,
mas devido à pequenez
vai lavorando pretextos
em que traduz organismos
vegetais e animais, ciência
preparada pelo zero,
quase uma totalidade
pois divide-se, bifurca-se
arando a circunferência
à mercê da mão do homem.
Seja estrela, seja couve
o resultado infinito.
Agricultor Raduan
O fazendeiro terreno
- ou anagrama de eterno (r)
trabalha as iniquidades
não por motivo moral,
mas devido à pequenez
vai lavorando pretextos
em que traduz organismos
vegetais e animais, ciência
preparada pelo zero,
quase uma totalidade
pois divide-se, bifurca-se
arando a circunferência
à mercê da mão do homem.
Seja estrela, seja couve
o resultado infinito.
tmanfrini- Guerra e Paz
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Data de inscrição : 29/09/2011
Idade : 31
Localização : Navegantes - SC
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