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Hermann Broch

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Mensagem por Mat 1st março 2013, 9:32 am

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Hermann Broch (1º de novembro de 1886, Viena, Áustria – 30 de maio de 1951, New Haven, Connecticut) foi um escritor austríaco do século XX, considerado um dos maiores modernistas de todos os tempos. Broch nasceu em Viena, Áustria de uma família judaica e trabalhou por um tempo na fábrica de sua família, embora tivesse mantido seus interesses literários ocultos. Ele estava predestinado a trabalhar na fábrica têxtil de seu pai em Teesdorf, por isso, estudou em uma escola técnica para manufatura têxtil e em um colégio de fiação e tecelagem.

Em 1909, casou-se com Franziska von Rothermann, a filha de um fabricante fidalgo. No ano seguinte, seu filho Hermann Friedrich Maria nasceu. Depois, Broch começou a demonstrar interesse por outra mulher e seu casamento acabou em divórcio em 1923.

Ele estava familiarizado com Robert Musil, Rainer Maria Rilke, Elias Canetti, Franz Blei, seu amigo, escritor e ex-modelo nu, Ea von Allesch, e muitos outros. Em 1927, vendeu a fábrica têxtil e decicidiu estudar matemática, filosofia e psicologia na Universidade de Viena. Embarcou na carreira literária apenas em torno dos 40 anos de idade. Aos 45, publicou sua primeira novela, "The Sleepwalkers".

Com a anexação da Áustria pelos Nazistas (1938), Broch foi preso, porém um movimento organizado por amigos - incluindo James Joyce - conseguiu tê-lo libertado e autorizado a emigrar, primeiro para o Reino Unido, depois para os Estados Unidos, onde finalmente terminou seu romance "The Death of Virgil" e começou a trabalhar, como Elias Canetti, em um ensaio sobre o comportamento dos grupos sociais, o qual permaneceu inacabado. Após isso, converteu-se ao Catolicismo.

Hermann Broch morreu em 1951 em New Haven, Connecticut. Está enterrado em Killingworth, Connecticut, no cemitério Roast Meat Hill Road. Foi nomeado também, para o Prêmio Nobel de Literatura.
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Mensagem por lavoura 1st março 2013, 12:11 pm

Li recentemente um livro do Kundera em que ele tem um ensaio sobre Os Sonâmbulos do Broch muito interessante. E a obra parece ser bem legal.
A benvirá editou recentemente os três volumes:

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E aproveitando a citação do nome do Musil, alguém já leu algo dele? Principalmente o O homem sem qualidades?
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Mensagem por tmanfrini 2nd março 2013, 8:05 am

Muito bom A Morte de Virgílio
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Mensagem por Aline Santiago 3rd março 2013, 4:12 pm

Quero muito ler A morte de Virgílio e Os sonâmbulos. O Hermann Broch é um autor que muito me interessa.
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Mensagem por Mat 21st março 2013, 9:25 am

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"No ano de 1888, Herr Pasenow estava com setenta anos, e havia pessoas que experimentavam um estranho e inexplicável sentimento de aversão quando o viam se aproximar por alguma rua de Berlim e que em sua aversão até mesmo afirmavam que ele devia ser um homem velho e mal."

Com essas palavras Hermann Broch apresenta ao leitor o protagonista do primeiro volume de sua trilogia "Os sonâmbulos". O romance se passa na Prússia, entre Berlim e Stolpin. Joaquin Passenow, um velho tenente com características quixotescas, vive em um mundo de nostalgia e não consegue se encontrar no caos da modernidade. Passenow parece enxergar numa farda militar uma ordem que não existe mais, se entregando ao delírio e ao amor. Broch utiliza a farda para representar o arcaico estado prussiano dentro do livro.

Gostei da escrita do Broch. Seu texto tem um tom despojado e clássico ao mesmo tempo. Suas descrições são sutis e várias vezes beiram o desespero romântico, mas tudo sem perder o domínio e o controle da narrativa. As digressões são disciplinadas e rápidas. Só achei que o livro foi perdendo o encanto no meio da história, mas nada que estragasse de um todo a leitura, já que no final, Broch descreve momentos de intimidade sublime entre Pasenow, Elisabeth e Ruzena. Devo fechar a trilogia esse ano.
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Mensagem por César 30th março 2013, 2:16 pm

http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,poesia-poder-e-o-colapso-europeu-,1014763,0.htm
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Mensagem por Oric 30th março 2013, 7:44 pm

Não conhecia esse autor, mas parece ser bom, hein? Principalmente esse "A Morte de Virgílio". Gostei muito do tema.
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Mensagem por tmanfrini 5th abril 2013, 2:12 am

Ó conhecimento do homem, ainda não conhecimento, já não sabedoria, subida do humo do ser, subida dos primórdios da vida, subida da sabedoria das mães, alçando-se à nitidez fatal do ultraluminoso, da supervida, içando-se ao ardente reconhecimento do pai, elevando-se ao frio; ó conhecimento do homem, que não tem raízes, eternamente movimentado, nunca nas profundezas e nunca nas alturas, senão sempre pairando na soleira crepuscular entre a noite e o dia ... Nada que for terreno será realmente capaz de sair do sono, e somente quem jamais se esquecer da noite conseguirá completar a órbita, conseguirá voltar da intemporalidade do começo à intemporalidade do fim, conseguirá empreender sempre de novo o curso circular, ele mesmo sendo astro na imutabilidade do decorrer dos tempos, subindo do crepúsculo, desaparecendo nele, nascendo na esfera noturna e renascendo dela, acolhido pelo dia, cuja clareza se fundiu com a escuridão, o dia que contém a noite.
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Mensagem por Becco 5th abril 2013, 7:15 am

Desculpem a ignorância, mas esse Virgílio do romance é o Virgílio da Eneida?
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Mensagem por tmanfrini 5th abril 2013, 9:42 am

É sim
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Mensagem por Becco 9th abril 2013, 8:21 pm

Interessante. Já quero ler.
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Mensagem por Mat 13th abril 2013, 4:09 pm

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Hermann Broch, um dos maiores ficcionistas do século XX, escreveu o que George Steiner chamou de "o avanço técnico genuíno que a ficção atingiu desde o Ulysses", o romance "A morte de Virgílio". Nesse livro Broch recompõe as últimas dezoitos horas do poeta romano.Em uma prosa contemplativa e divagadora, o autor nos conduz até Virgílio em toda a sua intimidade. Os devaneios do poeta, suas elucubrações sexuais e, como não poderia deixar de ser, seu imenso talento como escritor. Observamos de perto a ascensão e queda de um homem cujo os relatos biográficos são esparsos, mas Broch não se deixa desanimar com isso e acaba criando uma espécie de ficção obituária para o autor romano. Mas os registros aqui são interiores, sensoriais e reflexivos. O livro pode exigir um pouco por conter um fio narrativo um tanto desordenado. Broch escreve com uma pontuação pouco convencional e não está interessado em reproduzir relatos tão palatáveis, pelo contrário, prefere focar seu texto no que há de "escorregadio" nas últimas horas de Virgílio. Romance que representa um dos grandes feitos do homem no século XX. Recomendo, mas, detalhe importante, é preciso atenção e paciência.

"Permite, ó pai, permite que eu aperte tua mão direita, e não te esquives do meu abraço". Enquanto assim falava, regava o rosto com copiosas lágrimas. Três vezes tentou ali cingir o pescoço do pai com os braços, três vezes a imagem em vão agarrada fugiu-lhe das mãos, igual aos leves ventos e mui semelhante ao sono volúvel.

Virgílio: Aeneis VI, 697 - 702
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Mensagem por Mat 15th março 2014, 2:09 pm

Grande teórico da cultura, Broch foi um dos principais ensaístas europeus (ao lado de Adorno) a estudar o kitsch na modernidade, tema do primeiro ensaio de Espírito e Espírito de Época. Associado a objetos vulgares, cópias de mau gosto da cultura erudita, o kitsch assume nas mãos do austríaco uma outra dimensão, ocupando o papel central nesse ensaio. Broch insere o kitsch na nefasta herança do romantismo do século 19, associando-o à decadência fin-de-siècle. Emile Zola não produziu literatura kitsch, mas esbarrou nela ao registrar sua convicção socialista e anticlerical. Mas, quem produz kitsch, alerta Broch, não é, de modo algum, alguém que faz arte de menor valor. Os exemplos são inúmeros, dos pré-rafaelitas a Tchaikovski.

http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,ensaios-de-hermann-broch-ganham-primeira-edicao-em-portugues,1140989,0.htm

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Mensagem por Oric 18th março 2014, 2:16 pm

Bacana, hein? Era pra eu ter incluído esse sobre o Virgílio na última compra que fiz, mas esqueci.  Neutral 
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Mensagem por Mat 4th outubro 2014, 11:47 pm

Hermann Broch e a dimensão ética contra a estupidez da vida em sociedade: http://oglobo.globo.com/cultura/livros/hermann-broch-a-dimensao-etica-contra-estupidez-da-vida-em-sociedade-14119528
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