Os cantos de Maldoror [Les Chants de Maldoror]
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Os cantos de Maldoror [Les Chants de Maldoror]
É um livro poético, escrito entre 1868 e 1869 (mas publicado bastante mais tarde), pelo Conde de Lautréamont, pseudónimo de Isidore Ducasse, poeta francês de origem uruguaia. É considerada uma das obras seminais da literatura fantástica, ainda que o seu universo estranho e mórbido seja de difícil classificação. O poema está dividido em sessenta secções de extensão irregular, designadas pelo autor como estrofes, distribuídas por seis cantos. O poema descreve cenas brutais, por vezes de violência extrema, onde a crueldade, a maldade, a cobardia e a estupidez humana são os principais motivos.
Ao longo da narração das cenas horríveis que são descritas, o narrador vai antecipando questões, dirigindo-se explicitamente ao leitor (que aqui aparece mais ou menos identificado como sendo os destinatários do poema – ainda que por vezes se dirija especificamente a um leitor singular), explicando o que é dito, de forma algo paralela às observações feitas por Virgílio a Dante, ao longo da Divina Comédia, ainda que neste caso, o narrador tenha mais tendência a lembrar o leitor de que tais situações são fictícias, enquanto que Virgílio parecia, com a sua autoridade clássica, legitimar as ocorrências descritas por Dante. Ao longo do poema nota-se, aliás, como este narrador se vai distanciando daquilo que é contado, o que pode ser interpretado como uma evolução do próprio autor enquanto escritor. O poema está repleto de passagens que são frequentemente criticadas, como sendo absurdas ou de gosto duvidoso, além de partes que terão sido plagiadas de livros científicos.
Philippe Sollers, no “Le Monde”, escreveu que este livro “de lógica pura” tinha sido feito “secretamente para seis ou sete (no máximo) indivíduos por século”.
Conde de Lautréamont escreveu:Ó pederastas incompreensíveis, não serei eu quem irá lançar injúrias contra vossa grande degradação; não serei eu quem irá atirar o desprezo contra vosso ânus infundibuliforme. Basta que as doenças vergonhosas, e quase incuráveis, que vos assediam, tragam consigo seu infálivel castigo.
Mat- Guerra e Paz
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Re: Os cantos de Maldoror [Les Chants de Maldoror]
Tinha que ter pederastia e cu [ânus infundibuliforme]...
Re: Os cantos de Maldoror [Les Chants de Maldoror]
Becco escreveu:Tinha que ter pederastia e cu [ânus infundibuliforme]...
É por isso também que ele gostou tanto do Rabelais. Ele sempre cita cu's no livro.
lavoura- Guerra e Paz
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Re: Os cantos de Maldoror [Les Chants de Maldoror]
Eu não gosto do Lautréamont.
Mat- Guerra e Paz
- Mensagens : 2969
Data de inscrição : 12/07/2011
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Localização : Bahia
Re: Os cantos de Maldoror [Les Chants de Maldoror]
Eu, como os cães, sinto a necessidade do infinito...Não posso, não posso satisfazer essa necessidade! Sou filho do homem e da mulher, ao que me dizem. Isso me espanta...acreditava ser mais! De resto, que me importa de onde venho? Se dependesse da minha vontade, teria preferido ser antes o filho da fêmea do tubarão, cuja fome é amiga das tempestades, e do tigre, cuja crueldade é reconhecida: eu não seria tão mau. (Lautréamont, Os Cantos de Maldoror, oitava estrofe, Canto I)
Deco- Ana Karenina
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Re: Os cantos de Maldoror [Les Chants de Maldoror]
A edição brasileira conta com um ótimo prefacio e tradução do Claudio Willer,o prefacio mostra a importância atribuída a Lautreamont pelos surrealistas e por outros poetas do seculo XX (Paz e Ponge),mas não se detêm apenas nesse aspecto.
Deco- Ana Karenina
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