Arthur Rimbaud
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Re: Arthur Rimbaud
Eu acho que é, mas isso não impede a gente de jogar certas coisas no lixo.
Eu não sou muito versado em Guimarães Rosa, mas do que eu sei as traduções boas dele são as do alemão e do italiano, as do inglês sendo consideradas BOSTA. Sobre a questão do GR trocando cartas, acho válido, tenho aqui o volume de cartas trocadas com o cabra alemão (a do italiano fico adiando a compra) mas ainda assim, a própria versão em inglês "Devil's pay in the backland", algo assim. Enfim, o que eu já vi dessa tradução, à despeito do modo control freak do GR, ela num tem muito salvação.
Claro, você tem razão, ao fim e ao cabo o estudo comparativo é interessante, mas aidna assim. Há leituras e leituras. Acho que talvez seja interessante fazer uma leitura aprofundada de traduções ruins caso você tenha interesse em compreender o fenômeno tradutório, os equívocos que são gerados etc etc. Agora, se a questão for ler, for ter prazer, aí eu acho que qualquer recurso outro que ao original mais atrapalha que ajuda.
mas enfim, meus dois centavos.
Eu não sou muito versado em Guimarães Rosa, mas do que eu sei as traduções boas dele são as do alemão e do italiano, as do inglês sendo consideradas BOSTA. Sobre a questão do GR trocando cartas, acho válido, tenho aqui o volume de cartas trocadas com o cabra alemão (a do italiano fico adiando a compra) mas ainda assim, a própria versão em inglês "Devil's pay in the backland", algo assim. Enfim, o que eu já vi dessa tradução, à despeito do modo control freak do GR, ela num tem muito salvação.
Claro, você tem razão, ao fim e ao cabo o estudo comparativo é interessante, mas aidna assim. Há leituras e leituras. Acho que talvez seja interessante fazer uma leitura aprofundada de traduções ruins caso você tenha interesse em compreender o fenômeno tradutório, os equívocos que são gerados etc etc. Agora, se a questão for ler, for ter prazer, aí eu acho que qualquer recurso outro que ao original mais atrapalha que ajuda.
mas enfim, meus dois centavos.
RafaelS- Ana Karenina
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Data de inscrição : 11/02/2013
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Re: Arthur Rimbaud
Eu acho que se for ler pro prazer qualquer recurso ajuda, inclusive a leitura comparativa, se você estiver disposto, claro. E sobre o Guimarães Rosa em inglês, eu não li muito sobre o Sertão veredas, esse estudo da professora é sobre um conto: "A hora e vez de Augusto Matraga". Ela faz um belo panorama do que é tradução, o surgimento das bases teóricas, Derrida e tal. A coisa é muito bem feita.
Mas enfim, acho que esse tipo de estudo ilumina coisas que talvez tenham ficado despercebidas só na sua leitura com a tradução da língua materna com o original. De certa forma penso como o Rilke que, numa carta famosa, comenta que há lugares que as palavras não penetram. Tem determinadas coisas que em português podem estar obscuras, o que pode não estar em espanhol e por aí vai, mas, repito, isso é complementar, não central na leitura.
Mas enfim, acho que esse tipo de estudo ilumina coisas que talvez tenham ficado despercebidas só na sua leitura com a tradução da língua materna com o original. De certa forma penso como o Rilke que, numa carta famosa, comenta que há lugares que as palavras não penetram. Tem determinadas coisas que em português podem estar obscuras, o que pode não estar em espanhol e por aí vai, mas, repito, isso é complementar, não central na leitura.
Mat- Guerra e Paz
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Re: Arthur Rimbaud
Tanto a tradução inglesa tanto do Grande Sertão: Veredas (The Devil To Pay In The Backlands) quanto a do Sagarana (idem) não agradaram ao Rosa, pois foram feitas à sua revelia.RafaelS escreveu:Eu não sou muito versado em Guimarães Rosa, mas do que eu sei as traduções boas dele são as do alemão e do italiano, as do inglês sendo consideradas BOSTA. Sobre a questão do GR trocando cartas, acho válido, tenho aqui o volume de cartas trocadas com o cabra alemão (a do italiano fico adiando a compra) mas ainda assim, a própria versão em inglês "Devil's pay in the backland", algo assim. Enfim, o que eu já vi dessa tradução, à despeito do modo control freak do GR, ela num tem muito salvação.
Ele mesmo disse que muito foi limado do Grande Sertão e que ficou parecendo mais um bang-bang, sem muito do aspecto metafísico-linguístico (essencial em qualquer obra do Rosa).
As traduções que ele acompanhou através de minuciosa correspondência, as que valem, são as do francês (Jean-Jacques Villard), italiano (Edoardo Bizzarri) e alemão (Curt Meyer-Clason).
Sobre as traduções francesas:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-106X2009000200005&script=sci_arttext
Manda aí pra mim, please?Mat escreveu:Eu acho que se for ler pro prazer qualquer recurso ajuda, inclusive a leitura comparativa, se você estiver disposto, claro. E sobre o Guimarães Rosa em inglês, eu não li muito sobre o Sertão veredas, esse estudo da professora é sobre um conto: "A hora e vez de Augusto Matraga". Ela faz um belo panorama do que é tradução, o surgimento das bases teóricas, Derrida e tal. A coisa é muito bem feita.
O Rosa dizia que tudo o que ele escrevia, na verdade, ele tava traduzindo de uma outra realidade, que as estórias estavam prontas em um outro plano (Rosa era muito platônico), e ele só as "captava" e "traduzia" para o português.Mat escreveu:Mas enfim, acho que esse tipo de estudo ilumina coisas que talvez tenham ficado despercebidas só na sua leitura com a tradução da língua materna com o original. De certa forma penso como o Rilke que, numa carta famosa, comenta que há lugares que as palavras não penetram. Tem determinadas coisas que em português podem estar obscuras, o que pode não estar em espanhol e por aí vai, mas, repito, isso é complementar, não central na leitura.
Inclusive, ele disse que tem coisas do Grande Sertão que ficaram melhores em alemão do que em português, por se tratar de uma língua metafísica e altamente maleável.
Re: Arthur Rimbaud
Mas sempre lembrando que entre o que o autor diz e a realidade tem muito chão, Becco.
Re: Arthur Rimbaud
Pois é, Becco. Exatamente isso. Lembrei do GGM falando que gostava mais da tradução do Rabassa pra Cem anos de solidão do que do original.
Mat- Guerra e Paz
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Re: Arthur Rimbaud
Feliz aniversário.
Mat- Guerra e Paz
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Re: Arthur Rimbaud
Depois compra as edições da topbooks, Becco!
Mat- Guerra e Paz
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Re: Arthur Rimbaud
Terminei. A última nota do Ivo Barroso foi um alento. Quero fazer uma releitura mais tranquila, sem me preocupar com as... notas.
Nessa primeira leitura o que mais gostei foi o poder de evocar imagens, o estranhamento causado pela linguagem (que nem sempre é diretamente prazeroso, mas instiga), os poemas eróticos e, apesar de já ter lido que isso não é uma característica do simbolismo, pelo contrário (), os poemas políticos, muitas vezes satíricos.
Destaque para Canto de Guerra Parisiense e, especialmente, O Ferreiro.
Oric- Crime e Castigo
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Re: Arthur Rimbaud
http://www.ubu.com/film/rimbaud_bio.html
Mat- Guerra e Paz
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