Um tópico pra falar de Cinema, por que não?

César escreveu:O último filme nacional que tentei ver desses baseados em livro foi Memórias Póstumas... O filme é dublado da maneira mais imbecil possível

Jabá escreveu:

César escreveu:O último filme nacional que tentei ver desses baseados em livro foi Memórias Póstumas... O filme é dublado da maneira mais imbecil possível

WTF? como um filme nacional pode ser dublado?

Tashinha escreveu:Quais seus diretores de cinema favoritos, amigos?

Tashinha escreveu:

aviso escreveu:

Tashinha escreveu:O cartaz desse Savagas é tão bonitinho, pena que há muitos detratores nesta página. Baixarei e depois comento o que achei.

Eu assisti por causa do cartaz e por causa do Philip Seymour, haha.

O próximo que vou assistir por causa do cartaz e título será:

Não vi a menor graça nesse livro. Espero que o filme preste.

tpnocera escreveu:

Tashinha escreveu:Quais seus diretores de cinema favoritos, amigos?

Tarkovsky. Manoel de Oliveira. Dreyer. Preminger. Howard Hawks. Jean Renoir, Marcel Carné, Ozu.

César escreveu:Coitado do Bergman, Tashinha

Tashinha escreveu:Quais seus diretores de cinema favoritos, amigos?

César escreveu:Voltei a minha vibe Bergman e assisti a Hora do Lobo. Meu, Bergman, pare, estou avisando!

César escreveu:Recomendo fortemente a Hora do Lobo. Quando procurei na wikipédia falava "terror", mas não tem nada de terror, mais pra tensão psicológica no máximo. Pausei Shame, também do Bergman, pra vir responder o tópico. Filme de "guerra", bom so far.

tpnocera escreveu:Acho que José Mojica Marins é exemplo de artista autêntico no cinema brasileiro... antes de eu ler Thomas Pynchon era o único que eu conhecia que colocava a prática de coprofagia nas suas coisas; enfim, é excelente. Gláuber Rocha eu até gosto, mas é aquela coisa, sempre vai ter um personagem gritando incoerências olhando direto pra câmera em algum ponto.

“Ela se vira. ‘Pegue a minha zibelina’. Ele obedece. ‘Cuidado não toque na minha pele’. Nos primórdios desse jogo, ela ficava nervosa, tinha prisão de ventre, pensava se a impotência masculina seria mais ou menos assim. Porém Pointsman pensava em tudo, e já prevendo esta possibilidade passou a enviar-lhe pílulas de laxante junto com as refeições. Agora seus intestinos gemem suavemente e ela sente a merda começando a descer e sair. Ele está de joelhos, os braços segurando o manto fino. Um cagalhão escuro aparece na fenda, despontando na escuridão absoluta entre as nádegas alvas. Ele abre bem os joelhos, desajeitado, até conseguir sentir o couro das botas. Debruça-se para frente para abarcar o cagalhão quente com os lábios, chupando para fora delicadamente, lambendo-lhe a face interior... está pensando, contra a vontade não consegue evita-lo, está pensando no pênis de um negro, sim, ele sabe que isso anula partes das condições acertadas, mas não há como negá-lo, a imagem de um africano bruto a discipliná-lo... O fedor de merda invade seu nariz, domina-o, cerca-o. É o cheiro de Passchendaele, do saliente. Misturado com a lama e a putrefação dos cadáveres, era o cheiro soberano do primeiro encontro dos dois, é o emblema de sua senhora. O tolete desliza para dentro de sua boca, até a garganta. Ele quase vomita, num espasmo, porém trinca os dentes com firmeza. Um pão que teria flutuado num vaso de porcelana em algum lugar, sem quem o visse, sem quem o provasse – assado no amargo forno intestinal, transformando-se no pão que conhecemos, pão leve como conforto doméstico, secreto como a morte na cama... Os espasmos na garganta continuam. A dor é terrível. Com a língua ele amassa a merda contra o céu da boca e começa a mastigar, um ruído forte, o único som na sala...
“Há mais dois toletes, menores, e tendo comido ambos põe-se a lamber a merda residual do ânus da mulher. Ele reza para que ela o deixe jogar o manto sobre o seu próprio corpo, que o deixe, naquela escuridão forrada de seda, ficar mais um pouco com sua língua submissa enterrada em seu cu.” Thomas Pynchon – O Arco-íris da gravidade.

Mat escreveu:

tpnocera escreveu:Acho que José Mojica Marins é exemplo de artista autêntico no cinema brasileiro... antes de eu ler Thomas Pynchon era o único que eu conhecia que colocava a prática de coprofagia nas suas coisas; enfim, é excelente. Gláuber Rocha eu até gosto, mas é aquela coisa, sempre vai ter um personagem gritando incoerências olhando direto pra câmera em algum ponto.

Coisa pra não esquecer nunca é essa cena do Gravity's:

“Ela se vira. ‘Pegue a minha zibelina’. Ele obedece. ‘Cuidado não toque na minha pele’. Nos primórdios desse jogo, ela ficava nervosa, tinha prisão de ventre, pensava se a impotência masculina seria mais ou menos assim. Porém Pointsman pensava em tudo, e já prevendo esta possibilidade passou a enviar-lhe pílulas de laxante junto com as refeições. Agora seus intestinos gemem suavemente e ela sente a merda começando a descer e sair. Ele está de joelhos, os braços segurando o manto fino. Um cagalhão escuro aparece na fenda, despontando na escuridão absoluta entre as nádegas alvas. Ele abre bem os joelhos, desajeitado, até conseguir sentir o couro das botas. Debruça-se para frente para abarcar o cagalhão quente com os lábios, chupando para fora delicadamente, lambendo-lhe a face interior... está pensando, contra a vontade não consegue evita-lo, está pensando no pênis de um negro, sim, ele sabe que isso anula partes das condições acertadas, mas não há como negá-lo, a imagem de um africano bruto a discipliná-lo... O fedor de merda invade seu nariz, domina-o, cerca-o. É o cheiro de Passchendaele, do saliente. Misturado com a lama e a putrefação dos cadáveres, era o cheiro soberano do primeiro encontro dos dois, é o emblema de sua senhora. O tolete desliza para dentro de sua boca, até a garganta. Ele quase vomita, num espasmo, porém trinca os dentes com firmeza. Um pão que teria flutuado num vaso de porcelana em algum lugar, sem quem o visse, sem quem o provasse – assado no amargo forno intestinal, transformando-se no pão que conhecemos, pão leve como conforto doméstico, secreto como a morte na cama... Os espasmos na garganta continuam. A dor é terrível. Com a língua ele amassa a merda contra o céu da boca e começa a mastigar, um ruído forte, o único som na sala...
“Há mais dois toletes, menores, e tendo comido ambos põe-se a lamber a merda residual do ânus da mulher. Ele reza para que ela o deixe jogar o manto sobre o seu próprio corpo, que o deixe, naquela escuridão forrada de seda, ficar mais um pouco com sua língua submissa enterrada em seu cu.” Thomas Pynchon – O Arco-íris da gravidade.