Como vocês leem?

Essa semana eu estava conversando com um amigo que vai fazer Enem próximo sábado. Ele falou que os professores do cursinho onde estuda criticam demais o Enem porque o objetivo das provas é tocar o foda-se na tradicional análise de conteúdo (que eu fui ensinada e acredito que boa parte de vocês também) que ainda predomina como método de aprendizagem nas escolas.

Tá lá, aula de português, professora chega e diz: leiam e interpretem o texto.

Aí, é lindo. Se a sua interpretação não for igual à dela, você está errado (a).

De uns tempos pra cá, coisa de quatro anos, a última coisa que penso quando leio um livro é identificar o que o autor da obra quis dizer (ou passar, sei lá). Se é que penso em desvendar isso.

Como isso se dá com vocês?

Diva escreveu:Essa semana eu estava conversando com um amigo que vai fazer Enem próximo sábado. Ele falou que os professores do cursinho onde estuda criticam demais o Enem porque o objetivo das provas é tocar o foda-se na tradicional análise de conteúdo (que eu fui ensinada e acredito que boa parte de vocês também) que ainda predomina como método de aprendizagem nas escolas.

Tá lá, aula de português, professora chega e diz: leiam e interpretem o texto.

Aí, é lindo. Se a sua interpretação não for igual à dela, você está errado (a).

De uns tempos pra cá, coisa de quatro anos, a última coisa que penso quando leio um livro é identificar o que o autor da obra quis dizer (ou passar, sei lá). Se é que penso em desvendar isso.

Como isso se dá com vocês?

Doideira Enem.

Bom... Leio mais ou menos do mesmo jeito, Diva, embora também curta fazer pontes e paralelos, o que pode acontecer com a visão do autor e a minha, então às vezes reparo um bocado no intento sim, mas não que seja prioridade da minha leitura - Nada de quebrar a cabeça por.

tmanfrini escreveu:

Diva escreveu:Essa semana eu estava conversando com um amigo que vai fazer Enem próximo sábado. Ele falou que os professores do cursinho onde estuda criticam demais o Enem porque o objetivo das provas é tocar o foda-se na tradicional análise de conteúdo (que eu fui ensinada e acredito que boa parte de vocês também) que ainda predomina como método de aprendizagem nas escolas.

Tá lá, aula de português, professora chega e diz: leiam e interpretem o texto.

Aí, é lindo. Se a sua interpretação não for igual à dela, você está errado (a).

De uns tempos pra cá, coisa de quatro anos, a última coisa que penso quando leio um livro é identificar o que o autor da obra quis dizer (ou passar, sei lá). Se é que penso em desvendar isso.

Como isso se dá com vocês?

Doideira Enem.

Bom... Leio mais ou menos do mesmo jeito, Cássia, embora também curta fazer pontes e paralelos, o que pode acontecer com a visão do autor e a minha, então às vezes reparo um bocado no intento sim, mas não que seja prioridade da minha leitura - Nada de quebrar a cabeça por.

Mas aí é que tá. É meio complicado estabelecer a visão (consciente) do autor pela sua obra. A não ser que ele próprio o diga. Há escritores que falam abertamente qual foi sua intenção (ou não-inteção) ao escrever um livro. Caso do Amós Oz que diz não ter pretensão alguma de fazer abordagens políticas pró ou contra Israel em suas obras. Mas a maioria, os espertos, preferem não estabelecer esses pontos e jogar a bola pra quem lê.

Diva escreveu:

tmanfrini escreveu:

Diva escreveu:Essa semana eu estava conversando com um amigo que vai fazer Enem próximo sábado. Ele falou que os professores do cursinho onde estuda criticam demais o Enem porque o objetivo das provas é tocar o foda-se na tradicional análise de conteúdo (que eu fui ensinada e acredito que boa parte de vocês também) que ainda predomina como método de aprendizagem nas escolas.

Tá lá, aula de português, professora chega e diz: leiam e interpretem o texto.

Aí, é lindo. Se a sua interpretação não for igual à dela, você está errado (a).

De uns tempos pra cá, coisa de quatro anos, a última coisa que penso quando leio um livro é identificar o que o autor da obra quis dizer (ou passar, sei lá). Se é que penso em desvendar isso.

Como isso se dá com vocês?

Doideira Enem.

Bom... Leio mais ou menos do mesmo jeito, Cássia, embora também curta fazer pontes e paralelos, o que pode acontecer com a visão do autor e a minha, então às vezes reparo um bocado no intento sim, mas não que seja prioridade da minha leitura - Nada de quebrar a cabeça por.

Mas aí é que tá. É meio complicado estabelecer a visão (consciente) do autor pela sua obra. A não ser que ele próprio o diga. Há escritores que falam abertamente qual foi sua intenção (ou não-inteção) ao escrever um livro. Caso do Amós Oz que diz não ter pretensão alguma de fazer abordagens políticas pró ou contra Israel em suas obras. Mas a maioria, os espertos, preferem não estabelecer esses pontos e jogar a bola pra quem lê.

Só "quebro a cabeça" se me interessar sobremaneira, bastante infrequente.

O Enem hoje em dia parece estar completamente diferente do que foi na minha época (fiz segundo ano do início dessas provas). Na minha época existia perguntas nesse nível: "(mostravam uma imagem, que era sombra de alguma coisa) Essa imagem é a sombra de que objeto? a) galinha; b) tijolo; c) pião". Eu ri alto quando vi essa questão porque eu não tinha visto naquela imagem nenhum dos objetos citados e provavelmente marquei a alternativa errada hahaha

Eu até procuro saber a intenção do escritor, mas só ao final da leitura e a trato como uma curiosidade. Acho interessante alguns pontos de vistas, e alguns chegam a complementar o meu pensamento, só fortificando-o.

Amanda escreveu:O Enem hoje em dia parece estar completamente diferente do que foi na minha época (fiz segundo ano do início dessas provas). Na minha época existia perguntas nesse nível: "(mostravam uma imagem, que era sombra de alguma coisa) Essa imagem é a sombra de que objeto? a) galinha; b) tijolo; c) pião". Eu ri alto quando vi essa questão porque eu não tinha visto naquela imagem nenhum dos objetos citados e provavelmente marquei a alternativa errada hahaha

É que o Enem, diferentemente dos vestibulares tradicionais, não tem como objetivo determinar se você acertou ou errou uma questão. E sim se você foi capaz de utilizar uma lógica aceitável ao responder.

Pegue-se por exemplo Dom Casmurro. Você pode interpretar que o livro fala sobre adultério, que ele retrata os costumes da sociedade de fins do século XIX, que Capitu traiu Bentinho e que ela não traiu Bentinho. Nenhum vai estar incorreto. O que importa é o processo que levou você a chegar a essas interpretações. É claro que em interpretação não vale tudo. Não dá pra dizer, por exemplo, que Dom Casmurro é a história de um casal porralouquinha que fazia ménage à trois com o amigo da família, incluindo BDSM.

Isso é totalmente aquela cena de Kaspar Hauser, quando apresentam un enigma pra ele e ele chega a resposta certa, usando um raciocíno diferente do que era considerado o correto, e ninguém aceita a resposta dele por isso.

tpnocera escreveu:Isso é totalmente aquela cena de Kaspar Hauser, quando apresentam un enigma pra ele e ele chega a resposta certa, usando um raciocíno diferente do que era considerado o correto, e ninguém aceita a resposta dele por isso.

Exato. É por isso que amo esse filme.*-*

Eu achei que fosse pra falar da posição que a gente lia (duh). Só consigo ler deitada - por pura preguiça, claro. =P

O tópico era pra que mesmo?

O tópico é pra falar do que você analisa na obra ou quais suas expectativas ao se interessar a ler algo, am I rite?

Raras as vezes que eu pego algo sem indicação prévia.

Normalmente eu leio em momentos random: pausa pra café, busão, depois de almoçar quando sento pra esperar o tempo passar...

Como eu analiso o texto? Eu leio quase sempre coisas que eu me identifico, seja comportamentalmente ou tematicamente falando. O padrão que eu tenho é de tentar me ver no texto, ou de tentar aprender algo nele que eu possa usar

Eu prefiro ler sentada. TETESTO ler deitada, dói o braço.

Em termos de conforto leio em todas as posições imagináveis. Mesmo as desconfortáveis em algum momento se tornam as mais indicadas quando se lê horas à fio por exemplo. (Mas deitada, joelhos flexionados como apoio ao livro e dois travesseiros elevando o colo costuma me ser um bom ponto de partida.)

Não gosto de ler por obrigação. Acho detestável. E como meu vestibular já passou tem algum tempo, não é mais o caso de reviver minhas técnicas de estudo.

Sobre a questão da interpretação, acho que faz parte da lógica saber interpretar o que o examinador que ouvir. É uma questão de inteligência, não há nada de extraordinário nisso e tampouco o examinador vai perguntar absurdos que exijam um sexto sentido. Hoje as provas cobram o que está no texto, ninguém precisa ficar estudando mais livros de teoria da literatura. Acho que prova tem que ser difícil mesmo, bem difícil. Hoje é tudo uma colher de chá... Prova difícil não é sinônimo de injustiça, até porque é difícil por igual para todos, menos para quem estuda.

Sobre posição, adoro ler deitado. Tanto é que quando fui comprar meu sofá fiquei deitado por meia hora nele lendo um livro, com clientes e vendedores me olhando estranho. Aprovado o sofá, fechei negócio e assinei o cheque na hora.

O único problema de ler deitado é que não sou barrigudo, e se tivesse um barrigão, o livro iria ficar na altura ideal da visão.

Meu próximo passo é comprar uma chaise le corbusier.

Ah, e quando leio tem sempre que ter alguma coisa perto para petiscar e mais um café ou vinho. Raramente sujo um livro, mas os poucos manchados de vinho, café ou cerveja têm lá sua elegância. São cicatrizes de batalha.

Gourmet escreveu:Não gosto de ler por obrigação. Acho detestável. E como meu vestibular já passou tem algum tempo, não é mais o caso de reviver minhas técnicas de estudo.

Sobre a questão da interpretação, acho que faz parte da lógica saber interpretar o que o examinador que ouvir. É uma questão de inteligência, não há nada de extraordinário nisso e tampouco o examinador vai perguntar absurdos que exijam um sexto sentido. Hoje as provas cobram o que está no texto, ninguém precisa ficar estudando mais livros de teoria da literatura. Acho que prova tem que ser difícil mesmo, bem difícil. Hoje é tudo uma colher de chá... Prova difícil não é sinônimo de injustiça, até porque é difícil por igual para todos, menos para quem estuda.

Sobre posição, adoro ler deitado. Tanto é que quando fui comprar meu sofá fiquei deitado por meia hora nele lendo um livro, com clientes e vendedores me olhando estranho. Aprovado o sofá, fechei negócio e assinei o cheque na hora.

O único problema de ler deitado é que não sou barrigudo, e se tivesse um barrigão, o livro iria ficar na altura ideal da visão.

Meu próximo passo é comprar uma chaise le corbusier.

Ah, e quando leio tem sempre que ter alguma coisa perto para petiscar e mais um café ou vinho. Raramente sujo um livro, mas os poucos manchados de vinho, café ou cerveja têm lá sua elegância. São cicatrizes de batalha.

Com essa de petiscar logo terá a barriga, que batalhar deitado não malha (Exceto..., claro, né?, OK).

Há pouco tempo eu não lia nem introdução, apresentação e coisas do tipo. Thaís que me ensinou que fazer essas coisas às vezes acrescentam a leitura; mas num geral entro cru e saio cozido, é muito difícil eu pesquisar algo que apareceu na obra antes, durante ou depois; acho que por essa pamonhice de carreira acadêmica, se eu estou pesquisando, parece trabalho.

Eu nunca consegui deixar de ler introdução, prefácio e posfácio. Sempre acho que estarei perdendo alguma coisa muito importante se não ler aquilo exatamente naquela sequência.

Gourmet escreveu:Sobre a questão da interpretação, acho que faz parte da lógica saber interpretar o que o examinador que ouvir. É uma questão de inteligência, não há nada de extraordinário nisso e tampouco o examinador vai perguntar absurdos que exijam um sexto sentido. Hoje as provas cobram o que está no texto, ninguém precisa ficar estudando mais livros de teoria da literatura. Acho que prova tem que ser difícil mesmo, bem difícil. Hoje é tudo uma colher de chá... Prova difícil não é sinônimo de injustiça, até porque é difícil por igual para todos, menos para quem estuda.

A tendência é exatamente o contrário. É interpretar o que está "fora" do texto. E não é preciso ler teoria da literatura pra fazer isso.

Nhaaa, eu gosto de ler deitada ou na posição descrita pela Thaís. Como a Amanda falou, também sempre acho que estarei perdendo se não ler textos adicionais como prefácio, posfácio, apêndices, etc.

Cássia escreveu:

Gourmet escreveu:Sobre a questão da interpretação, acho que faz parte da lógica saber interpretar o que o examinador que ouvir. É uma questão de inteligência, não há nada de extraordinário nisso e tampouco o examinador vai perguntar absurdos que exijam um sexto sentido. Hoje as provas cobram o que está no texto, ninguém precisa ficar estudando mais livros de teoria da literatura. Acho que prova tem que ser difícil mesmo, bem difícil. Hoje é tudo uma colher de chá... Prova difícil não é sinônimo de injustiça, até porque é difícil por igual para todos, menos para quem estuda.

A tendência é exatamente o contrário. É interpretar o que está "fora" do texto. E não é preciso ler teoria da literatura pra fazer isso.

Nhaaa, eu gosto de ler deitada ou na posição descrita pela Thaís. Como a Amanda falou, também sempre acho que estarei perdendo se não ler textos adicionais como prefácio, posfácio, apêndices, etc.

Pois eu sempre acho que estou perdendo se ler isso, daí quase nunca leio.

Natasha escreveu:

Cássia escreveu:

Gourmet escreveu:Sobre a questão da interpretação, acho que faz parte da lógica saber interpretar o que o examinador que ouvir. É uma questão de inteligência, não há nada de extraordinário nisso e tampouco o examinador vai perguntar absurdos que exijam um sexto sentido. Hoje as provas cobram o que está no texto, ninguém precisa ficar estudando mais livros de teoria da literatura. Acho que prova tem que ser difícil mesmo, bem difícil. Hoje é tudo uma colher de chá... Prova difícil não é sinônimo de injustiça, até porque é difícil por igual para todos, menos para quem estuda.

A tendência é exatamente o contrário. É interpretar o que está "fora" do texto. E não é preciso ler teoria da literatura pra fazer isso.

Nhaaa, eu gosto de ler deitada ou na posição descrita pela Thaís. Como a Amanda falou, também sempre acho que estarei perdendo se não ler textos adicionais como prefácio, posfácio, apêndices, etc.

Pois eu sempre acho que estou perdendo se ler isso, daí quase nunca leio.

E também tem o lance de eu sempre querer ler o livro inteiro. Por inteiro, entenda até aquela página com aquele quadradinho (que não sei o nome) onde tem as tags, nome do autor da obra, título, etc.

Ficha catalográfica.
Eu leio em qualquer segundo que eu tenho livre, fila de banco, elevador, andando, etc.

tpnocera escreveu:Ficha catalográfica.

Obrigada. É a primeira coisa que olho quando abro o livro, uma sensação de puro prazer. Vou lá olhar a fichinha catalográfica.

Lembrei daqui.

lawlra escreveu:Lembrei daqui.

Isso sou eu.

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