Crime e Castigo [Преступле́ние и Hаказа́ние]

Maloquero escreveu:Pessoal, meus cumprimentos a todos.
Gostaria de saber se "Crime e Castigo" seria um bom livro pra perder a virgindade, digo, iniciar a leitura de livros russos.
Obrigado!

Oric escreveu:Finalmente relendo Crime e Castigo. Quase terminando a primeira parte e estou gostando mais. Marquei muita coisa que havia deixado passar na primeira leitura.

Catarina_ escreveu:Pobre velhinha.

Acabei de reparar, não tem nenhum tópico aqui para O Idiota?

Catarina_ escreveu:Pobre velhinha.

Acabei de reparar, não tem nenhum tópico aqui para O Idiota?  

Daniel de Mattos escreveu:Olá, amigos.

Sou o Daniel e acabo de aderir ao fórum... Há tempos venho procurando um lugar onde haja diálogo sobre essas jóias da humanidade que são as obras literárias universais e não tenho encontrado.

Um prazer redobrado ver que o tópico presente é o Crime e Castigo.
Eu o li após ler o Guerra e Paz (isso foi lá no segundo ano do ensino médio). Confesso que minha impressão não foi tão forte quanto é agora, creio porque talvez o livro tenha sofrido um pouco pela leitura que havia terminado pouco antes, de uma monumentalidade que sem dúvida rivalizava com a existência...
Mas enfim... redescobri o Livro de Dostoiévski e, desde então, tem sido um dos meus favoritos. Sinto mais apego por ele do que os Irmãos Karamazov (embora reconheça que em termos de escopo, este último vence o primeiro).

São inesquecíveis as cenas entre Raskolnikov e Porfíri, assim como a figura de Svidrigailov (um importante lembrete feito por Harold Bloom). Toda a questão acerca dos indivíduos excepcionais e ordinários presente no livro sempre me recorda o diálogo entre Brás Cubas e Quincas Borba, no romance machadiano.

Enfim, saudações a todo mundo...
Abração

Postado, ele fitou demorada e fixamente ao longe; esse lugar lhe era especialmente conhecido. Quando frequentava a universidade, costumava parar – mais amiúde quando voltava para casa, e talvez o tivesse feito umas cem vezes --, precisamente nesse lugar, e ficar perscrutando o panorama realmente magnífico e sempre chegando quase a surpreender-se com uma impressão vaga e sem solução. Um frio inexplicável sempre lhe vinha desse panorama magnífico; para ele esse quadro esplêndido era pleno de um espírito mudo e surdo... Sempre se admirava de sua impressão soturna e enigmática, e deixava para decifrá-la no futuro por não confiar em si mesmo. Agora se lembrava súbita e bruscamente dessas suas questões e perplexidades antigas, e lhe pareceu que não estava se lembrando delas por acaso. E já achou extravagante e maravilhoso que tivesse parado no mesmo lugar que antes, como se realmente imaginasse que agora pudesse pensar nas mesmas coisas como antes e interessar-se pelos mesmos temas e quadros por que se interessara... ainda há tão pouco tempo. Sentia-se mesmo quase ridículo, e ao mesmo tempo experimentava no peito uma pressão que chegava a provocar dor. Em algum ponto profundo, lá embaixo, que mal avistava sob os pés, apareciam-lhe agora todo aquele passado de antes, e os pensamentos de antes, e as tarefas de antes, e os temas de antes, e as impressões de antes, e todo esse panorama, e ele mesmo, e tudo, tudo... Parecia que ele havia voado para algum ponto no alto e que tudo desaparecera de sua vista... Fazendo um movimento involuntário com a mão, sentiu a moeda de vinte copeques comprimida na mão fechada. Abriu-a, olhou atentamente para a moeda, levantou a mão e atirou-a n’água; depois deu meia volta e foi para casa. Teve a impressão de que naquele momento ele mesmo se havia amputado de tudo e de todos.

Reinaldo Cubells escreveu:Eu preciso ler de novo Crime e Castigo, pois quando li pela primeira vez foi pela L&PM, e naquela época eu nao sabia que a sua tradução era uma merda.

Daniel de Mattos escreveu:Olá, amigos.

Sou o Daniel e acabo de aderir ao fórum... Há tempos venho procurando um lugar onde haja diálogo sobre essas jóias da humanidade que são as obras literárias universais e não tenho encontrado.

Um prazer redobrado ver que o tópico presente é o Crime e Castigo.
Eu o li após ler o Guerra e Paz (isso foi lá no segundo ano do ensino médio). Confesso que minha impressão não foi tão forte quanto é agora, creio porque talvez o livro tenha sofrido um pouco pela leitura que havia terminado pouco antes, de uma monumentalidade que sem dúvida rivalizava com a existência...
Mas enfim... redescobri o Livro de Dostoiévski e, desde então, tem sido um dos meus favoritos. Sinto mais apego por ele do que os Irmãos Karamazov (embora reconheça que em termos de escopo, este último vence o primeiro).

São inesquecíveis as cenas entre Raskolnikov e Porfíri, assim como a figura de Svidrigailov (um importante lembrete feito por Harold Bloom). Toda a questão acerca dos indivíduos excepcionais e ordinários presente no livro sempre me recorda o diálogo entre Brás Cubas e Quincas Borba, no romance machadiano.

Enfim, saudações a todo mundo...
Abração

Becco escreveu:

Reinaldo Cubells escreveu:Eu preciso ler de novo Crime e Castigo, pois quando li pela primeira vez foi pela L&PM, e naquela época eu nao sabia que a sua tradução era uma merda.

 

Daniel de Mattos escreveu:Olá, amigos.

Sou o Daniel e acabo de aderir ao fórum... Há tempos venho procurando um lugar onde haja diálogo sobre essas jóias da humanidade que são as obras literárias universais e não tenho encontrado.

Um prazer redobrado ver que o tópico presente é o Crime e Castigo.
Eu o li após ler o Guerra e Paz (isso foi lá no segundo ano do ensino médio). Confesso que minha impressão não foi tão forte quanto é agora, creio porque talvez o livro tenha sofrido um pouco pela leitura que havia terminado pouco antes, de uma monumentalidade que sem dúvida rivalizava com a existência...
Mas enfim... redescobri o Livro de Dostoiévski e, desde então, tem sido um dos meus favoritos. Sinto mais apego por ele do que os Irmãos Karamazov (embora reconheça que em termos de escopo, este último vence o primeiro).

São inesquecíveis as cenas entre Raskolnikov e Porfíri, assim como a figura de Svidrigailov (um importante lembrete feito por Harold Bloom). Toda a questão acerca dos indivíduos excepcionais e ordinários presente no livro sempre me recorda o diálogo entre Brás Cubas e Quincas Borba, no romance machadiano.

Enfim, saudações a todo mundo...
Abração

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Rivalizar com o Dosta só o Borges, mas são muito diferentes.