É economicamente viável ter uma livraria pequena?

Pergunta auto-explicativa.

Hoje eu me pergunto se realmente tem futuro uma livraria. Há custos exorbitantes, que vão desde o aluguel do espaço até o pagamento de funcionários, seguridade, custos de transporte de livros, seguro, construção e decoração, segurança e monitoramento, limpeza. Uma livraria pequena também carrega a ingrata tarefa de ser seletiva na escolha dos livros ou se orientar numa área específica, o que deve atrair a antipatia de muitos potenciais frequentadores. Outro problema é disputar mercado com outras livrarias grandes. E talvez o maior obstáculo de todos seja a questão dos preços: hoje qualquer pessoa pode fazer o shopping de livros na internet escolhendo os melhores preços.

Há outros problemas que um pequeno livreiro enfrenta, que são irrelevantes em uma livraria grande. Se um cliente folheia um livro danificando a lombada, ou se bebe um café e mancha o livro... há também os gatunos.

O tópico não tem nenhum propósito implícito, é o honesto medo que sinto de um dia concretizar um projeto, um sonho, e me dar conta de que fiz merda.

Amiche, desculpa a sinceridade, mas nem sempre nossos sonhos nos dão sustento. Eu por exemplo, se tivesse o dom e grana seria escritor. Meu sonho é rodar o Brasil tendo um catálogo de dez ou quinze títulos sendo divulgado e ainda por cima deflorando as pretensas escritorinhas.

Mas hoje consigo me satisfazer profissionalmente com a ingrata vida de professor. Não tenho o respeito devido quando atuo como profissional liberal no ramo de engenharia. Mas vou vivendo, mesmo me recuperando aos poucos do baque do divórcio.

Chega uma época da vida que a gente supera as aspirações da adolescência e vive em função de um pouco de paz e sossego. Mas isso vai de cada um.

Jabá escreveu:Amiche, desculpa a sinceridade, mas nem sempre nossos sonhos nos dão sustento. Eu por exemplo, se tivesse o dom e grana seria escritor. Meu sonho é rodar o Brasil tendo um catálogo de dez ou quinze títulos sendo divulgado e ainda por cima deflorando as pretensas escritorinhas.

Meu amigo, esse é meu sonho ETERNO AHAHA

César escreveu:

Jabá escreveu:Amiche, desculpa a sinceridade, mas nem sempre nossos sonhos nos dão sustento. Eu por exemplo, se tivesse o dom e grana seria escritor. Meu sonho é rodar o Brasil tendo um catálogo de dez ou quinze títulos sendo divulgado e ainda por cima deflorando as pretensas escritorinhas.

Meu amigo, esse é meu sonho ETERNO AHAHA

Eu tive um blog e as drogas que eu escrevia me renderam boas aventuras eróticas e até um namoro - engraçado que na época eu me vestia mal e não estava muito bem apessoado. É interessante esse fetiche que algumas mulheres tem pela intelectualidade. A grande onda, e aí não era pelos fetiches delas, mas pelo meu, era transar dentro da biblioteca e até lendo livros eróticos.

Hoje não me animo em escrever. Além de exigir um tempo que eu teria que sacrificar de outras coisas, tenho sérias dúvidas se eu seria capaz de colocar no papel algo efetivamente sério.

Pois eu tenho um projeto de um livro de contos. Tenho uns 50 contos no forno e já coloquei no papel três deles. Claro, falta um revisor e a opinião de dois ou três entendidos do assunto. Inclusive um MBBista se propôs a fazer a parte gráfica. Pronto, falei. Agora colocar isso nas prateleiras é um assunto beeeeem mais delicado.

E as mulheres (intelectuais, diga-se de passagem) tem sim essa queda inexplicável pela intelectualidade. Comigo rola no máximo uma tensão sexual, mas dado ao ambiente que trabalho, não me animo a me envolver com ninguém, seja sexo casual ou qualquer relacionamento sério.

só retificando o post, pra evitar mal entendidos, não me considero um intelectual, mas sim um papgaio. Intelectuais geram conhecimento, papagaios só repetem.

Mas que sou um poço de cultura inútil, digo cultura pop, isso sou.

Cheguei num ponto em que nem blefar eu sei.

É tópico pra falar de livraria ou pra se exibir das conquistas sexuais?

Vamos ficar só com a livraria. O fracasso é menor.

Gourmet escreveu:

César escreveu:

Jabá escreveu:Amiche, desculpa a sinceridade, mas nem sempre nossos sonhos nos dão sustento. Eu por exemplo, se tivesse o dom e grana seria escritor. Meu sonho é rodar o Brasil tendo um catálogo de dez ou quinze títulos sendo divulgado e ainda por cima deflorando as pretensas escritorinhas.

Meu amigo, esse é meu sonho ETERNO AHAHA

Eu tive um blog e as drogas que eu escrevia me renderam boas aventuras eróticas e até um namoro - engraçado que na época eu me vestia mal e não estava muito bem apessoado. É interessante esse fetiche que algumas mulheres tem pela intelectualidade. A grande onda, e aí não era pelos fetiches delas, mas pelo meu, era transar dentro da biblioteca e até lendo livros eróticos.

Hoje não me animo em escrever. Além de exigir um tempo que eu teria que sacrificar de outras coisas, tenho sérias dúvidas se eu seria capaz de colocar no papel algo efetivamente sério.

Me passa esse canal aí, mano.

Natasha escreveu:É tópico pra falar de livraria ou pra se exibir das conquistas sexuais?

os dois, talvez?

Bem ou mal é um tópico subjetivo, ao meu ver. A Pequena Livraria do Ser e pans.

Lembrei do JÓIAS INDISCRETAS e pensei nos lábios como páginas de um livro, desses em que a gente molha o dedo na língua para folhear.

Gourmet esse Joias Indiscretas é o do Diderot? Vou ver se pego esse e o Jacques o Fatalista em sebo.

Diderot, sim. Existe em português brasileiro, em Portugal pela Europa-América e também uma edição em inglês que é altamente recomendável pela detalhada introdução. Depois faço as referências certinhas.

Valeu Gourmet fico no aguardo das referencias.

Deco escreveu:Valeu Gourmet fico no aguardo das referencias.

São as edições que tenho:

http://www.amazon.com/Indiscreet-Jewels-Denis-Diderot/dp/0941419835/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1319421583&sr=8-1
http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/354425/joias-indiscretas

Íntegra em francês:
http://www.bribes.org/trismegiste/table.htm

Natasha escreveu:É tópico pra falar de livraria ou pra se exibir das conquistas sexuais?

Não se acanhe e fique à vontade de para exibir as suas.

Amanda escreveu:

Gourmet escreveu:Vamos ficar só com a livraria. O fracasso é menor.

Amigo Gourmet, ter e manter um negócio no Brasil é uma atividade bem desgastante, seja em qualquer ramo. Mas acredito que quando a questão é uma livraria a coisa se complica mais ainda pelos motivos que você citou (público alvo, concorrência com a internet, o contato direto com os livros e o seu desgaste eventual). Com a experiência do fracasso comercial de uma empresa na família, falo que é imprescindível ter o auxílio de alguém que entenda efetivamente de negócios, um administrador profissional ou alguém com uma qualificação nesse sentido. Abrir empresa é fácil, difícil é conseguir mantê-la por mais de 3 anos. Nada é impossível e o sonho de ter uma livraria não é tão irreal assim. Acho que vale super apena investir nisso. Agora, como eu disse, com a ajuda profissional necessária.

E eu era bem desse tipinho que os senhores tanto comentaram aí, uma maria-cérebro (BRAINSSSSS). Mas as pessoas mudam, crescem, amadurecem e ficam solteiras pelo resto da vida.

Bem isso mesmo. Atualmente sou vítima, digo sócio, de uma empresinhas dessas. Mas é do ramo de engenharia. Além da carga tributária ser muito alta, ainda tem que conviver com sócios incompetentes que não tem ação nem pra comprar uma lâmpada que queimou. Crédito em banco então, nem se fala. Só tem um ano e é bastante desanimador, caminha pro fatídico fechamento.

É, Jabá. Tem que ter uma noção da área. Não é só abrir uma empresa e *pabum* todo mundo rico, bem de vida e os negócios indo de vento em popa. Tenho um irmão que faz Administração e ele quase chora ao ver a situação da empresa da família. Uma coisa que tinha tudo para ser referência no Nordeste, tá quase fechando as portas. No final do mês nós sustentamos esse estabelecimento invés do contrário.

Pois é, Amanda, cada vez me convenço mais que abrir um negócio é diferente de fazer uma estante. Falhar miseravelmente num negócio pode arruinar uma vida.

Deixa ver se eu entendi.

Gourmet ta com medo de abrir o negocio e não se sentir realizado?

é isso?

A rigor, o que me dá total tranquilidade é o fato de eu não ter grana pra abrir uma livraria, logo não tenho escolha. Se eu tivesse grana, certamente estaria atormentado e sem saber o que fazer.

Valeu pelas referencias do livro Gourmet,procurarei em sebos porque a edição nacional encontra-se esgostada.

Negócio que é preciso fazer pesquisa com consumidores e nas livrarias pra saber o que tem lá, o que não tem e o que os clientes procuram. E, depois de aberto, muita divulgação. Publicidade é tudo pra um negócio.

Nunca fiz pesquisa em THE, mas acho que uma livraria (grande ou pequena) especializada em Comunicação, Artes, Filosofia e Ciências Sociais daria uma graninha. Se fosse bem divulgada entre o público-alvo.

Já que o resto das livrarias daqui só vendem livro de Saúde e área jurídica.

Enfim, mas também não dá pra ignorar o que Gourmet disse.

Desculpa Gourmet. Pequena livraria não. Monte uma rede pra vender no atacado e no varejo quem sabe você consiga entrar no mercado.

Pequenos não dá pra competir com as grandes e a internet.