Graciliano Ramos
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Re: Graciliano Ramos
Com relação ao lance do Machado.
Certa vez o Graciliano foi abordado e perguntaram qual a influência da obra do Machado de Assis sobre a sua já que ambas são semelhante por conta do forte teor psicológico.
Secamente ele respondeu:
"Nenhuma, já que nunca li o autor".
Acho que é bem isso mesmo. Nem todo mundo é obrigado a endeusar certos cânones. Cada qual tem os seus.
Certa vez o Graciliano foi abordado e perguntaram qual a influência da obra do Machado de Assis sobre a sua já que ambas são semelhante por conta do forte teor psicológico.
Secamente ele respondeu:
"Nenhuma, já que nunca li o autor".
Acho que é bem isso mesmo. Nem todo mundo é obrigado a endeusar certos cânones. Cada qual tem os seus.
Jabá- Guerra e Paz
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Data de inscrição : 06/09/2011
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Re: Graciliano Ramos
Bela resenha, Jabá.
Mat- Guerra e Paz
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Re: Graciliano Ramos
Mat escreveu:Bela resenha, Jabá.
Obrigado amigo.
Jabá- Guerra e Paz
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Data de inscrição : 06/09/2011
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Re: Graciliano Ramos
Ótima resenha Jabá. O duplo sentido do nome também me chamou atenção e considero isso culpa da escrita seca do Graciliano Ramos, que me lembrou Camus em ''O Estrangeiro''. O vazio, a indiferença, o simples passar da vida sem qualquer tipo de significado é uma questão não só daquela comunidade, mas do gênese humano no geral, e a maneira como o autor trata disso é fantástica.
Caicto- Noites Brancas
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Re: Graciliano Ramos
Boa resenha, Jabá! Só tenho minhas dúvidas quanto a esse trecho (principalmente na primeira parte):
Pretendo reler o livro nesse semestre, vou tentar observar melhor isso.
Não li sobre, mas acho que o Graça gostava de Camus. Até traduziu "A Peste".
Jabá escreveu:Curiosamente, partes desses tormentos são acentuados pelo próprio autor que parece torturar seus personagens e submetê-los a um tratamento desumano retratando-os como bestas irracionais, vítimas do meio e guiados por seus instintos. O contrário ele faz com a cachorra Baleia, que é tratada com piedade e em alguns trechos parece “refletir” criando assim um cenário ainda mais paradoxal e degenerado. O mais humano dos personagens é uma cachorra. Esse é o segundo choque.
Pretendo reler o livro nesse semestre, vou tentar observar melhor isso.
Caicto escreveu:Ótima resenha Jabá. O duplo sentido do nome também me chamou atenção e considero isso culpa da escrita seca do Graciliano Ramos, que me lembrou Camus em ''O Estrangeiro''. O vazio, a indiferença, o simples passar da vida sem qualquer tipo de significado é uma questão não só daquela comunidade, mas do gênese humano no geral, e a maneira como o autor trata disso é fantástica.
Não li sobre, mas acho que o Graça gostava de Camus. Até traduziu "A Peste".
Oric- Crime e Castigo
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Re: Graciliano Ramos
Oric escreveu:Boa resenha, Jabá! Só tenho minhas dúvidas quanto a esse trecho (principalmente na primeira parte):Jabá escreveu:Curiosamente, partes desses tormentos são acentuados pelo próprio autor que parece torturar seus personagens e submetê-los a um tratamento desumano retratando-os como bestas irracionais, vítimas do meio e guiados por seus instintos. O contrário ele faz com a cachorra Baleia, que é tratada com piedade e em alguns trechos parece “refletir” criando assim um cenário ainda mais paradoxal e degenerado. O mais humano dos personagens é uma cachorra. Esse é o segundo choque.
Pretendo reler o livro nesse semestre, vou tentar observar melhor isso.Caicto escreveu:Ótima resenha Jabá. O duplo sentido do nome também me chamou atenção e considero isso culpa da escrita seca do Graciliano Ramos, que me lembrou Camus em ''O Estrangeiro''. O vazio, a indiferença, o simples passar da vida sem qualquer tipo de significado é uma questão não só daquela comunidade, mas do gênese humano no geral, e a maneira como o autor trata disso é fantástica.
Não li sobre, mas acho que o Graça gostava de Camus. Até traduziu "A Peste".
Oric, achei isso mesmo. Creio até que foi proposital. Seria bom você reler tentando observar esse aspecto.
Jabá- Guerra e Paz
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Re: Graciliano Ramos
Jabá escreveu:A começar pelo título, pelo choque inicial de ler as pessoas vagando por uma terra tórrida à espera do fim iminente e serem comidos por urubus naquele deserto esquecido outrora cheio de vida, faz com que se reflita que, mesmo sem precisar avançar muito na leitura, o título tem um duplo sentido: as vidas secas se referem ao próprio fenômeno seca como denotam também vidas vazias, ocas, destituídas de sentido. Pessoas vagando num mundo onde o fenômeno seca é sempre esperado e recai sobre suas cabeças como uma sentença, uma maldição.
Exato. O título comporta esses dois significados.
Jabá escreveu:Cada capítulo do livro é dedicado a um personagem ou fato. Temos o patriarca Fabiano, a mulher, os dois filhos, a cachorra Baleia dentre outros que faz com que cada capítulo funcione como um microconto, sem muita preocupação com cronologia. Nesse caso, o tempo é irrelevante, pois o autor se concentra mais no lado psicológico de cada um.
Antes de escrever o romance, ele escreveu e publicou o conto "Baleia", que é o capítulo lá do sonho.
Depois ele acrescentou os outros.
Aliás, os capítulos do livro são independentes, podem ser lidos em qualquer ordem.
Jabá escreveu:Curiosamente, partes desses tormentos são acentuados pelo próprio autor que parece torturar seus personagens e submetê-los a um tratamento desumano retratando-os como bestas irracionais, vítimas do meio e guiados por seus instintos. O contrário ele faz com a cachorra Baleia, que é tratada com piedade e em alguns trechos parece “refletir” criando assim um cenário ainda mais paradoxal e degenerado. O mais humano dos personagens é uma cachorra. Esse é o segundo choque.
Mas essa é a genialidade da coisa.
Não acho que o autor, e sim a própria condição da seca, atormente os personagens.
O autor denuncia isso, essa animalização.
Jabá escreveu:A linguagem chega a ser outra quebra do status-quo. A coloquialidade e as onomatopeias tomam de conta das páginas. Comumente os personagens se expressam por grunhidos e resmungos. Os termos regionais abundam e fazem o leitor imergir na narrativa que por vezes se torna telegráfica em alguns trechos.
A linguagem é espetacular, seca como o ambiente, uma coisa de gênio mesmo em que nada é superfluo!
Bela resenha, Jabazinho.
Jabá escreveu:Secamente ele respondeu:
"Nenhuma, já que nunca li o autor".
Mentira dele.
Re: Graciliano Ramos
Amigos, vocês gostaram da minha resenha . Não tenho palavras pra agradecer e mesmo se tivesse não conseguiria digitá-las com os olhos afogados em lágrimas.
Jabá- Guerra e Paz
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Re: Graciliano Ramos
Trecho interessante de S. Bernardo, narrado pelo protagonista, o fazendeiro Paulo Honório:
Essa conversa, é claro, não saiu de cabo a rabo como está no papel. Houve suspensões, repetições, mal-entendidos, incongruências, naturais quando a gente fala sem pensar que aquilo vai ser lido. Reproduzo o que julgo interessante. Suprimi diversas passagens, modifiquei outras. O discurso que atirei ao mocinho do rubi, por exemplo, foi mais enérgico e mais extenso que as linhas chochas que aqui estão. A parte referente à enxaqueca de d. Glória (e a enxaqueca ocupou, sem exagero, metade da viagem) virou fumaça. Cortei igualmente, na cópia, numerosas tolices ditas por mim e d. Glória. Ficaram muitas, as que as minhas luzes não alcançaram e as que me pareceram úteis. É o processo que adoto: extraio dos acontecimentos algumas parcelas; o resto é bagaço.
Oric- Crime e Castigo
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Data de inscrição : 18/12/2012
Re: Graciliano Ramos
Comprei o Angústia. Vou ler Infância ainda esse semestre e Angústia na sequência.
Jabá- Guerra e Paz
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Data de inscrição : 06/09/2011
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Re: Graciliano Ramos
Boa, Jabá. O meu próximo, seguindo a ordem, será Angústia.
Terminei S. Bernardo. Que livro foda. Um dos meus capítulos finais favoritos. Senti um salto muito grande de qualidade do Caetés para S. Bernardo.
Terminei S. Bernardo. Que livro foda. Um dos meus capítulos finais favoritos. Senti um salto muito grande de qualidade do Caetés para S. Bernardo.
Oric- Crime e Castigo
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Data de inscrição : 18/12/2012
Re: Graciliano Ramos
Oric escreveu:Terminei S. Bernardo. Que livro foda.
Com certeza. Tô lendo Os Viventes de Alagoas e Garranchos sem muito compromisso, já que são textos esparsos.
Depois pretendo ler Infância e Angústia.
Re: Graciliano Ramos
Reli Angústia.
Que isso, amigos? Livro foda demais. Ainda melhor do que eu lembrava. E realmente é bastante denso e complexo, diria que o mais difícil do Graciliano, dentre os que eu já li. E talvez o melhor, hein? Rivaliza muito com o São Bernardo no topo, não sei me decidir por algum.
A história tem muita influência do Dostoiévski (aparentemente, não sou conhecedor), principalmente de Crime e Castigo em sua temática. Porém na construção do personagem e na narrativa me lembrou demais o Notas do Subsolo. Ou seja, é muito foda.
Pena que reli na biblioteca novamente e não deu para marcar trechos. Próxima leitura eu irei comprar, porque esse merece.
Que isso, amigos? Livro foda demais. Ainda melhor do que eu lembrava. E realmente é bastante denso e complexo, diria que o mais difícil do Graciliano, dentre os que eu já li. E talvez o melhor, hein? Rivaliza muito com o São Bernardo no topo, não sei me decidir por algum.
A história tem muita influência do Dostoiévski (aparentemente, não sou conhecedor), principalmente de Crime e Castigo em sua temática. Porém na construção do personagem e na narrativa me lembrou demais o Notas do Subsolo. Ou seja, é muito foda.
Pena que reli na biblioteca novamente e não deu para marcar trechos. Próxima leitura eu irei comprar, porque esse merece.
Oric- Crime e Castigo
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Re: Graciliano Ramos
Oric escreveu:Reli Angústia.
Que isso, amigos? Livro foda demais. Ainda melhor do que eu lembrava. E realmente é bastante denso e complexo, diria que o mais difícil do Graciliano, dentre os que eu já li. E talvez o melhor, hein? Rivaliza muito com o São Bernardo no topo, não sei me decidir por algum.
A história tem muita influência do Dostoiévski (aparentemente, não sou conhecedor), principalmente de Crime e Castigo em sua temática. Porém na construção do personagem e na narrativa me lembrou demais o Notas do Subsolo. Ou seja, é muito foda.
Pena que reli na biblioteca novamente e não deu para marcar trechos. Próxima leitura eu irei comprar, porque esse merece.
A influência de Dostoiévski existe sim e é notória.
Acho mesmo que é o melhor dele.
Quero comprar esse, mesmo já tendo uma outra edição:
Se eles relançarem toda a obra dele assim, em capa dura, com a arte original e fortuna crítica, eu tô lascado.
Re: Graciliano Ramos
Capa bacana.
Já lançaram edição comemorativa do Vidas Secas e Angústia também, né? São Bernardo eu não lembro.
Já lançaram edição comemorativa do Vidas Secas e Angústia também, né? São Bernardo eu não lembro.
Oric- Crime e Castigo
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Data de inscrição : 18/12/2012
Re: Graciliano Ramos
Reli Vidas Secas. Lembro que havia discordado dessa parte da resenha do Jabá e... continuo discordando. Natural, a obra permite interpretações diferentes. Mas tendo a concordar mais com a visão do Becco, que também havia falado num post anterior sobre características semelhantes do Graça com o Dosta: "b) A imagem do sofrimento humano, a piedade pelos humilhados e ofendidos."Becco escreveu:Jabá escreveu:Curiosamente, partes desses tormentos são acentuados pelo próprio autor que parece torturar seus personagens e submetê-los a um tratamento desumano retratando-os como bestas irracionais, vítimas do meio e guiados por seus instintos. O contrário ele faz com a cachorra Baleia, que é tratada com piedade e em alguns trechos parece “refletir” criando assim um cenário ainda mais paradoxal e degenerado. O mais humano dos personagens é uma cachorra. Esse é o segundo choque.
Mas essa é a genialidade da coisa.
Não acho que o autor, e sim a própria condição da seca, atormente os personagens.
O autor denuncia isso, essa animalização
Não só a condição da seca atormenta os personagens, como (principalmente) a condição social. Mas não a ponto de transformá-los em bestas irracionais. Eles continuam lá com suas dificuldades, mas ao mesmo tempo com algum tipo de esperança, com sonhos e planos. A Sinha Vitória querendo uma cama, o filho querendo impressionar o irmão, amadurecer. Fora que o Fabiano consegue perceber (claro que não com uma clareza acadêmica) a exploração econômica a que está submetido pelo patrão e à política por parte do soldado.
Já um livro que eu senti um mal estar maior (embora ainda em dúvida) nesse sentido de desumanização do personagem foi n'A Hora da Estrela, com a Macabea (até levantei a bola lá no tópico da Clarice, mas... )
Oric- Crime e Castigo
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Re: Graciliano Ramos
O Fabiano percebe sim.
É sensacional aquela parte em que ele diz ser um bicho por que o bicho é forte e suporta as adversidades:
É sensacional aquela parte em que ele diz ser um bicho por que o bicho é forte e suporta as adversidades:
Pisou com firmeza no chão gretado, puxou a faca de ponta, esgaravatou as unhas sujas. Tirou do aió um pedaço de fumo, picou-o, fez um cigarro com palha de milho, acendeu-o ao binga, pôs-se a fumar regalado.
- Fabiano, você é um homem, exclamou em voz alta.
Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar só. E, pensando bem, ele não era homem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas dos outros. Vermelho, queimado, tinha os olhos azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vivia em terra alheia, cuidava de animais alheios, descobria-se, encolhia-se na presença dos brancos e julgava-se cabra.
Olhou em torno, com receio de que, fora os meninos, alguém tivesse percebido a frase imprudente. Corrigiu-a, murmurando:
- Você é um bicho, Fabiano.
Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor, um bicho. capaz de vencer dificuldades.
Chegara naquela situação medonha - e ali estava, forte. até gordo, fumando o seu cigarro de palha.
- Um bicho, Fabiano (... )
Agora Fabiano era vaqueiro, e ninguém o tiraria dali. Aparecera como um bicho, entocara-se como um bicho, mas criara raízes, estava plantado. Olhou os quipás, os mandacarus e os xique-xiques. Era mais forte que tudo isso, era como as catingueiras e as baraúnas. Ele, Sinha Vitória, os dois filhos e a cachorra Baleia estavam agarrados à terra.
Re: Graciliano Ramos
Li apenas Vidas Secas...obra-prima...uma história triste que me deixou alegre.
Bruna Natércia- Noites Brancas
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Re: Graciliano Ramos
Li Infância, livro de memórias do Graciliano, bem bacana.
Oric- Crime e Castigo
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Re: Graciliano Ramos
Oric escreveu:
Li Infância, livro de memórias do Graciliano, bem bacana.
Eu tenho. Minha edição é antiga e consegui numa troca num sebo de Natal.
Pretendo ler em breve. Nota de 1 a 10?
Jabá- Guerra e Paz
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Re: Graciliano Ramos
Jabá escreveu:Pretendo ler em breve. Nota de 1 a 10?
Terminei de ler semana passada. 10 com louvor.
Aliás, hoje completei minha coleção do Graciliano Ramos.
Vou ver agora se consigo trocar as edições antigas que tenho pelas novas.
Re: Graciliano Ramos
Peguei na biblioteca mesmo. Não tenho o costume de dar notas para os livros, mas gostei bastante. Para além do interesse na vida do escritor (e o seu reflexo em sua obra posterior), os contos são muito bem escritos.
Em tempo: só eu que achei que o cara que escreveu o posfácio dá uma forçada na barra, naquela onda de que a vida da pessoa é determinada completamente na infância?
Em tempo: só eu que achei que o cara que escreveu o posfácio dá uma forçada na barra, naquela onda de que a vida da pessoa é determinada completamente na infância?
Oric- Crime e Castigo
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Re: Graciliano Ramos
Maldito Oric! o que custa dar uma nota?
Mas concordo com você. Essa história de predestinação é uma grande furada. Comida de mosca do cara que escreveu o posfácio.
Mas concordo com você. Essa história de predestinação é uma grande furada. Comida de mosca do cara que escreveu o posfácio.
Jabá- Guerra e Paz
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Re: Graciliano Ramos
Sei lá, fica com um 7 então.
Oric- Crime e Castigo
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