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Crítica e teoria literária

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Crítica e teoria literária Empty Crítica e teoria literária

Mensagem por Mat 16th novembro 2012, 8:35 am

Tópico para falarmos sobre os críticos e teóricos da literatura que apreciamos.
Acredito que seja de opinião geral que a leitura de livros de crítica é algo muito enriquecedor.
Quais são os teóricos que ajudaram na formação intelectual de vocês?
Recomendam algum livro em especial?

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Última edição por Mat em 11th fevereiro 2013, 1:23 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por lavoura 16th novembro 2012, 11:03 am

Bom, não li nenhum livro de crítica. Mas venho me interessando pelo assunto.
Comprei recentemente o "As palavras e as coisas" do Focault para ler. Pretendo ler logo mais,só não sie se tenho capacidade para tal.

Sobre o Edward W. Said, sempre ouvi falar bem dos livros dele. Poderia colocar suas impressões deles?
E O Harold Bloom também quero conhecer algo.
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Mensagem por Becco 16th novembro 2012, 1:17 pm

Bloom. Laughing

Gosto muito dele:


Crítica e teoria literária Bakhtin
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Mensagem por César 16th novembro 2012, 1:18 pm

Lorenzo Becco escreveu:Bloom. Laughing

Gosto muito dele:


Crítica e teoria literária Bakhtin
Saiu um livro ai falando que tudo que ele escreveu é plágio Laughing

Bloom Laughing Laughing


Última edição por César em 16th novembro 2012, 1:19 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Mat 16th novembro 2012, 1:18 pm

Lorenzo Becco escreveu:Bloom. Laughing

Qual o problema com o Bloom, Becco?

Galera, antes de sair falando merdas sobre determinados autores/assuntos/livros/traduções, procurem ler antes Wink

http://www.skoob.com.br/livro/250544

Bakhtin Desmascarado
História de um mentiroso, de uma fraude, de um delírio coletivo
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Mensagem por Becco 18th novembro 2012, 7:13 am

Mat escreveu:Qual o problema com o Bloom, Becco?

Bem, pra começar, a melhor coisa dele é A Angústia da Influência, e mesmo assim ele complica um assunto que por si só já é complexo com aquela categorização tirada da cultura grega em Clinamen, Tessera, Kenosis, Askesis, Apófrades e Demonização.
Parecia que ele queria escrever um romance, e não um livro de crítica ou só queria se mostrar [olha como eu li os gregos].

Segundo, ele tem uma visão reducionista da literatura em língua inglesa e, principalmente, da de outros países por causa do seu verdadeiro ENDEUSAMENTO do Shakespeare!
Não, cara, fala sério, TUDO NA PORRA DO MUNDO TEM A VER COM O SHAKESPEARE!
TODO O UNIVERSO É DETERMINANTEMENTE INFLUENCIADO POR SHAKESPEARE!
SE O ESCRITOR NUNCA LEU SHAKESPEARE, MESMO ASSIM É INFLUENCIADO POR QUE ELE LEU OUTROS AUTORES QUE LERAM SHAKESPEARE!
NENHUM AUTOR CHEGA À POEIRA DO SAPATO DE SHAKESPEARE!
TODOS OS AUTORES SÃO PRÉ-MACACAIS SE COMPARADOS A SHAKESPEARE!
SE FOREM LATINOS, ENTÃO, SÃO PRÉ-PROTOZOÁRIOS!
A LÍNGUA INGLESA É A LÍNGUA DO ESPÍRITO SANTO POR QUE FOI A LÍNGUA QUE SHAKESPEARE AJUDOU A FORMAR!

Aí você diz: "Mas ele colocou o Machado no Gêniodele".
Ele colocou o Machado por que, dos autores da América do Sul, ele é sem dúvida o mais influenciado por Shakespeare, o que mais cita Shakespeare em sua obra [vide Dom Casmurro] e o que mais leu e mais escreveu sobre Shakespeare.
E isso nem foi ele que descobriu, foi uma americana chamada Helen Caldwell, em 1960, com o seu livro [muitíssimo imitado nas universidades até hoje]: O Otelo Brasileiro de Machado de Assis, e outro chamado Machado de Assis: The Brazilian Master and His Novels.

Ele ainda fez um desserviço à popularização do Machado na América.
Quem traduziu o Quincas Borba e o Memórias Póstumas para o inglês foi um senhor chamado Gregory Rabassa, que fez uma tradução hoje considerada cheia de erros, cortes e imperfeições.
Essa tradução foi publicada pela Penguin nos anos 60 e depois sumiu do mercado.
A Penguin mesmo falou recentemente que o primeiro autor brasileiro que ela publicou foi a Clarice Lispector, ignorando as malfadadas traduções dos livros citados e a de Dom Casmurro [feita por um tal de Robert Scott-Buccleuch, que, entre outras atrocidades, cortou 9 capítulos da obra!!!].
Pois bem, o Bloom elogiou as traduções deficientes e disse que, se o Quincas Borba não fez sucesso, é por que o romance foi narrado em 3a. pessoa, "que não é o forte dele".
Ah, faça-me o favor!

Quanto ao Bahktin, sendo ele ou outro que escreveu a teoria da polifonia em Dostoiévski, isso não muda o fato de que ela é genial e é a teoria mais influente sobre um autor feita no século passado.

Estou lendo esse aqui e gostando muito:

Crítica e teoria literária 18062012103110_port_james_wood

É bem leve, mas não é simplista.
Ele analisa a ficção de Homero a Pynchon Laughing em tópicos que mais se assemelham a uma conversa, pois são curtos e livres da linguagem academicista.
E também cita autores como Bolaño e Borges.
Essa descomplicação é o melhor do volume por que ele fala dos autores como se não fosse professor de Crítica Literária em Harvard [coisa que ele é], usando todo o comnhecimento que esse cargo exige.

Jabá, seu lindo, essa é um obra perfeita pra você adentrar nos meandros da crítica literária bem suavemente, com KY, sem academicismo.
Lembrei de você quando comecei a ler, acho que vais gostar.
Bjo, m ligah!


Última edição por Lorenzo Becco em 18th novembro 2012, 12:04 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Mat 18th novembro 2012, 11:41 am

Becco, eu nunca li o Angústia da influência, então não posso concordar nem discordar de você.
Você não está errado ao mencionar o "endeusamento de Shakespeare e a língua inglesa", inclusive, acho que crítica que ele faz sobre Rimbaud é podre. Segundo Bloom, Rimbaud não seria um poeta tão notável se tivesse escrito sua obra na "língua de Blake". Ok. Você não está errado. Ele coloca Shakespeare no centro da discusão e analisa tudo a partir dessa perspectiva.
Mas, sinceramente, no que diz respeito ao impacto e a qualidade da crítica impressionista dele, eu não tenho dúvidas, Bloom é um dos melhores. Ele tem sensibilidade literária e um senso agudo e perspicaz para encontrar leituras e análises muito boas dentro do texto literário. A leitura de sua crítica é quase catártica. Leia livros como Abaixo as verdades sagradas [especialmente o ensaio sobre Milton] e Onde encontrar a sabedoria. Esse tipo de crítico praticamente não existe mais, o que é uma pena.
Certo, de fato, a crítica dele é old fashion, mas ainda vale muito para quem procura esse estilo mais opinativo e quem quer, de alguma maneira, colher opinião sobre os chamados 'autores canônicos'.
E, sinceramente velho, esse James Wood eu não gostei. Achei o livro simplista e sem uma coerência interna no desenvolvimento das análises. Ele é equilibrado ao falar dos pós-modernos, mas é um tanto tradicional. Uma hora chama David Foster Wallace de "o rei do tédio" e em outro momento ficando babando o ovo de Bolaño hahaha.
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Mensagem por Becco 18th novembro 2012, 12:03 pm

Toda leitura crítica é proveitosa, nem que seja pra descer o pau depois. Wink
Vou dar uma olhada nesses do Bloom que você indicou, afinal ele também tem qualidades.

Já esse do Woods eu comecei ontem, li pouco, mas gostei justamente por que ele é mais simples.
Não tô dizendo que ele é maravilhoso, mas, se ele baba o ovo do Bolaño, então concordamos.
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Mensagem por César 18th novembro 2012, 12:24 pm

Mat escreveu:Uma hora chama David Foster Wallace de "o rei do tédio" e em outro momento ficando babando o ovo de Bolaño hahaha.
Mas o próprio DFW assumiu que seus livros são escritos para retratar o tédio do homem moderno. Infinite Jest poderia se chamar Tédio com T maiúsculo.
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Mensagem por Mat 18th novembro 2012, 1:26 pm

César escreveu:
Mat escreveu:Uma hora chama David Foster Wallace de "o rei do tédio" e em outro momento ficando babando o ovo de Bolaño hahaha.
Mas o próprio DFW assumiu que seus livros são escritos para retratar o tédio do homem moderno. Infinite Jest poderia se chamar Tédio com T maiúsculo.

Não é desse tédio ou falta de rítmo da narrativa que o Woods fala. A crítica dele é que, tanto o DFW quanto o Thomas Pynchon, "degradam a linguagem com seus pastiches mal feitos". Ele é completamente tradicional e acha que o Deus do romance é Flaubert.

Lorenzo Becco escreveu: [...]o Quincas Borba não fez sucesso, é por que o romance foi narrado em 3a. pessoa, "que não é o forte dele".
Ah, faça-me o favor!

Olha, eu adoro o Quincas Borba, mas não acho que essa crítica do Bloom seja completamente desprovida de sentido. Você consegue imaginar como Poe soaria em 3ª pessoa?
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Mensagem por Becco 18th novembro 2012, 1:51 pm

Flaubert > Pynchon Laughing em qualquer dia da semana.

O Poe tem contos ótimos em 3a. pessoa, assim como o Machado IMHO.
Quincas Borba não é tão bom quando Dom Casmurro nem Brás Cubas, mas não é por causa da voz narrativa.
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Mensagem por Mat 18th novembro 2012, 2:08 pm

Acho que Machado e Poe são mais naturais em 1ª pessoa. Não digo que todo o mérito literário venha disso, mas contribui.
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Mensagem por lavoura 18th novembro 2012, 7:23 pm

O conto da pessoa Deprimida do DFW resume bem esse "tédio". O autor consegue passar tudo oque a pessoa deprimida causa nas amigas para o leitor. Chega uma hora que você cansa e quer que a pessoa deprimida se mate logo.

Postem mais dicas. Quero me enveredar por esses caminhos de crítica ano que vem.
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Mensagem por Mat 18th novembro 2012, 7:25 pm

lavoura escreveu:O conto da pessoa Deprimida do DFW resume bem esse "tédio". O autor consegue passar tudo oque a pessoa deprimida causa nas amigas para o leitor. Chega uma hora que você cansa e quer que a pessoa deprimida se mate logo.

Postem mais dicas. Quero me enveredar por esses caminhos de crítica ano que vem.

Não é esse tédio sentimento que o Woods fala, é o tédio em como ele manipula a linguagem, segundo o próprio Woods, sem elegância alguma.
Eu não acho que seja bem assim. O Foster Wallace exagera em algumas coisas, mas tem seus méritos e apresenta algumas novidades no plano narrativo.
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Mensagem por lavoura 18th novembro 2012, 7:31 pm

Mat escreveu:
lavoura escreveu:O conto da pessoa Deprimida do DFW resume bem esse "tédio". O autor consegue passar tudo oque a pessoa deprimida causa nas amigas para o leitor. Chega uma hora que você cansa e quer que a pessoa deprimida se mate logo.

Postem mais dicas. Quero me enveredar por esses caminhos de crítica ano que vem.

Não é esse tédio sentimento que o Woods fala, é o tédio em como ele manipula a linguagem, segundo o próprio Woods, sem elegância alguma.
Eu não acho que seja bem assim. O Foster Wallace exagera em algumas coisas, mas tem seus méritos e apresenta algumas novidades no plano narrativo.

Não vi isso quando li o "Breve entrevistas". Achei legais as inovações lexicais dele. Alguns contos não casam bem, tipo conto Tri-stan: eu vendi sissee Nar para Ecko. Mas os outros são bem legais, cansativos depois de um tempo, mas valem a pena. Estou com o volume de ensaios dele para começar a ler.
Veremos como ele se sai. Dos 6 só li o "Isso é agua".
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Mensagem por Mat 18th novembro 2012, 7:32 pm

lavoura escreveu:
Mat escreveu:
lavoura escreveu:O conto da pessoa Deprimida do DFW resume bem esse "tédio". O autor consegue passar tudo oque a pessoa deprimida causa nas amigas para o leitor. Chega uma hora que você cansa e quer que a pessoa deprimida se mate logo.

Postem mais dicas. Quero me enveredar por esses caminhos de crítica ano que vem.

Não é esse tédio sentimento que o Woods fala, é o tédio em como ele manipula a linguagem, segundo o próprio Woods, sem elegância alguma.
Eu não acho que seja bem assim. O Foster Wallace exagera em algumas coisas, mas tem seus méritos e apresenta algumas novidades no plano narrativo.

Não vi isso quando li o "Breve entrevistas". Achei legais as inovações lexicais dele. Alguns contos não casam bem, tipo conto Tri-stan: eu vendi sissee Nar para Ecko. Mas os outros são bem legais, cansativos depois de um tempo, mas valem a pena. Estou com o volume de ensaios dele para começar a ler.
Veremos como ele se sai. Dos 6 só li o "Isso é agua".

Ele é um tanto exagerado nos virtuosismos, no Breves entrevistas tem umas notas de rodapé com transcrição fonética hahahaha
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Mensagem por Jabá 18th novembro 2012, 7:39 pm

Lorenzo Becco escreveu:
Mat escreveu:Qual o problema com o Bloom, Becco?

Bem, pra começar, a melhor coisa dele é A Angústia da Influência, e mesmo assim ele complica um assunto que por si só já é complexo com aquela categorização tirada da cultura grega em Clinamen, Tessera, Kenosis, Askesis, Apófrades e Demonização.
Parecia que ele queria escrever um romance, e não um livro de crítica ou só queria se mostrar [olha como eu li os gregos].

Segundo, ele tem uma visão reducionista da literatura em língua inglesa e, principalmente, da de outros países por causa do seu verdadeiro ENDEUSAMENTO do Shakespeare!
Não, cara, fala sério, TUDO NA PORRA DO MUNDO TEM A VER COM O SHAKESPEARE!
TODO O UNIVERSO É DETERMINANTEMENTE INFLUENCIADO POR SHAKESPEARE!
SE O ESCRITOR NUNCA LEU SHAKESPEARE, MESMO ASSIM É INFLUENCIADO POR QUE ELE LEU OUTROS AUTORES QUE LERAM SHAKESPEARE!
NENHUM AUTOR CHEGA À POEIRA DO SAPATO DE SHAKESPEARE!
TODOS OS AUTORES SÃO PRÉ-MACACAIS SE COMPARADOS A SHAKESPEARE!
SE FOREM LATINOS, ENTÃO, SÃO PRÉ-PROTOZOÁRIOS!
A LÍNGUA INGLESA É A LÍNGUA DO ESPÍRITO SANTO POR QUE FOI A LÍNGUA QUE SHAKESPEARE AJUDOU A FORMAR!

Aí você diz: "Mas ele colocou o Machado no Gênio dele".
Ele colocou o Machado por que, dos autores da América do Sul, ele é sem dúvida o mais influenciado por Shakespeare, o que mais cita Shakespeare em sua obra [vide Dom Casmurro] e o que mais leu e mais escreveu sobre Shakespeare.
E isso nem foi ele que descobriu, foi uma americana chamada Helen Caldwell, em 1960, com o seu livro [muitíssimo imitado nas universidades até hoje]: O Otelo Brasileiro de Machado de Assis, e outro chamado Machado de Assis: The Brazilian Master and His Novels.

Ele ainda fez um desserviço à popularização do Machado na América.
Quem traduziu o Quincas Borba e o Memórias Póstumas para o inglês foi um senhor chamado Gregory Rabassa, que fez uma tradução hoje considerada cheia de erros, cortes e imperfeições.
Essa tradução foi publicada pela Penguin nos anos 60 e depois sumiu do mercado.
A Penguin mesmo falou recentemente que o primeiro autor brasileiro que ela publicou foi a Clarice Lispector, ignorando as malfadadas traduções dos livros citados e a de Dom Casmurro [feita por um tal de Robert Scott-Buccleuch, que, entre outras atrocidades, cortou 9 capítulos da obra!!!].
Pois bem, o Bloom elogiou as traduções deficientes e disse que, se o Quincas Borba não fez sucesso, é por que o romance foi narrado em 3a. pessoa, "que não é o forte dele".
Ah, faça-me o favor!

Quanto ao Bahktin, sendo ele ou outro que escreveu a teoria da polifonia em Dostoiévski, isso não muda o fato de que ela é genial e é a teoria mais influente sobre um autor feita no século passado.

Estou lendo esse aqui e gostando muito:

Crítica e teoria literária 18062012103110_port_james_wood

É bem leve, mas não é simplista.
Ele analisa a ficção de Homero a Pynchon Laughing em tópicos que mais se assemelham a uma conversa, pois são curtos e livres da linguagem academicista.
E também cita autores como Bolaño e Borges.
Essa descomplicação é o melhor do volume por que ele fala dos autores como se não fosse professor de Crítica Literária em Harvard [coisa que ele é], usando todo o comnhecimento que esse cargo exige.

Jabá, seu lindo, essa é um obra perfeita pra você adentrar nos meandros da crítica literária bem suavemente, com KY, sem academicismo.
Lembrei de você quando comecei a ler, acho que vais gostar.
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Becco, querida, como você imaginou que eu fosse capaz de ler um post desse tamanho? Uns me nivelam por baixo, outros me tratam como gente. Obrigado pela dica! amei! I love you I love you I love you
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Mensagem por Mat 18th novembro 2012, 7:40 pm

Jabá: sempre deixando tudo mais afetado Cool
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Mensagem por lavoura 18th novembro 2012, 7:44 pm

Mat escreveu:
lavoura escreveu:
Mat escreveu:
lavoura escreveu:O conto da pessoa Deprimida do DFW resume bem esse "tédio". O autor consegue passar tudo oque a pessoa deprimida causa nas amigas para o leitor. Chega uma hora que você cansa e quer que a pessoa deprimida se mate logo.

Postem mais dicas. Quero me enveredar por esses caminhos de crítica ano que vem.

Não é esse tédio sentimento que o Woods fala, é o tédio em como ele manipula a linguagem, segundo o próprio Woods, sem elegância alguma.
Eu não acho que seja bem assim. O Foster Wallace exagera em algumas coisas, mas tem seus méritos e apresenta algumas novidades no plano narrativo.

Não vi isso quando li o "Breve entrevistas". Achei legais as inovações lexicais dele. Alguns contos não casam bem, tipo conto Tri-stan: eu vendi sissee Nar para Ecko. Mas os outros são bem legais, cansativos depois de um tempo, mas valem a pena. Estou com o volume de ensaios dele para começar a ler.
Veremos como ele se sai. Dos 6 só li o "Isso é agua".

Ele é um tanto exagerado nos virtuosismos, no Breves entrevistas tem umas notas de rodapé com transcrição fonética hahahaha

Aquele Datum Centurio é bem isso mesmo. E sobre as notas de rodapé, dizem que no Infinite Jest é que o bicho pega. Lá elas são mais que enormes
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Mensagem por Mat 18th novembro 2012, 8:47 pm

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1186685-filosofo-homi-bhabha-ve-forca-de-regionalismos-na-arte-global.shtml
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Mensagem por Mat 25th novembro 2012, 9:17 am

Crítica e teoria literária Humanismo-e-critica-democratica-edward-w-said-novo_MLB-O-59594876_480

Comprei esse aqui ontem.
Já comecei a leitura.
A eloquência do Said é inspiradora.
O livro reúne cinco ensaios do intelectual palestino, entre eles: Introdução a Mimesis, de Erich Auerbach. Será ótimo ler esse texto, estou de olho nesse livro do Auerbach há tempos.
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Mensagem por tiago 26th novembro 2012, 9:09 am

Lendo O Canône Ocidental, do Bloom, fiquei com vontade de ler Chaucer. Mas o inglês arcaico é demais pra minha ingorância
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Mensagem por Mat 26th novembro 2012, 11:17 am

tiago escreveu: Lendo O Canône Ocidental, do Bloom, fiquei com vontade de ler Chaucer. Mas o inglês arcaico é demais pra minha ingorância

34 ta pra lançar o Chaucer.

Trecho do livro do said em que ele ataca Bloom com seu conhecido fervor equilibrado:


Edward Said escreveu:[...] essa universalidade de visão não é absolutamente o que temos obtido de Harold Bloom, que se tornou o porta-voz popular do tipo mais extremo de esteticismo repudiador que se autodenomina humanismo canônico. O seu talento extraordinário não o tem impedido de fazer os ataques mais brutos e mais cegos ao que, numa leitura errônea chocante do esteticismo de Wilde, ele supõe estar representando[...] Nas suas incessantes invocações aleatórias do que ele depreciativamente chama de escola do ressentimento, Bloom inclui tudo o que foi dito ou escrito por novos talentos que não são europeus, não são do sexo masculino, não receberam educação inglesa e por acaso não concordam com suas proclamações proféticas cansativas. Certamente pode-se aceitar, como eu aceito, a existência de realizações maiores e menores nas artes, e até realizações que são inteiramente desinteressantes (afinal, ninguém pode gostar de tudo): mas eu jamais admitiria que algo fosse humanisticamente, intrisicamente desinteressante apenas por não ser um dos nossos, ou por pertencer a uma tradição diferente, ou por provir de uma diferente perspectiva e experiência e constituir o resultado de diferentes processos de trabalho, como na frase estarrecedoramente condescendente de Saul Bellow: "mostrem-me o Proust zulu". [...]
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Mensagem por Becco 26th novembro 2012, 11:34 am

Concordo com tudo o que ele disse aí.
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Mensagem por Mat 4th dezembro 2012, 7:20 pm

Alguém aqui manja alguma coisa do Wittgenstein?
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