O que você está lendo?

tpnocera escreveu:Li o primeira novela de Corpo de Baile, que já foi uma das melhores coisas que eu já li na minha vida.

Lorenzo Becco escreveu:

tpnocera escreveu:Li o primeira novela de Corpo de Baile, que já foi uma das melhores coisas que eu já li na minha vida.

É o "Campo Geral", do Miguilim? Foi a novela sobre a qual eu escrevi na minha dissertação de Mestrado.
É lindo demais mesmo. Uma obra-prima. Segundo o próprio Rosa era a obra da qual ele mais gostava, pela qual ele tinha mais carinho.

aviso escreveu:Ah, li Capitães de Areia bem novinha, me lembro muito pouco do livro. Mas lembro que na época gostei muito. E assim como você, Jabá, queria ler mais literatura brasileira, dando enfoque nos autores da minha terrinha, como José Lins do Rego. Tenho Fogo Morto em casa (em algum lugar perdido, mas tenho). Alguém já leu?

Tashinha escreveu:Já li 13 livros ao mesmo tempo, mas a universidade faz a gente perder o ritmo pra leitura (e ganhar pra álcool). Estou lendo, com alguma dificuldade/preguiça, O vermelho e o negro. Não que o livro seja ruim, é ótimo! Só perdi o ritmo...Espero terminar logo pra ler os livrinhos que comprei.

Jabá escreveu:

Tashinha escreveu:Já li 13 livros ao mesmo tempo, mas a universidade faz a gente perder o ritmo pra leitura (e ganhar pra álcool). Estou lendo, com alguma dificuldade/preguiça, O vermelho e o negro. Não que o livro seja ruim, é ótimo! Só perdi o ritmo...Espero terminar logo pra ler os livrinhos que comprei.

Olha, não consigo ler nem 2 quanto mais 13. Pra mim, não tem como uma das leituras não sair prejudicada. Tentei fazer isso esse ano com um livrinho de poesia do Quintana enquanto lia Bufo & Spalanzani do Fonseca. A leitura do Quintana saiu prejudicada.

tpnocera escreveu:Sobre o que escreveu? Tem como disseminar isso?

O título da dissertação foi "Estúrdias Estórias - O narrador infantil em Campo Geral".
É sobre o Miguilim enquanto narrador/contador de estórias e como essas estórias refletem e/ou determinam o que acontece no enredo maior da novela.
Queria publicar, mas ainda não achei nenhum besta interessado.
Tenho aqui; se você quiser, te mando um capítulo pra ver se agrada.

Jabá escreveu:Comecei hoje CAPITÃES DA AREIA. Anda não li muita coisa, só uma 20 páginas no intervalo do almoço, mas já deu pra sentir um gostinho do livro. Bacana a forma que o Jorge Amado contextualiza a trama no começo do livro, e segue com a apresentação dos personagens, do lugar e suas peculiaridades. Tô gostando.

aviso escreveu:E assim como você, Jabá, queria ler mais literatura brasileira, dando enfoque nos autores da minha terrinha, como José Lins do Rego. Tenho Fogo Morto em casa (em algum lugar perdido, mas tenho). Alguém já leu?

Mat escreveu:Até agora o volume mais aterrorizante de todos. As descrições minunciosas do estado do presídio na Sibéria, inclusive o tio-avô do Nabokov era o tenente responsável pelo presídio, ao que parece, em determinado momento, chegou a emprestar uns livros da biblioteca ao nosso herói [segundo cartas, o segundo maior sofrimento dele era ficar sem leitura, entediado]. A cena da pseudo execução, os castigos que os presos eram submetidos, os trabalhos forçados [o frio cortante que segundo o próprio Dostoievski "dilacerava a carne"], tudo isso unido a descrições das características físicas dos presos dão um toque quase artístico ao texto do Frank. Alguns mitos que foram desconstruídos, por exemplo, dizer que Dostoievski foi chicoteado, segundo o Frank, é uma mentira, ele nunca foi.
Relato e trechos de cartas de companheiros e do próprio Fiódor, e a precisão dos fatos sempre analisados com a maior seriadade possível. Joseph traz os elementos diferenciadores nesse momento da vida do Dostoievski [1850 a 1859], provavelmente a década mais traumatizante da vida do escritor, e talvez, a que lhe deu mais capacidade de observar o mundo de um jeito inteiramente único ao qual não estava acostumado.

De fato foram os "anos de provação", sair vivo daquilo tudo foi a maior conquista, o maior feito do Dostoievski, não é pra qualquer um [especialmente pelo seu tipo físico] - o alimento muitas vezes depois de um dia de intensa exaustão devido ao trabalho era repolho cozido - Dostoievski caiu doente muitas vezes.

Mas, todo esse sofrimento [e não foi pouco] serviu de inspiração para a construção de um dos seus livros mais importantes "Recordação da casa os mortos" [um dos meus prediletos btw]. Joseph ainda não faz uma análise desta obra nesse tomo, mas sempre ressalta a importância tanto desse momento horroroso na vida do Dostoievski, quanto do livro.

Na chamada fase pós-siberiana, Joseph nos mostra um escritor muito mais maduro e menos ingênuo, que agora fala e escreve sobre o povo com um olhar muito mais íntimo e avassalador. Talvez se esse fato não tivesse ocorrido na vida dele, Dostoievski - talvez - fosse somente mais um autor russo e não o gênio universal que conhecemos.

Lorenzo Becco escreveu:

tpnocera escreveu:Sobre o que escreveu? Tem como disseminar isso?

O título da dissertação foi "Estúrdias Estórias - O narrador infantil em Campo Geral".
É sobre o Miguilim enquanto narrador/contador de estórias e como essas estórias refletem e/ou determinam o que acontece no enredo maior da novela.
Queria publicar, mas ainda não achei nenhum besta interessado.
Tenho aqui; se você quiser, te mando um capítulo pra ver se agrada.

Tashinha escreveu:Comecei a ler Cem anos de solidão. Já conhecia o Garcia Marquez do Amor nos tempos do cólera e adoro. Pelo visto o livro me trará ótimos momentos. Depois comento minhas impressões.

aviso escreveu:

Tashinha escreveu:Comecei a ler Cem anos de solidão. Já conhecia o Garcia Marquez do Amor nos tempos do cólera e adoro. Pelo visto o livro me trará ótimos momentos. Depois comento minhas impressões.

Ainda não li Amor nos tempos de cólera, mas quero muito. Abaixo segue esqueminha com os nomes dos personagens de Cem anos de solidão (porque sim, é preciso):



Não o usei durante a minha leitura, mas espero que te ajude. Muitas vezes, enquanto lia este livro, tive que parar por alguns minutos e tentar lembrar QUAL Amaranta, Aureliano ou Arcadio estava falando.

Tashinha escreveu:Comecei a ler Cem anos de solidão. Já conhecia o Garcia Marquez do Amor nos tempos do cólera e adoro. Pelo visto o livro me trará ótimos momentos. Depois comento minhas impressões.

Gourmet escreveu:Também sou adepto da leitura simultânea de livros, mas não sou tão prodigioso como as mulheres ou a Tashinha. Mulheres são multitarefa por excelência, mas eu tenho dificuldades em andar e mascar chiclete ao mesmo tempo.

Agora estou no TORMENTA DE ESPADAS do George Martin, COMPLEXO DE PORTNOY do Phillip Roth e TRATADO DE ATEOLOGIA de Michel Onfray. Todos são boas leituras, mas venho tendo dificuldades em administrar o COMPLEXO. É um livro sobre psicanálise e me causa um razoável desconforto, assim como ocorreu quando vi a série IN TREATMENT da HBO. TORMENTA, como todos devem saber, é o terceiro livro na sequência de GUERRA DOS TRONOS, uma leitura muito agradável, pela complexidade política e pela grande escala das questões. ATEOLOGIA está um pouco abaixo do que eu poderia esperar, mas ainda assim é uma boa leitura.

Tenho lido também um guia da Folha de NOVA YORK e estudado o local, para minha próxima viagem, mas isso não conta, né?

Gourmet escreveu:Também sou adepto da leitura simultânea de livros, mas não sou tão prodigioso como as mulheres ou a Tashinha. Mulheres são multitarefa por excelência, mas eu tenho dificuldades em andar e mascar chiclete ao mesmo tempo.