Qual o último livro que você leu?

Jabá escreveu:

Mat escreveu:Você acha que, de fato, existem paralelos com Madame Bovary, Jabá? O que acha da comparação dos autores?

Eu não acho nada, porque não li Madame Bovary.

Nossa, me desculpe, uma vez vi você comentando sobre Flaubert e achei que tivesse lido a Bovary.

Mat escreveu:

Jabá escreveu:

Mat escreveu:Você acha que, de fato, existem paralelos com Madame Bovary, Jabá? O que acha da comparação dos autores?

Eu não acho nada, porque não li Madame Bovary.

Nossa, me desculpe, uma vez vi você comentando sobre Flaubert e achei que tivesse lido a Bovary.

Eu li os 3 contos. E separei a Bovary. Vou ler esses dias.

"Libertação" do Sandor Marai. Escritor hungaro. No embalo de "As Brasas" pedi pelo skoob esse Libertacao. Trata da historia de algumas pessoas se escondendo em Budapeste em pleno ataque russo e resistencia alema na 2a guerra. Os hungaros em meio ao fogo cruzado moravam no subsolo das casas, alguns "emparedados", recebendo comida de vez em quando por pequenas aberturas.
O bombardeio comendo solto, alemao matando o que se movia, e uma menina querendo atravessar a rua pra encontrar com o pai.
Livro curto, nao tao intenso quanto "As Brasas", mas de boa qualidade.



"A Valsa dos Adeuses", Milan Kundera. Depois que tive a certeza de que o Kundera nao é so "A insustentavel leveza o ser" lendo "A Identidade", achei esse Valsa....na casa da minha mae. Peguei emprestado e em poucos dias acabei. Mais uma vez o Kundera trata do relacionamento entre casais, como sempre infieis e inseguros, e desenvolve um bom livro onde o protagonista musico e mulherengo descobre que sera pai de um filho indesejado de uma garota que ele so encontrou uma vez. Seguem-se trocas e mais trocas de casais
Bom livro.

Algumas vezes vi opinioes aqui no forum sobre esse livro e tambem comparacoes com "A Morte de Ivan Ilitich". Por isso eu esperava muito mais do "Sonata a Kreutzer", esperava algo superior ao "Morte de Ivan....". Me enganei.
"A Morte de Ivan Ilitich" é o melhor livro com menos de 100 paginas que eu conheco

Becco escreveu:E, Jabá, "protagonista principal" me parece pleonástico.
Ou você tá querendo dizer que o Liévin é o protagonista secundário?

Não sei o que eu quis dizer, agora você me confundiu todo.

"A Queda", Camus



Mais um daqueles livros com poucas paginas mas com muito significado.

Muito legal François Villon.
Tem até uma poesia dele que foi remakeado pelo Monty Python aqui ó:

Bakhtin analisa a obra do escritor medieval francês François Rabelais como um elemento inteiramente derivado da cultura cômica popular da Idade Média e do renascimento – sem ter isso em mente é impossível, segundo o autor, entender a realização estética de Rabelais em sua integridade. O estudo aborda o surgimento do que ele chama de linguagem “carnavalesca” – e consequentemente a carnavalização verbal de Rabelais que resulta no grotesco/absurdo de sua obra –, o desenvolvimento do “Realismo Grotesco”, a história do riso na cultura ocidental, a relação entre as formas cômicas não-oficiais e as formas canônicas oficiais dentro da produção cultural da sociedade medieval e a degradação do sublime que, segundo Bakhtin, justificaria toda a obra de Rabelais como uma ode ao riso e ao “corpo”. O baixo material, os “infernos” – os órgãos genitais, a matéria fecal, a urina, as grosserias, o palavrão. As imagens degradantes da comilança, do banquete, do apetite sexual insaciável, do gigantismo, dos exageros verbais, da deformidade, do horrendo.

Bakhtin defende uma autonomia do grotesco dentro da cultura que, durante a história, foi esquecida em nome do sublime. Aponta em autores como Lucien Febvre e Victor Hugo o erro metodológico de tentar entender a obra de Rabelais a partir da cultura medieval oficial, ou seja, a canônica. Para Bakhtin, a obra de Rabelais e seu princípio organizador de imagens são mimetizações da realidade carnavalesca da cultura cômica popular medieval; das festas de praça, da linguagem corporal, da expressão dos “infernos do corpo”; o ânus, a satisfação das necessidades naturais, o exagero. É fundamental, segundo o autor, entender o riso e a jocosidade da cultura popular para entender Rabelais.

Trechos:

“Não são apenas as paródias no sentido estrito do termo, mas também todas as outras formas do realismo grotesco que rebaixam, aproximam da terra e corporificam. Essa é a qualidade essencial desse realismo, que o separam das demais formas “nobres” de literatura e da arte medieval. O riso popular que organiza todas as formas do realismo grotesco, foi sempre ligado ao baixo material e corporal. O riso degrada e materializa.” (BAKHTIN, p. 18)

“As visões de além-túmulo tiradas do “Visio Pauli”, transcritas e enriquecidas pela grande fantasia celta, são amplificadas e detalhadas ao máximo. As imagens grotescas do corpo foram exageradas. O número de pecados e sua punição (de seis a nove e mais ainda) foram levadas ao máximo. Na construção das imagens relativas aos suplícios, pode-se sentir sem dificuldade a lógica específica das grosserias, imprecações e injúrias, a dos denegrimentos e rebaixamentos corporais topográficos. As imagens dos suplícios são muitas vezes organizadas como a realização das metáforas contidas nas grosserias e imprecações. O corpo dos pecadores supliciados é apresentado num aspecto grotesco. A ligação com a comida aparece às vezes muito claramente: Alguns dos pecadores são assados no espeto, outros devem beber metais incandescentes.
Na “Visão de Tungdal”, Lúcifer é representado acorrentado à grelha, branca de tão quente, do fogão sobre o qual é assado, enquanto se alimenta de pecadores.” (BAKHTIN, p. 341).

“As degradações (paródicas e de outros tipos) são também características da literatura do renascimento, que perpetua desta forma as melhores tradições da cultura cômica popular (de modo particularmente completo e profundo em Rabelais). Mas já nessa época o princípio material e corporal muda de sentido, torna-se cada vez mais restrito e seu naturalismo e seu caráter festivo atenuam-se. No entanto, esse processo está apenas começando nessa altura, como demonstra claramente o exemplo de D. Quixote.” (BAKHTIN, p. 19)

Mateus precisando de uns laboratórios de escrita urgente.

A GUERRA DO CÁLCULO
JASON SOCRATES BARDI
RECORD – 300 páginas

A história da matemática e de seus “criadores” é talvez uma das mais ricas em termos de fatos e acontecimentos extraordinários e impactantes no mundo. Um deles é a criação do cálculo integral e diferencial que serve pura e simplesmente pra tudo. Sua gama de aplicações é infinitamente vasta.
A história de sua criação é extraordinária por ter sido desenvolvido paralelamente na Inglaterra pelo gênio Isaac Newton e na Alemanha por Gotfried Leibiniz. Ambos gênios incontestáveis de suas nações e cientistas importantes no mundo de então.
A briga se deu por conta da autoria da criação. Newton desenvolveu primeiro mas não publicou. Leibniz desenvolveu e publicou e criou uma vasta lista de símbolo, cuja notação é usada até hoje. Seus discípulos desenvolveram e divulgaram esse método até afundarem numa briga envolvendo o ego e a vaidade dos dois gênios cujo final só foi possível após a morte de Leibniz.
O fato é que o livro traz uma deliciosa narrativa da biografia e detalhes de cada passo desde a criação dessa ferramenta que impulsionou o modo de resolver problemas na matemática e criou uma nova geometria.

O CORAÇÃO DAS TREVAS
JOSEPH CONRAD
ABRIL COLEÇÕES – 149 páginas

O coração das trevas é a narrativa permeada de mistérios da aventura de um marinheiro (Marlow) na missão de se embrenhar no coração da selva de algum país remoto da África em busca de Kurtz, desbravador a serviço da Grã-Bretanha na exploração de Marfim. A prosa do Conrad é quase fantasmagórica. A selva aparece como um personagem, um ser vivo que reage à medida que o barco de Marlow se aprofunda no seu interior e revela todos os seus mistérios em meio a sons guturais, batidas tribais e sangue. Kurtz quando surge é tratado como um ser excepcional e toda sua grandeza definem as ações seguintes dos personagens e conduz as páginas finais do livro.
Se inserido no contexto histórico, esse livro traz a denúncia por parte de Conrad (que já foi marinheiro) da época das expansões colonialistas e da exploração predatória dos países e culturas dominadas pela Inglaterra. E mesmo explorada, a selva respira e tem sede de sangue.

E odiava Dostoiévski!

Eu tentei ler a semana toda o Elizabeth Costello do Coetzee. Muito bom ,mas a leitura não fluía. Então hoje peguei um livro do Fonseca e devorei, peguei um depois do almoço e devorei também. Li os dois! Só contos fodas! Puta que pariu!

Jabá escreveu:

O CORAÇÃO DAS TREVAS
JOSEPH CONRAD
ABRIL COLEÇÕES – 149 páginas

O coração das trevas é a narrativa permeada de mistérios da aventura de um marinheiro (Marlow) na missão de se embrenhar no coração da selva de algum país remoto da África em busca de Kurtz, desbravador a serviço da Grã-Bretanha na exploração de Marfim. A prosa do Conrad é quase fantasmagórica. A selva aparece como um personagem, um ser vivo que reage à medida que o barco de Marlow se aprofunda no seu interior e revela todos os seus mistérios em meio a sons guturais, batidas tribais e sangue. Kurtz quando surge é tratado como um ser excepcional e toda sua grandeza definem as ações seguintes dos personagens e conduz as páginas finais do livro.
Se inserido no contexto histórico, esse livro traz a denúncia por parte de Conrad (que já foi marinheiro) da época das expansões colonialistas e da exploração predatória dos países e culturas dominadas pela Inglaterra. E mesmo explorada, a selva respira e tem sede de sangue.

Taí um livro que estou pra ler tem muito tempo e até hoje nada. Sempre achei que encontraria na biblioteca (já saiu em várias dessas coleções, não?) mas não tem (embora encontre outros do autor). Vou olhar no sebo depois. Essa edição/tradução é boa? Vi que tem pela Cia também (dentre outras).

Fortaleza Digital(Dan Brown)...tem bem a ver com o contexto no qual estamos vivendo, mas eu achei a história muito forçada, tem o "casal maravilha" e o final feliz, defendendo a justificativa de espionagem pelos EUA...muitas vezes tive vontade de jogar o livro pro alto e desistir, mas enfim, consegui ler tudo.

Que bomba LOOL

Os últimos que li:

Mateus, se você tá na onda Escola de Frankfurt recomendo que você procure Olgária Mattos (acho que a tese de livre-docencia dela) e Jay Martin (este tem um livro pela contraponto sobre a EF).

Uhum, to de olho nos livros dos dois, valeu!

Aliás, esse livro organizado pelo Jorge Coelho Soares tem um artigo da Olga chamado Indústria cultural e imaginação estética. É interessante.

E esse http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=670086 ?

Primeiro livro lido do ano. Caramba meu ritmo caiu vertiginosamente. Mas esse eu apreciei conforme ele merece. Dei as devidas pausas entre os contos e acho essa a melhor antologia que já li. É claro que sou paga pau do Borges e gosto idem do Bioy. Mas os contos são muito bons. Vários autores desconhecidos e muitos contos puramente "Borgianos". Alguns contos são puramente um argumento. Contos de três ou quatro linhas que omitem mais do que dizem e etc. Descobri que um conto que gostava muito, não é do Borges e sim de um alemão tradutor das Mil e uma noites: Gustave Weil.
O conto é o "História dos dois que sonharam". Esse conto tem no "História Universal da Infâmia" do Borges. Depois de ler que fui conferir no livro e vi que no prológo o Borges cita que nas histórias do fim do livro ele é puramente um tradutor e leitor. Além desse tem também "O bruxo preterido" que também está presente nessa e no História da Infâmia.

Destaque também para os contos ocidentais. Curti muito, a "filosofia" deles é diferente dos contos que vemos por aqui.
E pra fechar tem a peça de uma autora chamada Elena Garro que é´muito boa. Chama-se "Um lar Sólido".
Gostei muito da antologia. Vale muito a pena a leitura. Independente de gostar do gênero ou não.

Gostei muito do livro. Saga direta e em prosa. Conta a história dos Volsungo. Do nascimento do próprio Volsungo que era descendente de Odin até o nascimento de seus filhos e netos. Aqui ocorre o mesmo episódio da espada na Pedra da lenda do Rei Arthur. Mas ao invés da pedra é uma árvore que Odin crava a espada e ninguém consegue tirar.
Uma boa leitura. Principalmente para quem gosta do tema.
Dá para perceber que Tolkien se inspirou bastante nela.