Rubem Fonseca

A COLEIRA DO CÃO
RUBEM FONSECA
CÍRCULO DO LIVRO
240 PÁGINAS

Esse é o segundo livro de contos lançado por Rubem Fonseca ainda no ano de 1965. Traz 8 contos de grande qualidade literária e mostra o autor em plena ebulição criativa já mostrando um domínio completo de sua arte. As histórias variam dentro da sua prosa urbana focando os caminhos tortuosos das mentes dos personagens. Podemos perceber que alguns contos são de cunho nostálgico e parecem querer evocar memórias passadas que poderiam ser ou não do autor.
Dentre os contos, absolutamente merecem destaque A Força Humana e o conto que batiza o livro: A coleira do cão. Curiosamente ambos trazem personagens recorrentes na literatura fonsequiana. O primeiro é de um halterofilista que abraça um mundo sem perspectivas e desilusão. A sensação que o conto passa é de uma tensão e angústia constantes como se a vida tivesse sido espremida de todo o seu fel e o personagem principal sorvesse esse fel aos poucos. O segundo é um Fonseca típico mostrando sua poesia urbana de morte em um conto policial protagonizado pelo delegado Vilela que aparece depois no primeiro romance do autor: O caso Morel.
Definitivamente esse livro é o lastro para as grande obras que o autor publicou ao longo dos anos e com certeza merece estar entre os melhores do autor e da literatura universal.

Hmmm, não sabia disso. Se um dia voltar a ter férias na vida vou procurar no youtube.

Quanto ao halterofilista, pelo que lembro de cabeça, Ele aparece em uns 3 contos.
1) Nesse A força humana;
2) Noutro em que ele fica na rua espancando transeuntes num baile de carnaval e se envolve com uma condessa;
3) E em outro se bem lembro é uma luta de boxe ou vale-tudo, sei lá.

Jabá escreveu:Hmmm, não sabia disso. Se um dia voltar a ter férias na vida vou procurar no youtube.

Quanto ao halterofilista, pelo que lembro de cabeça, Ele aparece em uns 3 contos.
1) Nesse A força humana;
2) Noutro em que ele fica na rua espancando transeuntes num baile de carnaval e se envolve com uma condessa;
3) E em outro se bem lembro é uma luta de boxe ou vale-tudo, sei lá.

Este li esse final de semana, se chama: Fevereiro ou Março.
Um dos dois ou os dois.


Tem um outro conto do Fonseca, não é de Halterofilista, mas é um diário de um policial que mete bala em um sujeito fortão, tipo halterofilista que espanca a mulher. Bem tenso também. São umas 3 narrativas curtas.

O título é esse mesmo. Salvo engano originalmente foi publicado no Os prisioneiros.

Lorenzo Becco escreveu:O roteiro é do próprio Fonseca e da protegida dele, a Patrícia Melo.

E o Fonseca já ultrapassou, e muito, as fronteiras do romance policial. É muito melhor e mais complexo do que o simples who-donnit.

Pois é, vontade de voltar no tempo e martelar meus dedos para não escrever mais besteira.
Fonseca é muito bom! Li mais um conto dele, o segundo do 64 contos. Não me recordo o nome mas acho que era "Primeiro" e a narrativa do Fonseca é boa demais! As situações e os personagens cultos e "porra louca" são bem legais. Não tem como definir ele como autor de contos policiais, vi em algum post aqui do fórum definindo o fonseca como criador da "Prosa urbana" e realmente os temas dele são bem variados.
Acabando o "Seis propostas para Isidro Parodi" do Borges/bioy vou começar a ler pra valer o do Fonseca!

lavoura escreveu:

Lorenzo Becco escreveu:O roteiro é do próprio Fonseca e da protegida dele, a Patrícia Melo.

E o Fonseca já ultrapassou, e muito, as fronteiras do romance policial. É muito melhor e mais complexo do que o simples who-donnit.

Pois é, vontade de voltar no tempo e martelar meus dedos para não escrever mais besteira.
Fonseca é muito bom! Li mais um conto dele, o segundo do 64 contos. Não me recordo o nome mas acho que era "Primeiro" e a narrativa do Fonseca é boa demais! As situações e os personagens cultos e "porra louca" são bem legais. Não tem como definir ele como autor de contos policiais, vi em algum post aqui do fórum definindo o fonseca como criador da "Prosa urbana" e realmente os temas dele são bem variados.
Acabando o "Seis propostas para Isidro Parodi" do Borges/bioy vou começar a ler pra valer o do Fonseca!

Agora sim! Seja bem vindo à elite Fonsequiana do fórum composta por mim e pelo Becco. O Gourmet está suspenso até parar de ler Guerra dos tronos ou terminar os Irmaos Karamazov.

Ainda esse tópico? zzzz

Jabá escreveu:

lavoura escreveu:

Lorenzo Becco escreveu:O roteiro é do próprio Fonseca e da protegida dele, a Patrícia Melo.

E o Fonseca já ultrapassou, e muito, as fronteiras do romance policial. É muito melhor e mais complexo do que o simples who-donnit.

Pois é, vontade de voltar no tempo e martelar meus dedos para não escrever mais besteira.
Fonseca é muito bom! Li mais um conto dele, o segundo do 64 contos. Não me recordo o nome mas acho que era "Primeiro" e a narrativa do Fonseca é boa demais! As situações e os personagens cultos e "porra louca" são bem legais. Não tem como definir ele como autor de contos policiais, vi em algum post aqui do fórum definindo o fonseca como criador da "Prosa urbana" e realmente os temas dele são bem variados.
Acabando o "Seis propostas para Isidro Parodi" do Borges/bioy vou começar a ler pra valer o do Fonseca!

Agora sim! Seja bem vindo à elite Fonsequiana do fórum composta por mim e pelo Becco. O Gourmet está suspenso até parar de ler Guerra dos tronos ou terminar os Irmaos Karamazov.

Logo mais estará chegando o José e quero ler logo.
Esqueci de comentar por aqui mas já li também o "Feliz ano Novo" e fiquei assim:
Os nomes são bem engraçados também.

Já vi que vocês tão na merda, disse Zequinha. Ele tá querendo comer restos de Iemanjá, disse Pereba. Brincadeira, eu disse. Afinal, eu e Zequinha tínhamos assaltado um supermercado no Leblon, não tinha dado muita grana, mas passamos um tempão em São Paulo na boca do lixo, bebendo e comendo as mulheres. A gente se respeitava. Pra falar a verdade a maré também não tá boa pro meu lado, disse Zequinha. A barra tá pesada. Os homens não tão brincando, viu o que fizeram com o Bom Crioulo? Dezesseis tiros no quengo. Pegaram o Vevé e estrangularam. O Minhoca, porra! O Minhoca! crescemos juntos em Caxias, o cara era tão míope que não enxergava daqui até ali, e também era meio gago - pegaram ele e jogaram dentro do Guandu, todo arrebentado. Pior foi com o Tripé. Tacaram fogo nele. Virou torresmo. Os homens não tão dando sopa, disse Pereba. E frango de macumba eu não como.

Uma vez levei um carão da diretora de um colégio por ter mandado os meninos do 1o. ano lerem esse conto.

César escreveu:Ainda esse tópico? zzzz

Faça um favor pra humanidade: enfie uma granada no cu, puxe o pino e deixe que a gente comemora.

lavoura escreveu:

Jabá escreveu:

lavoura escreveu:

Lorenzo Becco escreveu:O roteiro é do próprio Fonseca e da protegida dele, a Patrícia Melo.

E o Fonseca já ultrapassou, e muito, as fronteiras do romance policial. É muito melhor e mais complexo do que o simples who-donnit.

Pois é, vontade de voltar no tempo e martelar meus dedos para não escrever mais besteira.
Fonseca é muito bom! Li mais um conto dele, o segundo do 64 contos. Não me recordo o nome mas acho que era "Primeiro" e a narrativa do Fonseca é boa demais! As situações e os personagens cultos e "porra louca" são bem legais. Não tem como definir ele como autor de contos policiais, vi em algum post aqui do fórum definindo o fonseca como criador da "Prosa urbana" e realmente os temas dele são bem variados.
Acabando o "Seis propostas para Isidro Parodi" do Borges/bioy vou começar a ler pra valer o do Fonseca!

Agora sim! Seja bem vindo à elite Fonsequiana do fórum composta por mim e pelo Becco. O Gourmet está suspenso até parar de ler Guerra dos tronos ou terminar os Irmaos Karamazov.

Logo mais estará chegando o José e quero ler logo.
Esqueci de comentar por aqui mas já li também o "Feliz ano Novo" e fiquei assim:
Os nomes são bem engraçados também.

Já vi que vocês tão na merda, disse Zequinha. Ele tá querendo comer restos de Iemanjá, disse Pereba. Brincadeira, eu disse. Afinal, eu e Zequinha tínhamos assaltado um supermercado no Leblon, não tinha dado muita grana, mas passamos um tempão em São Paulo na boca do lixo, bebendo e comendo as mulheres. A gente se respeitava. Pra falar a verdade a maré também não tá boa pro meu lado, disse Zequinha. A barra tá pesada. Os homens não tão brincando, viu o que fizeram com o Bom Crioulo? Dezesseis tiros no quengo. Pegaram o Vevé e estrangularam. O Minhoca, porra! O Minhoca! crescemos juntos em Caxias, o cara era tão míope que não enxergava daqui até ali, e também era meio gago - pegaram ele e jogaram dentro do Guandu, todo arrebentado. Pior foi com o Tripé. Tacaram fogo nele. Virou torresmo. Os homens não tão dando sopa, disse Pereba. E frango de macumba eu não como.

A primeira vez que li esse conto deu vontade de pegar uma doze e sair atirando no povo no meio da rua. Depois que li O cobrador deu vontade de pegar uma doze e sair atirando no povo no meio da rua.

Lorenzo Becco escreveu:Uma vez levei um carão da diretora de um colégio por ter mandado os meninos do 1o. ano lerem esse conto.

Não acredito . Nunca misture trabalho com prazer

Lorenzo Becco escreveu:Jabá, seu bosta, estávamos ignorando o César.

Expulse ele do fórum.

Era manhã de segunda e saí de casa com a doze debaixo do sobretudo. Entrei na estação do metrô procurando a vítima. De longe percebi ele. Pedante, ar blasé, com uma apostila do ENEM e uma cópia de um DVD qualquer de alguma bosta dirigida por um tal Ingmar Bergsson ou coisa que o valha. Parei em sua frente obsevando o ato de comer milho. Ele olhou em volta como se procurasse algo e me fitou. "Pois não?" ele falou. "Na minha terra o milho é comida que se dá pra jumento" - Respondi. "Como?" ele falou sorrindo. "Eu disse que na minha terra milho é comida que se dá pra jumento" falei gritando. Todos me olharam. Não sei se foi o sorriso sarcástico dele, ou se foi os restos de milho sobre a barba sebenta. O fato é que não me segurei e puxei a doze. "Vai comer milho agora é no inferno!!!" POOU!! POOU!!! Guinchos, latidos, ganidos e comoção. Como a vida é efêmera.

César no metrô

No mundo real eu sou geralmente muito bem educado, na verdade. E não como milho.

Jabá escreveu:

César escreveu:Ainda esse tópico? zzzz

Faça um favor pra humanidade: enfie uma granada no cu, puxe o pino e deixe que a gente comemora.

Continuei a ler os contos do Rubem Fonseca. Muito bom! Li o Relato de Carlos. E achei bem interessante como os personagens dele são intelectuais e "canalhas" ao mesmo tempo, sem soar forçado.
Rubem ganhou mais um fã.
E Becco apague esses post desses boçais denegrindo o Zé Rubem!!!

Li Lúcia McCartney, muito bom esse conto! Os recursos léxicos que o Fonseca usou aqui ficou muito bom, tipo aquela parte dos diálogos.

É que experimentos linguísticos e inovações lexicais está tão batido que eu quis maquiar um pouco a expressão.

Eu gostei do Lucia McCartney justamente pelo conto não pender para o grotesco/escatológico/violento. Tem um outro conto, que não recordo o nome agora, mas conta a história de um advogado que tem uma amante e monta um apartamento para ela, depois a amante o abandona e ele vai procurando outra e tal. No fim ele começa se auto destruir e o conto é muito bom! Porque você espera um final violento e não ocorre.
Acho legal o Fonseca diversificar dessa forma, bem que em vários lugares dizem que ele é imprevisível e como o próprio Pynchon disse no prefácio que o Mat postou, você não sabe aonde o conto vai te levar. É bem isso mesmo.