Qual o último livro que você leu?

lavoura, não é um livro ruim, mas eu esperava mais. Foi o primeiro que li de Balzac e, sinceramente, não sei se lerei outro...
Achei o personagem muito fraco, Balzac não descreve nada de maneira realmente aprofundada (e eu amo detalhes), alguns bons diálogos... Enfim, o livro é muito "rápido".

Even Bitencourt escreveu:lavoura, não é um livro ruim, mas eu esperava mais. Foi o primeiro que li de Balzac e, sinceramente, não sei se lerei outro...
Achei o personagem muito fraco, Balzac não descreve nada de maneira realmente aprofundada (e eu amo detalhes), alguns bons diálogos... Enfim, o livro é muito "rápido".

Eu tenho interesse em ler esse. Talvez seja uma leitura para o próximo mês, veremos.

Valeu pela análise! Uma pena ele nao descrever nada profundamente, porque ultimamente, leituras que pendem para esse lado tem me agradado mais.

Edição : Errei de tópico

Do Balzac só li há um tempão -

que é A Mulher Abandonada + O Romãzeiral + A Senhora Firmian. E gostei.
Agora lerei A Obra-Prima Ignorada, seguido de Um Episódio Durante o Terror.

Acabei de finalizar outra pérola do Kawabata.
O livro correspondeu aos elogios que sempre ouvi.
Não há o que falar a não ser da maestria e da meticulosa concisão com que o autor manipula seus jogos linguísticos deixando com o leitor a árdua tarefa de julgar e dar direção aos personagens.
A palavra chave para esse livro talvez seja solidão.
O vazio do senhor Eguchi é tocante, mas nunca piegas. Eguchi não está despido na frente do leitor, ao contrário de suas 'amantes' que estão sempre nuas e adormecidas.
A sexualidade, que é sempre cruel em Kawabata, aqui é vivida em um bordel onde as jovens estão mergulhadas em um sono letárgico. Os pobres 'clientes' dormem ao lado delas com ajuda de narcóticos e ali rememoram sensações de toda uma vida. Kawabata não precisa de muito, com algumas frases e alegorias marcantes, cria imagens onde desvenda o corpo feminino em suas nuances mais íntimas. Os pés, os dedos, a boca, os braços e, principalmente, os seios. Parágrafos belíssimos sobre cada parte do corpo da 'bela adormecida'. Meia página de descrição sobre o bico do seio que carrega marcas de mordida. Enfim, o livro é muito bonito e também muito rápido. Para ser lido em um dia.

Kawabata escreveu:Completamente fora de si, o velho Eguchi esquecera que a garota era oferenda ao sacrifício, e procurou com o pé as pontas dos pés dela. Somente ali ele ainda não havia tocado. Os dedos eram longos e moviam-se graciosos. As articulações, de modo semelhante às dos dedos das mãos, ora se dobravam ora se desdobravam, o que já bastava para exercer em Eguchi a forte sedução de mulher misteriosa.

Leitura densa, cansativa em alguns pontos, mas muito boa. O autor tem uma narrativa que utiliza palavras simples, em um tom de conversa e mescla com palavras mais "dificeis"
Só não gostei de um conto do livro, não recordo o título mas era algo como "Tri san dei- Queria ,Como vendia não sei oque" . O Autor usa uns experimentalismo legal no conto, porém achei muito longo e consequentemente maçante. Se tivesse utilizado esses artifícios de uma forma mais rápida, talvez eu não tivesse tido essa impressão. Os outros são muito bons. Os contos que dão título ao livro são bem legais, narram entrevistas com só a voz dos homens da entrevistas e tratam de temas diversos, desde o sentimento de posse de um espécime de sadomasoquista, até o "lado bom de ser estuprada", na verdade, se você faz uma reflexão desse conto aliada ao discurso "Isso é agua", dá para perceber que oque o autor quer sugerir é que não sejamos tão fechados, tendo uma visão fixa de algo. Recomendo a leitura, principalmente para quem gosta de conflitos humanos.

Quero ler mais obras do David Foster Wallace, mas vi recentemente no Twiter do Galindo(Cara que está traduzindo o Infine Jest) que ele está na página 87 ainda. Então vai demorar.


Outro que li foi


Muito boa a narrativa, conta a história de um grupo de crianças em uma ilha deserta. Nisso o autor vai narrando os acontecimentos pela sobrevivência dos pequenos, os dilemas, a tentativa da criação de uma sociedade, a destruição da inocência. É angustiante, mesmo com o tema já ter sido recentemente explorado com lost e outros filmes do gênero.

Lorenzo Becco escreveu:Lavoura lê mais que Jabá. Fato.

Quantidade não quer dizer qualidade.

Além do mais ele ainda tá na graduação e eu no mestragu.

Não tem comparação. Fato.

TÍTULO: Por que ler os clássicos
AUTOR: Ítalo Calvino
EDITORA: Companhia das Letras
N° DE PÁGINAS: 280
O livro é um apanhado geral da crítica literária do autor referente aos chamados “clássicos” da literatura universal. Neste apanhado, há artigos para revistas, jornais, prefácios de livros e várias outras contribuições do autor sobre grandes autores e obras que foram reunidos nesse livro.
Crítica literária, prefácio e artigos podem ser até ruins de ser lido pelo leigo, tornando a leitura difícil, já que Calvino é um intelectual com uma considerável bagagem literária, mas tem um elo que une o leitor comum com a maioria dos leitores, seja em formação, seja os já formados: o amor pela literatura. E é esse amor que faz com que Calvino chame a atenção dos leitores e lance uma nova luz aos grandes escritores, mas o mais legal é que ele foge das obras “óbvias”.
Todos eles estão lá. Desde as obras do início do milênio até as do século passado e algumas poucas atuais, podemos ver, por exemplo, um Flaubert além de Madame Bovary, que seria sua obra mais conhecida, um Dickens além de Grandes Esperanças, um Melville além de Moby Dick, Um Tolstói além de Anna Karenina. Essa diversificação fugindo do óbvio valoriza a bibliografia dos grandes escritores criando mais alternativas para o leitor comum cair de cabeça e se aprofundar nas obras citadas.
A bagagem intelectual que Calvino carrega em linhas e mais linhas de referências e análises comparadas, torna a leitura leve por que a maioria (nem todos) os artigos aqui tratam dos livros citados como se tivessem sidos escritos no auge da empolgação por uma pessoa que tivesse acabado de ler uma grande obra e estivesse ainda extasiado, mas como o próprio autor revela, houve casos em que algumas obras foram lidas por ele há uns bons 30 anos atrás, contando a data da publicação do artigo.
Mas é bom salientar que o livro não é uma espécie de guia de clássicos. Há algumas obras que servem sim como pilar para quem busca simplesmente ler um bom livro, outras constam do livro por aspectos literários que talvez não agradem o leitor comum. Mas de fato, é um bom livro para se ler e ter à mão na estante, e como o autor sugere logo no início dessa edição, o leitor deve ter sua própria estante de clássicos, que são para eles os livros que devem ser lidos e relidos, e outra com livros para serem conhecidos durante a vida de leitor, sendo que os da segunda estante podem migrar para os da primeira, ou seja, quem escolhe o que é clássico e o leitor, mas o autor dá uma belo direcionamento para a montagem da primeira estante.

Lorenzo Becco escreveu:Excelente resenha, Jabá!
Faça um blog ou um Facebook e post lá, seu puto!

Obrigado, amiche, assim eu fico corado

Quando eu fizer um Fakebook posto lá.

Só fez atiçar minha vontade de ler esse livro, Jabá.
Ao que parece, além de nortear o leitor em obras de autores já conhecidos, ele fala muito da literatura italiana que, devo confessar, tenho quase que completo desconhecimento, excetuando-se Dante, Eco e Leopardi.

Livro extraordinariamente bem escrito. Uma prosa suave e em tom irônico que lembra bastante Sterne e Machado em seus melhores momentos. O gato, personagem principal do romance, foi adotado e durante toda a vida permaneceu sem nome. É dono de uma sagacidade perceptiva impressionante e domina com classe e elegância boa parte da cultura oriental e ocidental. O gato despreza os seres humanos, em especial seu amo, um professor de inglês que é constantemente ridicularizado por seus alunos e amigos. O livro é muito engraçado em alguns momentos e, em outros, bastante melancólico por mostrar as mediocridades e atrocidades dos humanos na percepção do gato sobre o mundo.
Altamente recomendado. Soseki é um escritor de talento.

Japones é? É mangá?

César escreveu:Japones é? É mangá?

http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_do_Jap%C3%A3o

Vcs não entendem um homem de bom humor

bando de recalcado

César escreveu:Vcs não entendem um homem de bom humor

bando de recalcado

Realmente. Será se ele só entende as piadas inteligentes do Gourmet?

Finalmente terminei a leitura deste livro. Foi uma leitura arrastada e chata.
Não gostei do livro e este era um dos volumes que mais tinha vontade de ler na coleção Abril.
A história até que é boa. Conta a trajetória da familia Malavoglia, tentando se reerguer na vida, após uma série de tragédias que abalam a família. A pobreza do vilarejo lembra o conto "Os mujiques". Mas a forma de narrar do verga não me agradou. Ele conta a história,utilizando os habitantes do vilarejo, tendo assim vários personagens no decorrer do livro. No fim você lê o livro mas não simpatiza com nenhum deles.
Eu achei que seria um livro que levasse a alguma reflexão ou pelo menos sensibilizasse o leitor. Mas o livro não faz nenhuma dessas duas coisas.
No fim, pelo menos para mim, foi só mais uma história.


" A cidade inteira dorme" do Ray Bradbury.

Fiquei até espantado com a rapidez que li este livro. Praticamente li ele todo ontem. A leitura é muito fluida e os temas abordados pelo Bradbury são bem legais. Em um dos contos ele trata do questionamento de um coletor de lixo, que recebe uma notificação do governo para recolher corpos dos mortos pela guerra. E isso leva ele a uma série de questionamentos. Há também um outro conto legal, em que alguns homens são exilados em marte devido a uma doença chamada "Ferrugem do sangue" que causa hemorragia nasal e a única possivel cura é o exilio marciano. Nessa premissa aparece um "Paciente" que tem o poder da ilusão, podendo recriar qualquer sonho das pessoas como forma de miragem. A partir dai começa uma série de fatores que logo de cara o leitor já imagina que terminará em tragédia. Esses foram os que achei mais reflexivos.Outros contos deles são bons também como A cidade inteira dorme, o conto que leva o nome do livro também , narrando três amigas voltando do cinema com um serial killer de mulheres a solta na cidade.
O homem ilustrado, narra a profecia de uma bruxa que "previu" o futuro em forma de tatuagem no corpo do homem. Há um outro conto em que a policia interroga um sujeito por ele andar a noite, ao invés de ficar em casa na frente da tv. Este conto lembra o Farenheit 451 do próprio autor.
No fim foi uma ótima surpresa este livro. Só conhecia o Farenheit 451 do autor e confesso que não havia gostado tando quanto outras obras como Admiravél mundo novo e 1984. Mas essa coletânea de contos mudou minha opnião sobre o Bradbury. Ele usa Ficção Científica mesclado com uma melancolia e situações do dia a dia.

TÍTULO: A letra escarlate
AUTOR: Nathaniel Hawthorne
EDITORA: Penguin Companhia
N° DE PÁGINAS: 332

A letra escarlate é o tipo de livro que só pelo título já povoa a imaginação do leitor. Um título misterioso, um símbolo quase místico e sobrenatural. De fato, a narrativa traz um pouco disso tudo, mas infelizmente o livro decepcionou.
Apesar de o autor ter utilizado um recurso interessante logo no começo do livro, ou seja, o que seria clímax, a heroína principal Hester Pryne de imediato já aparece estigmatizada pela tal da letra escarlate, torna-se o ponto de partida da história. O resto se desenrola ao longo do livro, cansativamente, em torno de quem seria o pai da criancinha Pearl.
Infelizmente, esse desenrolar e as constantes referências se tornam insuportavelmente chatas e enfadonhas. Sem exageros, praticamente não há um só capítulo em que o autor não faça referência à letra escarlate pelo menos umas três vezes por capítulo.
Outro aspecto negativo se refere à superficialidade das personagens. A própria Hester, não tem nada de heroína, é apenas uma pessoa conformada com sua situação que toca a vida tranquilamente, ou seja, o impacto da letra escarlate na sua vida, por mais que o autor enfoque constante e irritantemente esse detalhe, com o passar dos anos não a afeta mais em nada. Ainda sobre a superficialidade dos personagens, outro ponto fraco é a filhinha Pearl, que aos sete anos é praticamente caracterizada ora como uma adulta miniatura, ora como um ser místico. Faz-se necessário frisar ainda o afeminado, piegas e molenga Sr. Dimmesdale, com o irritante detalhe de em todas as suas aparições levar a mão ao coração. Faltou também um vilão malvado de verdade.
A estrutura da narrativa também não ajuda muito. A história parece não fluir bem e os capítulos aparecem como se fossem uma colcha de retalhos, cada qual isolado, truncando assim a história.
Quanto à edição, o selo Penguin Companhia traz nesse livro além do romance alguns extras, tais como uma irritante introdução autobiográfica do autor que exceto por um breve detalhe, nada tem a ver com a história, várias notas de rodapé e um posfácio bem melhor que o livro em si, com detalhes biográficos e contextualizando a obra.
Infelizmente, pelo menos para mim, esse livro deixou a desejar pelos motivos já citados e outros mais que talvez não tenham sido levados em conta há 162 anos atrás, ano de sua publicação e que o alçou à categoria de clássico. Decepcionante.

Lorenzo Becco escreveu:Em algum lugar, César derrama uma lágrima.

Olha, sinceramente esse rapaz é complicado. Queria entender. sério...

Não tenho o menor problema com as pessoas não gostarem de coisas que eu gosto, podem ficar tranquilos.

Lorenzo Becco escreveu:Mas é que são só duas ou três.