Re: Qual o último livro que você leu?

por schmidt 16th dezembro 2012, 9:06 am

Terminei "Lolita" (Nabokov) hoje.
Gostei, mas ainda prefiro "A Defesa Lujin" do Nabokov. Ele conseguiu, no inicio, me fazer pensar que a garota era mesmo uma putinha que provocava o protagonista.
Avancei mais umas paginas pra ver que nao era bem isso, e que o sujeito era um grande FDP. Melhor nao enumerar a lista de crimes dele pra nao deixar spoilers desnecessarios.
Nao entendi porque o tradutor nao traduziu os termos e expressoes em frances. No final ainda tem uma boa ("boa" na visao de um professor de Fisica, nao de Literatura) analise do livro escrita pelo Martin Amis.

por Karenina 20th dezembro 2012, 9:20 am

Memorial de Aires, Machado de Assis.

Narrado em primeira pessoa, o livro se organiza em forma de diário. Conselheiro Aires, diplomata aposentado, narra suas relações mais próximas enfocando a vida da sua irmã Rita, do casal Aguiar e da viúva misteriosa e encantadora Fidélia. Não há uma continuidade do contar das fofocas: ora se fala de beltrano, ora de fulado, ora de reminicências.

Gostei especialmente de o narrador ficar "dando conta" da vida alheia, em conjecturas e refutações sobre a vida social e amorosa dos personagens. Isso nos faz imergir nas elucubrações também.

Estou ansiosa pra ler Esaú e Jacó agora!

por Oric 20th dezembro 2012, 9:47 am

Qual o último livro que você leu? - Página 26 WALDEN-THOREAU-LPM

Walden - H. D. Thoreau

Li esse livro por dois motivos:
- A influência que ele teve no Christopher McCandless, que resultou num livro (que ainda não li) e no filme "Na Natureza Selvagem". Ele até cita trechos do livro no filme. O Thoreau foi viver longe da civilização, nas beiras do lago Walden, durante 2 anos. Só que no século XIX.
- Pelo livro "Walden II" do B. F. Skinner, que é uma utopia (?) bem interessante. Só que, apesar da influência, já é bem diferente: enquanto no Walden temos um indivíduo vivendo sua utopia solitariamente, no Walden II Skinner propõe uma utopia coletiva.

Basicamente Thoreau conta sobre sua vida no meio do mato, comparando-a com a da cidade. Não é divido em duas partes, mas eu percebi que, em geral, nos primeiros capítulos (principalmente no primeiro, que é bem longo, umas 70 pg, enquanto os outros são por volta de 10) ele faz uma longa e devastadora crítica aos vários hábitos fúteis da civilização, principalmente no que é relacionado à posses materiais. Ao mesmo tempo, claro, ele exalta a busca pelo prazer na simplicidade da vida. É bem interessante para repensar o modo de viver, o modo que encaramos a vida. E de deixar com vergonha de reclamar sobre futilidades (facebookfeelings). Natural não concordar com tudo também e por vezes o livro se torna cansativo, parecendo um longo sermão. A "segunda parte" trata mais de como ele vivia por lá. Thoreau descreve com detalhes como era sua vida, o que comia, suas leituras, o lar que ele construiu por lá, a mata, quem o visitava... até mesmo um capítulo com uma detalhadíssima descrição do lago Walden que por alguns momentos chega a cansar e por outros nos brinda com trechos bem poéticos.

No geral valeu a leitura, mas para mim o filme "Na Natureza Selvagem" foi bem mais inspirador. Pretendo ler o livro no futuro.

por **Jabá** 20th dezembro 2012, 9:57 am

Karenina escreveu:Memorial de Aires, Machado de Assis.

Narrado em primeira pessoa, o livro se organiza em forma de diário. Conselheiro Aires, diplomata aposentado, narra suas relações mais próximas enfocando a vida da sua irmã Rita, do casal Aguiar e da viúva misteriosa e encantadora Fidélia. Não há uma continuidade do contar das fofocas: ora se fala de beltrano, ora de fulado, ora de reminicências.

Gostei especialmente de o narrador ficar "dando conta" da vida alheia, em conjecturas e refutações sobre a vida social e amorosa dos personagens. Isso nos faz imergir nas elucubrações também.

Estou ansiosa pra ler Esaú e Jacó agora!

Hmmm, adoro fofoca. Muito me interessa esse livro.

por lavoura 20th dezembro 2012, 11:11 am

Terminei o Histórias da Meia noite do Machado livro formado por contos, mas confesso que não gostei muito.
Só os últimos 2 contos me agradaram: Raquel e O relógio

Oric escreveu:
Walden - H. D. Thoreau

Li esse livro por dois motivos:
- A influência que ele teve no Christopher McCandless, que resultou num livro (que ainda não li) e no filme "Na Natureza Selvagem". Ele até cita trechos do livro no filme. O Thoreau foi viver longe da civilização, nas beiras do lago Walden, durante 2 anos. Só que no século XIX.
- Pelo livro "Walden II" do B. F. Skinner, que é uma utopia (?) bem interessante. Só que, apesar da influência, já é bem diferente: enquanto no Walden temos um indivíduo vivendo sua utopia solitariamente, no Walden II Skinner propõe uma utopia coletiva.

Basicamente Thoreau conta sobre sua vida no meio do mato, comparando-a com a da cidade. Não é divido em duas partes, mas eu percebi que, em geral, nos primeiros capítulos (principalmente no primeiro, que é bem longo, umas 70 pg, enquanto os outros são por volta de 10) ele faz uma longa e devastadora crítica aos vários hábitos fúteis da civilização, principalmente no que é relacionado à posses materiais. Ao mesmo tempo, claro, ele exalta a busca pelo prazer na simplicidade da vida. É bem interessante para repensar o modo de viver, o modo que encaramos a vida. E de deixar com vergonha de reclamar sobre futilidades (facebookfeelings). Natural não concordar com tudo também e por vezes o livro se torna cansativo, parecendo um longo sermão. A "segunda parte" trata mais de como ele vivia por lá. Thoreau descreve com detalhes como era sua vida, o que comia, suas leituras, o lar que ele construiu por lá, a mata, quem o visitava... até mesmo um capítulo com uma detalhadíssima descrição do lago Walden que por alguns momentos chega a cansar e por outros nos brinda com trechos bem poéticos.

No geral valeu a leitura, mas para mim o filme "Na Natureza Selvagem" foi bem mais inspirador. Pretendo ler o livro no futuro.

Nao conhecia mas me interessei e achei em ebook vou colocar no celular para ler.

por Karenina 20th dezembro 2012, 11:32 am

Walden é muito bom! Gosto especialmente da ideia de "Sugar a essência da vida"

por Oric 20th dezembro 2012, 2:20 pm

lavoura escreveu:Nao conhecia mas me interessei e achei em ebook vou colocar no celular para ler.

Bom que se interessou, depois poste suas impressões. Mas... você lê no celular? Shocked

Estou há meses trabalhando a ideia de ler num e-reader... Laughing

Karenina escreveu:Walden é muito bom! Gosto especialmente da ideia de "Sugar a essência da vida"

É bem isso. Aproveitei o embalo e comecei hoje outro dele "A Desobediência Civil". Esse ele escreveu durante a prisão que ocorreu... justamente por ele ter desobedecido o governo. Foi um livro que inspirou Gandhi e Martin Luther King.

por Karenina 20th dezembro 2012, 6:02 pm

A minha edição tem ambos - Walden e A desobediência civil.

Qual o último livro que você leu? - Página 26 Waldenfig

por Oric 21st dezembro 2012, 6:00 am

Essa edição tem algum extra (prefácio, posfácio)?

Eu comprei as da LPM. A do Walden tem um prefácio ridículo e lamentável do Eduardo Bueno. Rolling Eyes

Mas conta com um ótimo posfácio do Ralph Waldo Emerson (que foi amigo do Thoreau).

por Karenina 21st dezembro 2012, 10:36 am

Oric escreveu:Essa edição tem algum extra (prefácio, posfácio)?

Eu comprei as da LPM. A do Walden tem um prefácio ridículo e lamentável do Eduardo Bueno. Mas conta com um ótimo posfácio do Ralph Waldo Emerson (que foi amigo do Thoreau).

Oric, tem uma Introdução escrita pela tradutora do livro Astrid Cabral e um Apêndice com A desobediência civil.

por lavoura 21st dezembro 2012, 10:44 am

Oric escreveu:
lavoura escreveu:Nao conhecia mas me interessei e achei em ebook vou colocar no celular para ler.
Bom que se interessou, depois poste suas impressões. Mas... você lê no celular? Estou há meses trabalhando a ideia de ler num e-reader...

Karenina escreveu:Walden é muito bom! Gosto especialmente da ideia de "Sugar a essência da vida"
É bem isso. Aproveitei o embalo e comecei hoje outro dele "A Desobediência Civil". Esse ele escreveu durante a prisão que ocorreu... justamente por ele ter desobedecido o governo. Foi um livro que inspirou Gandhi e Martin Luther King.

Deixo no celular para ler quando preciso esperar em algum lugar e coisas do gênero.
Acho que li umas 10 páginas do Walden. Alguns questionamentos são realmente interessantes e outros são boas divagações. Mas muito bem escrito e inspirador em algumas partes. Pelo menos nessas dez páginas.
Se o Thoreau já achava excesso o consumismo daquela época, coitado dele se vivesse hoje. Laughing

por **César** 21st dezembro 2012, 6:51 pm

Li Walden hoje. Que coisa chata Laughing

por **Becco** 22nd dezembro 2012, 7:34 am

César não gostou. Laughing

por Oric 22nd dezembro 2012, 11:36 am

lavoura escreveu:
Oric escreveu:
lavoura escreveu:Nao conhecia mas me interessei e achei em ebook vou colocar no celular para ler.
Bom que se interessou, depois poste suas impressões. Mas... você lê no celular? Estou há meses trabalhando a ideia de ler num e-reader...

Karenina escreveu:Walden é muito bom! Gosto especialmente da ideia de "Sugar a essência da vida"
É bem isso. Aproveitei o embalo e comecei hoje outro dele "A Desobediência Civil". Esse ele escreveu durante a prisão que ocorreu... justamente por ele ter desobedecido o governo. Foi um livro que inspirou Gandhi e Martin Luther King.

Deixo no celular para ler quando preciso esperar em algum lugar e coisas do gênero.
Acho que li umas 10 páginas do Walden. Alguns questionamentos são realmente interessantes e outros são boas divagações. Mas muito bem escrito e inspirador em algumas partes. Pelo menos nessas dez páginas.
Se o Thoreau já achava excesso o consumismo daquela época, coitado dele se vivesse hoje.

Fico pensando nisso também. O cara iria enlouquecer. Laughing

por **Jabá** 25th dezembro 2012, 7:56 pm

Qual o último livro que você leu? - Página 26 CONTOS_NOVOS_1346629116P

Excelente coletânea de contos apócrifa de Mário de Andrade que estavam engavetados em sua obra e que não foram lançados por motivos diversos, entre eles, o fato de alguns textos serem considerados pesados para a época. Incrível como Mário de Andrade impôs uma certa maturidade nos assuntos cotidianos da época e escreveu contos com a cara do Brasil.
Seus personagens quebram barreiras, rompem preconceitos e escancaram o lado humano nas situações mais simples possíveis. Impossível esquecer o contos protagonizados por Juca, onde sua rebeldia o leva a viver situações tais como um amor platônico pela prima, quebrar a tradição do natal da sua família ou viver uma amizade homossexual com seu melhor amigo (vestida de preto, peru de natal e Frederico Paciência). Ou o conto da preceptora francesa que ensina a duas alunas lições de francês e um monte de ensinamentos de conotação sexual onde ela mesma vive uma forte tensão sexual consigo mesma tentando reviver um passado carregado de fantasias e que nunca o viveu (atrás da catedral de ruão). Ou o conto do operário que sai para arrebentar no dia 1° de maio e vive uma repressão psicológica (1° de maio). Ou conto de um ladrão que se embrenha num cortiço e faz com que todos se mobilizem na sua captura. Nele podemos ver os diversos tipos brasileiros! (pega ladrão!). Enfim, excelentes contos de um dos mestres do gênero no Brasil.

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Impressionante história verídica de um bucaneiro alemão que foi capturado pelos índios tupinambás ainda nos primeiros anos do descobrimento do Brasil. Hans Staden passou nove meses nas mãos dos índios e sobreviveu de se devorado por eles graças a muita sorte, astúcia e ao que ele atribui a milagres de Deus. Nessa narrativa, o autor conta em detalhes de forma suntuosa os hábitos canibalescos de algumas tribos que viviam na costa brasileira e suas relações com os habitantes do velho mundo.
O livro tem certo tom de ironia e situações que lembram verdadeiros romances de piratas e aventuras inesquecíveis, onde o mais gostoso é ver que apenas 50 anos depois do descobrimento, pequenas vilas que hoje são cidades conhecidas mundialmente já tomavam forma e foram palcos de eventos fantásticos. Ao final do livro o autor ainda dedica vários capítulos a narrar os hábitos dos índios, catalogar seus costumes e registrar a fauna e flora do local, nesse que talvez seja um dos primeiros registros antropológicos que se tem notícia sobre o Brasil.

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Seleção de contos do autor destinada exclusivamente para um público infanto-juvenil. Talvez os contos voltados para determinado público alvo me fizeram desgostar um pouco desse autor, infelizmente. Apesar de as histórias terem um quê de surrealismo, um ar onírico com pitadas de Kafka, mas infelizmente a maioria desses contos são fracos, chatos ou simplesmente parecem boas ideias mal desenvolvidas. Ou estão muito fora do contexto atual, o que me deixou com um pé atrás com relação a próximas leituras desse autor.
O melhor conto é “pega ele, silêncio!” que conta a história de um jovem boxista de família humilde que tenta subir na vida à base da troca de sopapos. Os demais decepcionam.

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Uma das primeiras edições do relançamento da obra completa do autor pela Objetiva. Crônicas legais, supercriativas e com uma pitada de humor na dose certa.

por Karenina 30th dezembro 2012, 3:03 pm

Qual o último livro que você leu? - Página 26 Livro-fome-knut-hamsun-capa-dura-traduco-drummond_MLB-O-2758327352_062012

Livro comprado em SC num sebo - 5 livros por 10 reais. Fui naquela "é Nobel, vou comprar". Acho que na época comprei esse, um da Marina Colasanti, um da Shirley Maclaine, um outro Nobel e um outro carteado. Não tinha nenhuma expectativa, o que foi bom. Narrado em primeira pessoa, o livro conta o dia-a-dia no pequeno interregno de um rapaz paupérrimo e sem emprego. Seu nível de pobreza é tão absurdo que o alimento lhe falta todos os dias e ele é forçado a penhorar todos os seus "bens" - do colete surrado, ao lençol emprestado de um amigo, e mesmo aos botões da roupa - com a finalidade de comprar comida. A situação é realmente periclitante e chega a dar pena do rapaz. No começo achei que ele fosse dar uma de Raskolnikov e matar ou algum usuário, alguém da casa de penhor ou alguma senhoria. Isso infelizmente não aconteceu. Ele fica apenas vagando de pensão em pensão, de agência em agência de jornalismo tentando publicar algum artigo, sem colher frutos. Não senti um tom de crítica social tão forte quanto no Dickens, por exemplo, mas é inegável que o relato causa embrulho no estômago e nos leva a refletir sobre a miséria.

Qual o último livro que você leu? - Página 26 Clarissa

Qual o último livro que você leu? - Página 26 Clarissa

O exemplar velhinho é de minha mãe. Lá pelos 14 eu havia começado a ler, mas era menos resistente a ácaros e afins. Foi o primeiro livro que vi deste Veríssimo, talvez pela recente influência de meus amigos gaúchos que tanto falam do autor. O livro conta a história de Clarissa, menina que veio do interior estudar na cidade e mora com a tia, dona de uma pensão. Sua principal preocupação é estudar, mas isso não elide as secundárias: o menino vizinho paraplégico, o tio desempregado, o hóspede calado que toca piano, as crianças da vizinhança, o “tornar-se” moça e poder usar sapatos altos e ter namorados. Tudo é contato de forma tão fofa e singela que reforça uma empatia muito grande. Pessoalmente me emocionei muito lendo o livro pois além de refletir sobre minhas próprias vivências fiquei pensando na história de vida de minha mãe e de tantas outras mulheres.

por Karenina 30th dezembro 2012, 3:11 pm

Qual o último livro que você leu? - Página 26 ArquivoExibir

Presente extra da Thaisinha. Li numa lapada de tão bom. A coletânia traz tanto poemas do Pessoa quanto de seus heterônimos. Selecionei só dois e perdoem-me a ousadia, mas vou postá-los aqui e não no tópico de poemas ou de citações:

1. Álvaro de Campos - Todas as cartas de amor (21/10/1935)

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

2. Alberto Caeiro (10/07/1930)

O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.

Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.

por Karenina 30th dezembro 2012, 6:31 pm

Qual o último livro que você leu? - Página 26 Pablo-neruda-veinte-poemas-de-amor-y-una-cancion-desesperada-libro-505979904_ML

Deixo que o Neruda fale por si:

Me gustas cuando callas … (Poema XV)

Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que un beso te cerrara la boca.

Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía;

Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
déjame que me calle con el silencio tuyo.

Déjame que te hable también con tu silencio
claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.

Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.

Puedo escribir los versos más tristes esta noche. (Poema XX).

Puedo escribir los versos más tristes esta noche.

Escribir, por ejemplo: “La noche esta estrellada,
y tiritan, azules, los astros, a lo lejos”.

El viento de la noche gira en el cielo y canta.

Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Yo la quise, y a veces ella también me quiso.

En las noches como ésta la tuve entre mis brazos.
La besé tantas veces bajo el cielo infinito.

Ella me quiso, a veces yo también la quería.
Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos.

Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Pensar que no la tengo. Sentir que la he perdido.

Oír la noche inmensa, más inmensa sin ella.
Y el verso cae al alma como al pasto el rocío.

Qué importa que mi amor no pudiera guardarla.
La noche está estrellada y ella no está conmigo.

Eso es todo. A lo lejos alguien canta. A lo lejos.
Mi alma no se contenta con haberla perdido.

Como para acercarla mi mirada la busca.
Mi corazón la busca, y ella no está conmigo.

La misma noche que hace blanquear los mismos árboles.
Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.

Ya no la quiero, es cierto, pero cuánto la quise.
Mi voz buscaba el viento para tocar su oído.

De otro. Será de otro. Como antes de mis besos.
Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos.

Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.
Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.

Porque en noches como esta la tuve entre mis brazos,
mi alma no se contenta con haberla perdido.

Aunque éste sea el último dolor que ella me causa,
y éstos sean los últimos versos que yo le escribo.

por lavoura 31st dezembro 2012, 3:43 pm

Eu terminei de ler Crime e Castigo e li a Graphic Novel Pinoquio.
E caramba que leituras fodas!!!
Apesar de ainda gostar mais da história dos Irmãos Karamazov, o Raskinolkóv é o personagem mais foda do Dosto!

E A HQ do Pinoquio é excelente!! Nela o pinoquio é praticamente um figurante na trama devido ao sua personalidade praticamente catatônica. Mas a adaptação da história é ótima, em um clima devasso e sombrio.
Excelente! Não sei se ainda está por R$26,90 no Submarino, mas é um puta de um livrão em capa dura e todo desenhado em cores, bellísimo!

por **Becco** 31st dezembro 2012, 4:33 pm

lavoura escreveu:Apesar de ainda gostar mais da história dos Irmãos Karamazov, o Raskinolkóv é o personagem mais foda do Dosto!

Só isso? Comente mais no tópico do livro.

por lavoura 31st dezembro 2012, 4:49 pm

Lorenzo Becco escreveu:
lavoura escreveu:Apesar de ainda gostar mais da história dos Irmãos Karamazov, o Raskinolkóv é o personagem mais foda do Dosto!

Só isso? Comente mais no tópico do livro.

Comentarei sim.
É que quero escrever as impressões com tempo.
Agora estou saindo e confesso que não estou muito no clima. Antes de comentar quero concluir uma teoria...
Estou indo visitar uma velha, usurária e ainda nem encontrei um machado....

Laughing

Mas comentarei no tópico sim! Deixarei para o ano que vem mas comentarei!

por **Becco** 31st dezembro 2012, 5:35 pm

OK, Happy New Year!

por **Becco** 1st janeiro 2013, 12:19 pm

Primeiro livro lido em 2013:

Qual o último livro que você leu? - Página 26 A-morte-de-ivan-ilitch-ed-34-de-lev-tolstoi-o-livro-indicado-por-juliano-cazarre-conta-a-historia-da-morte-e-da-vida-de-um-juiz-respeitado-ivan-ilitch-a-obra-do-russo-tolstoi-foi-publicada-pela-1351476329656_300x500

Qual o último livro que você leu? - Página 26 A-morte-de-ivan-ilitch-ed-34-de-lev-tolstoi-o-livro-indicado-por-juliano-cazarre-conta-a-historia-da-morte-e-da-vida-de-um-juiz-respeitado-ivan-ilitch-a-obra-do-russo-tolstoi-foi-publicada-pela-1351476329656_300x500

por Mat 1st janeiro 2013, 1:10 pm

Qual o último livro que você leu? - Página 26 Cia_letras_alem_bem_bolso

É realmente espetacular perceber como Nietzsche antecipou toda a filosofia francesa do século XX. Os temas explorados nesse livro são fantásticos e trazem a típica argúcia analítica do pensador mais explosivo do século XIX. Conceitos de intertextualidade; morte do autor; problematização da verdade e originalidade, que mais tarde foram explorados por gente como Roland Barthes e Michel Focault, já estavam presentes em Nietzsche. É importante lê-lo porque, além dessa vitalidade filosófica que tem durado por tanto tempo, o autor ainda é um grande dominador do alemão, criando muitos aforismas que podem ser apreciados tanto pela sua força linguística quanto pela sua beleza. A edição da Companhia das letras é muito boa, as notas de rodapé são muito elucidativas e a tradução é realmente linda. Paulo César de Souza está fazendo um ótimo trabalho para a difusão de Nietzsche no Brasil.

por Karenina 2nd janeiro 2013, 7:36 pm

Primeiros de 2013:

Qual o último livro que você leu? - Página 26 A-Sonata-a-Kreutzer

Qual o último livro que você leu? - Página 26 648543_208

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