Re: Qual o último livro que você leu?

por tiago 28th março 2013, 4:06 pm

Pelo andar da carruagem, ainda vão lançar uns 10 livros do Bolaño que eles acharem no fundo de uma gaveta ou coisa assim .

por lavoura 28th março 2013, 5:37 pm

E esse Bolaño é bom ?? Vou ler no mês de Abril "O terceiro Reich"

Leia O Jardim de Cimento, Becco!
Leitura rápida e bem legal!

Pelo andar da carruagem, ainda vão lançar uns 10 livros do Bolaño que eles acharem no fundo de uma gaveta ou coisa assim .

Pois é.
Ele queria ser poeta antes de ser escritor, será que terá alguma antologia perdida?

por RafaelS 28th março 2013, 5:44 pm

Becco escreveu:

Acabei de acabar. E agora? O que leio?

Já leu La literatura nazi? Aquele livro é ouro, morro de rir com ele. - sem contar que tem uma zuada divertida com o Rubem Fonseca.

e Lavoura, Bolaño é o bicho, dos maiores contemporâneos (apesar do modismo). Acho o 2666 um dos grandes livros que já li na minha vida.

edit: fiquei sob impressão que tu num tinha lido ele ainda, agora vi o seu post ahahah. enfim, 2666 4 lyfe

por lavoura 28th março 2013, 5:54 pm

Pois é uma das metas desse ano é ler todos os Bolaños publicados por aqui.
É tranquilo ler esse Literatura Nazi no original? Por que tentei ler umas poesias do Neruda em espanhol e não me dei muito bem não.

O 2666 ainda não li. Um que gostei muito foi o "Chamadas telefônicas" e tenho um affair com o "Putas assasinas", esse eu quero deixar para ler no final. A capa é linda e sempre ouvi falar super bem dele. Então fico adiando a leitura, apesar da vontade.

por Aline Santiago 29th março 2013, 8:03 pm

Qual o último livro que você leu? - Página 31 A-historia-maravilhosa-de-peter-schlemihl-chamisso_MLB-O-2890410424_072012

Muito bom esse clássico da literatura alemã - misto de história fantástica, registro geográfico e fragmentos autobiográficos. O início da narrativa lembra muito o Fausto pois é um homem comum que faz um acordo com o demônio para obter certas vantagens. No caso do Peter Schlemihl, ele vende a sombra por uma bolsa de onde saem infinitas moedas de ouro. Imediatamente se vê excluído do mundo dos homens por estes horrorizarem-se pelo fato de Schlemihl não ter uma sombra. Por algum tempo ele vai mudando de morada até chegar numa cidadezinha e se apaixonar por uma jovem. Deseja casar-se com ela mas se vê impedido por causa da ausência de sombra. Por amor, tenta reavê-la com o demônio mas este pede em troca a alma do personagem.

No posfácio da obra tem um ensaio do Thomas Mann, que adorava essa história. Achei o livro muito, muito bom mas os capítulos finais ficam aquém do esperado.

por RafaelS 29th março 2013, 8:08 pm

Lavoura, tem uma edição portuguesa, já vi na travessa.

Meu espanhol é muito chinfrin, devo ter perdido muita coisa e esse foi o primeiro livro que encarei em espanhol e rolou, ainda mais que acho que a onda no livro num é tanto o estilo (alias, também não acho que o foco do Bolaño seja o estilo, vide a massa de obras incompletas e não retocadas - mesmo entre as publicadas, que muitas vezes tem esse ar de incompleto Razz

)

por lavoura 31st março 2013, 7:25 pm

Valeu da resenha,Aline!
Vamos ver se até o fim do ano não compro e leio também. Já tinha lido que o livro dava uma decaída no final. Li também que com o tempo ele acabou ficando datado, percebeu algo assim na leitura?

RafaelS escreveu:Lavoura, tem uma edição portuguesa, já vi na travessa.

Meu espanhol é muito chinfrin, devo ter perdido muita coisa e esse foi o primeiro livro que encarei em espanhol e rolou, ainda mais que acho que a onda no livro num é tanto o estilo (alias, também não acho que o foco do Bolaño seja o estilo, vide a massa de obras incompletas e não retocadas - mesmo entre as publicadas, que muitas vezes tem esse ar de incompleto )

Pois é, o tiago também falou bem do literatura nazi, aqui no fórum. Mas ainda tenho uns 5 livros do Bolaño para ler. Quem sabe até lá não traduzem para PT-BR. Porém tenho muita vontade de começar a ler logo em espanhol, porque me interesso muito por literatura latina e afins.

por Mat 31st março 2013, 10:34 pm

Terminei Amsterdam do McEwan. Fraquinho.

por tiago 31st março 2013, 11:04 pm

A consciência de Zeno - É bonzinho; O protagonista faz parecer o Bentinho do Machado de Assis parecer um pilar de vontade e virilidade Laughing

È basicamente sobre a hipocrisia e a corrupção moral de um burguês, nas vésperas da primeira guerra mundiais. E as tiradas expondo a falsidade do processo de psicanálise fazem o livro ganhar alguns pontos comigo.

por **César** 31st março 2013, 11:21 pm

E o homem sem qualidades? Já terminou? Não vi resenha acho.

por lavoura 1st abril 2013, 9:57 am

Mat escreveu:Terminei Amsterdam do McEwan. Fraquinho.

Também não gostei dele. Achei muito previsível.
Mas tenho uns par do Mcewan para ler ainda. Quero ver se leio o "Na praia".

Bom eu terminei também o "Morte em Veneza" do Mann.
Acho difícil falar sobre ele. A história é bem simples, conta a paixão de um velho pederasta por um garoto , mas a escrita e descrições das emoções do personagem são fantásticas. Excelente livro!

Uma vez li a respeito do Mann ser apaixonado pelo o filho e um suposto pedófilo, alguém sabe algo a respeito?

por Aline Santiago 1st abril 2013, 6:28 pm

tiago escreveu: A consciência de Zeno - É bonzinho; O protagonista faz parecer o Bentinho do Machado de Assis parecer um pilar de vontade e virilidade È basicamente sobre a hipocrisia e a corrupção moral de um burguês, nas vésperas da primeira guerra mundiais. E as tiradas expondo a falsidade do processo de psicanálise fazem o livro ganhar alguns pontos comigo.

Tiago, primeira vez que li esse livro - anos e anos atrás - achei horroroso, mas, ano passado, fui reler e adorei, achei ótimo Laughing

por **Jabá** 1st abril 2013, 11:46 pm

Qual o último livro que você leu? - Página 31 NOITES_EGIPICIAS_E_OUTROS_CONTOS_1363906902P

Finlamente terminei de ler um livro antes do Lavoura, mesmo sabendo que ele ainda nem começou Laughing

Resenha no tópico do autor:

https://literaturarussa.forumeiros.com/t53p30-alexandre-puchkin

por **Becco** 2nd abril 2013, 8:11 am

RafaelS escreveu:á leu La literatura nazi? Aquele livro é ouro, morro de rir com ele. - sem contar que tem uma zuada divertida com o Rubem Fonseca.

e Lavoura, Bolaño é o bicho, dos maiores contemporâneos (apesar do modismo). Acho o 2666 um dos grandes livros que já li na minha vida.

edit: fiquei sob impressão que tu num tinha lido ele ainda, agora vi o seu post ahahah. enfim, 2666 4 lyfe

Não li o Literatura Nazi ainda. Do Bolaño, dos traduzidos, ainda não li o Terceiro Reich, Chamadas Telefônicas nem Monsieur Pain.

Gosto muito do Bolaño, acho que ele vai sobreviver ao modismo e que ele é o herdeiro natural do Borges no que concerne à metaliteratura, na qual ele é mestre.

Esse As Agruras do Verdadeiro Tira é quase um rascunho do 2666, com personagens como o Amalfitano [um dos meus favoritos] ligeiramente modificados.
Além disso, é o mais homossexual dos livros dele.

lavoura escreveu:Pois é uma das metas desse ano é ler todos os Bolaños publicados por aqui.
É tranquilo ler esse Literatura Nazi no original? Por que tentei ler umas poesias do Neruda em espanhol e não me dei muito bem não.

O 2666 ainda não li. Um que gostei muito foi o "Chamadas telefônicas" e tenho um affair com o "Putas assasinas", esse eu quero deixar para ler no final. A capa é linda e sempre ouvi falar super bem dele. Então fico adiando a leitura, apesar da vontade.

Eu acho o espanhol do Bolaño um pouco complicado por que ele usa muitas gírias que são restritas ao Chile e ao México.
Leia o Putas Assassinas, que é excelente e tem vários contos autobiográficos, cujo protagonista é o B. (Bolaño, of course).
Recomendo deixar o 2666 por último e ler imediatamente antes dele, nessa ordem, Os Detetives Selvagens, Amuleto e As Agruras do Verdadeiro Tira.

Aline Santiago escreveu:

Muito bom esse clássico da literatura alemã - misto de história fantástica, registro geográfico e fragmentos autobiográficos. O início da narrativa lembra muito o Fausto pois é um homem comum que faz um acordo com o demônio para obter certas vantagens. No caso do Peter Schlemihl, ele vende a sombra por uma bolsa de onde saem infinitas moedas de ouro. Imediatamente se vê excluído do mundo dos homens por estes horrorizarem-se pelo fato de Schlemihl não ter uma sombra. Por algum tempo ele vai mudando de morada até chegar numa cidadezinha e se apaixonar por uma jovem. Deseja casar-se com ela mas se vê impedido por causa da ausência de sombra. Por amor, tenta reavê-la com o demônio mas este pede em troca a alma do personagem.

No posfácio da obra tem um ensaio do Thomas Mann, que adorava essa história. Achei o livro muito, muito bom mas os capítulos finais ficam aquém do esperado.

Muito interessante esse mote do homem sem sombra. Daria um belo filme [se é que já não fizeram um].

Mat escreveu:Terminei Amsterdam do McEwan. Fraquinho.

Putz, é mesmo? Fraquinho? Tava animado pra ler esse por que dizem que é metaliterário e as partes de metaliteratura no Reparação foram as de que mais gostei.

lavoura escreveu:Uma vez li a respeito do Mann ser apaixonado pelo o filho e um suposto pedófilo, alguém sabe algo a respeito?

Disso aí não sei, sei que ele era uma bichona enrustida, mas esse lance de pedofilia e incesto eu desconheço.

por **Jabá** 3rd abril 2013, 8:39 pm

Qual o último livro que você leu? - Página 31 CONTOS_ITALIANOS_1363907198P

CONTOS ITALIANOS
VÁRIOS
Ediouro
240 Páginas

A coletânea de contos que preenche esse volume é uma deliciosa seleção elaborada e traduzida por dois bastiões das letras do Brasil: Aurélio Buarque de Holanda e Paulo Rónai. Composto por 18 contos, abrange desde o período medieval até os dias atuais onde figuram nomes bastantes conhecidos pelo grande público, tais como Bocaccio, Maquiavel, Verga e Pirandello. Da fase medieval, os contos são basicamente fábulas italianas e são as melhores histórias do livro. Já da fase moderna traz contos perturbadores assim como o conto sobre um colecionador compulsivo, ou um sujeito que tortura ratos de bibliotecas (literalmente) e ainda, sobre um sujeito que recebe uma bomba atômica em casa.
Todas essas obras dão um gostinho da cultura italiana e serve de referência para uma imersão maior na literatura desse país fabuloso. Dessa mesma série, a Ediouro publicou ainda as coletâneas de contos russos, franceses, alemães, árabes, chineses, norte-americanos, soviéticos, japoneses, africanos e indianos. Se mantiverem a qualidade desses contos italianos, certamente merecem uma conferida.

por lavoura 3rd abril 2013, 10:00 pm

Parece ser coisa fina esses contos italianos! Bem legal essa série da Ediouro, deve ter muita coisa boa ai no meio.
Jabá, já leu o Fábulas italianas do Calvino?? Esse eu tenho na estante e parece ser bem legal, também.

por **Jabá** 3rd abril 2013, 10:39 pm

lavoura escreveu:Parece ser coisa fina esses contos italianos! Bem legal essa série da Ediouro, deve ter muita coisa boa ai no meio.
Jabá, já leu o Fábulas italianas do Calvino?? Esse eu tenho na estante e parece ser bem legal, também.

Eu vou ler umas coisas do Calvino na próxima leva de livros. Fábulas italianas entrará nesse meio.

A ediouro também publicou Contos Húngaros e Contos Ingleses que não postei. E sim, deve ter muita coisa boa. Vou tentar comprar todos pela EV.

por **Becco** 4th abril 2013, 7:35 am

Jabá escreveu:

CONTOS ITALIANOS
VÁRIOS
Ediouro
240 Páginas

A coletânea de contos que preenche esse volume é uma deliciosa seleção elaborada e traduzida por dois bastiões das letras do Brasil: Aurélio Buarque de Holanda e Paulo Rónai. Composto por 18 contos, abrange desde o período medieval até os dias atuais onde figuram nomes bastantes conhecidos pelo grande público, tais como Bocaccio, Maquiavel, Verga e Pirandello. Da fase medieval, os contos são basicamente fábulas italianas e são as melhores histórias do livro. Já da fase moderna traz contos perturbadores assim como o conto sobre um colecionador compulsivo, ou um sujeito que tortura ratos de bibliotecas (literalmente) e ainda, sobre um sujeito que recebe uma bomba atômica em casa.
Todas essas obras dão um gostinho da cultura italiana e serve de referência para uma imersão maior na literatura desse país fabuloso. Dessa mesma série, a Ediouro publicou ainda as coletâneas de contos russos, franceses, alemães, árabes, chineses, norte-americanos, soviéticos, japoneses, africanos e indianos. Se mantiverem a qualidade desses contos italianos, certamente merecem uma conferida.

Sou um apaixonado pela Itália! Quero muito ler este livro.

Assim como o Lavoura, recomendo que leia este a seguir:

Qual o último livro que você leu? - Página 31 FABULAS_ITALIANAS_1237574023P

Qual o último livro que você leu? - Página 31 FABULAS_ITALIANAS_1237574023P

por lavoura 4th abril 2013, 8:34 am

Qual o último livro que você leu? - Página 31 Prisioneiros2

Primeiro livro publicado do Fonseca. Que na época tinha 38 anos e atualmente está beirando os 120...
Incrível como os contos do fonseca inspiram intelectualidade mesmo ele optando por criar personagens "normais" em situações corriqueiras. Para mim o destaque do livro é o conto "O inimigo" , onde um homem tenta resgatar a memória de seu tempo de escola e percebe que suas memórias não eram tão fiéis assim. O conto " Duzentos e vinte cinco gramas" narra uma autópsia e é bem incômodo. Temos ainda um conto adaptado do cinema, onde o fonseca narra os método de um serial killer e também uma entrevista com um paciente que lembra o Orwell.
Excelente livro!

por Oric 4th abril 2013, 10:11 am

Também fiquei interessado nesse de contos italianos, assim como nos outros da coleção. Parece ser uma boa. Ainda mais por ter baratinho na EV.

por **Jabá** 4th abril 2013, 11:06 am

Becco escreveu:
Jabá escreveu:

CONTOS ITALIANOS
VÁRIOS
Ediouro
240 Páginas

A coletânea de contos que preenche esse volume é uma deliciosa seleção elaborada e traduzida por dois bastiões das letras do Brasil: Aurélio Buarque de Holanda e Paulo Rónai. Composto por 18 contos, abrange desde o período medieval até os dias atuais onde figuram nomes bastantes conhecidos pelo grande público, tais como Bocaccio, Maquiavel, Verga e Pirandello. Da fase medieval, os contos são basicamente fábulas italianas e são as melhores histórias do livro. Já da fase moderna traz contos perturbadores assim como o conto sobre um colecionador compulsivo, ou um sujeito que tortura ratos de bibliotecas (literalmente) e ainda, sobre um sujeito que recebe uma bomba atômica em casa.
Todas essas obras dão um gostinho da cultura italiana e serve de referência para uma imersão maior na literatura desse país fabuloso. Dessa mesma série, a Ediouro publicou ainda as coletâneas de contos russos, franceses, alemães, árabes, chineses, norte-americanos, soviéticos, japoneses, africanos e indianos. Se mantiverem a qualidade desses contos italianos, certamente merecem uma conferida.

Sou um apaixonado pela Itália! Quero muito ler este livro.

Assim como o Lavoura, recomendo que leia este a seguir:

Becco, lembrei de você ao ler esse livro. Primeiro, porque sei que você tem uma queda pela Itália. Segundo, porque acho que como professor muitos desses textos podem ser trabalhados em sala de aula. Vou seguir sua recomendação e do Lavoura com relação ao Calvino.

lavoura escreveu:

Primeiro livro publicado do Fonseca. Que na época tinha 38 anos e atualmente está beirando os 120...
Incrível como os contos do fonseca inspiram intelectualidade mesmo ele optando por criar personagens "normais" em situações corriqueiras. Para mim o destaque do livro é o conto "O inimigo" , onde um homem tenta resgatar a memória de seu tempo de escola e percebe que suas memórias não eram tão fiéis assim. O conto " Duzentos e vinte cinco gramas" narra uma autópsia e é bem incômodo. Temos ainda um conto adaptado do cinema, onde o fonseca narra os método de um serial killer e também uma entrevista com um paciente que lembra o Orwell.
Excelente livro!

Esse livro é um dos melhores dele. Esse conto da autópsia me incomodou PRA CARALHO. Me deixou mal mesmo. Salvo engano, nesse livro tem o conto O homem de Fevereiro ou março que considero um dos melhores contos do velho.

Oric escreveu:Também fiquei interessado nesse de contos italianos, assim como nos outros da coleção. Parece ser uma boa. Ainda mais por ter baratinho na EV.

Oric, acho que vale a pena investir nessa coleção. São livros baratos e bem legais. Esse meu adquiri numa troca num sebo em Natal/RN no fim do ano e ele pulou no meu colo. Laughing

por **Jabá** 4th abril 2013, 11:11 am

Qual o último livro que você leu? - Página 31 MANDRAKE_1235054852P

Resenha no tópico do autor:

https://literaturarussa.forumeiros.com/t70p225-rubem-fonseca#16546

por Oric 4th abril 2013, 8:15 pm

Jabá escreveu:Oric, acho que vale a pena investir nessa coleção. São livros baratos e bem legais. Esse meu adquiri numa troca num sebo em Natal/RN no fim do ano e ele pulou no meu colo.

É, eu leio poucos contos, daí estava pensando em conhecer mais justamente nessa coletâneas por país (a começar por uma antologia brasileira e pela antologia do conto russo). Vou pegar uns dessa coleção mesmo. Smile

por tiago 6th abril 2013, 3:36 pm

GIDE, Andre. Os Moedeiros falsos. 1925.

O primeiro livro que li do Andre Gide, Os subterrâneos do Vaticano, não me causou impressão particular, tanto que lembro pouco dele. Os moedeiros falsos é algo mais interessante.

O centro moral da obra se encontra no personagem Edouard, que se relaciona de alguma forma com os vários personagens do livro e sua sub-tramas; em posição a ele temos o Conde de Passavant, figura do aristocrata corrupto e falso, tanto em suas relações quanto em sua arte.

Pode-se dizer que esse é um livro sobre moralidade, e como a imoralidade, sub-repticiamente, pode-se apoderar das pessoas, presas de suas fraquezas e susceptibilidades; aqui se tem a idéia de que, como uma forma de se erguer na sociedade, se sucumbe a falsidade das relações sociais e se deixa de lado a liberdade individual de cada pessoa. Esse desejo também está ligado a idéia de isolamento e essa fraqueza é condicionada pelo sentimento de solidão e de, de alguma forma, integrar-se à sociedade.

O tema da liberdade individual também é abordado, e como se entregar a ela, como propõe Passavant e seus asseclas, no fundo é uma forma de submissão a uma autoridade e um conjunto de regras tão falso quanto o de um pastor preso à repressão de suas idéias religiosas, com suas consequências negativas. A solução aqui é pensar por si mesmo e escolher o caminho a se tomar, e não seguir um dogma pré-determinado. Há vários personagens e idéias no livro, entre elas a que há uma certa inveja e desejo do ser corrupto quando este é confrontado com a virtude. Outra são casais separados por um doloroso muro de incomunicabilidade, que corroem suas vidas.

O título do livro se refere à novela que Edouard, a figura central do livro, está escrevendo, e a uma das subtramas do livro, que envolve um grupo de estudantes e as moedas falsas do título; mas também se relaciona a falsidade das relações sociais à que aludi acima. Em um certo momento Edouard se refere que, seria interessante que em vez do livro, se publique um livro com o processo de construção desse, e "Os Moedeiros Falsos" pode ser lido dessa forma, como o processo de construção da obra de Edouard.

Outra coisa a ser notada é que nas entrelinhas há todo o tipo de afeto homoerótico e sexo gay acontecendo.

http://desordenarparadesordenar.blogspot.com.br/

por **Jabá** 7th abril 2013, 9:45 pm

Qual o último livro que você leu? - Página 31 2138763

POEMAS COMPLETOS DE ALBERTO CAEIRO
FERNANDO PESSOA
DCL – 64 páginas

Poesia é um gênero literário que exige dedicação e a busca da leitura deve ser nivelada com o grau de dificuldade da obra ou do autor. Talvez por isso meu relacionamento com Fernando Pessoa não seja dos melhores. Me considero imaturo para lê-lo e aproveitar, pois simplesmente não consigo. Foi assim com Mensagem e agora com esse Poemas completos de Alberto Caeiro.
Alberto Caeiro foi um dos pseudônimos do Pessoa. Essa faceta e considerada a faceta materialista e suas poesias são sobre a natureza das coisas que nos rodeiam. Mas não de um jeito poético como conhecemos e sim de um jeito realista e desapaixonado. Poesia é escapismo assim como várias artes. Se quiser contemplar uma pedra e dizer que esta é simplesmente uma pedra não seria preciso um livro de poesia pra isso. Bastaria procurar uma no quintal ou na rua.
De forma alguma consegui gostar desse livro. E pretendo passar bem longe do Pessoa por um bom tempo. Prefiro continuar lendo os simbolistas e tendo sensações agradáveis com um pouco de beleza na poesia.

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