Fiódor Mikhailovich Dostoiévski [Фёдор Миха́йлович Достое́вский]
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Re: Fiódor Mikhailovich Dostoiévski [Фёдор Миха́йлович Достое́вский]
Aquele Diário de Escritor, que o o Dostoievski publicou por anos, também só vem nessas edições com poucas coisas.
tiago- Crime e Castigo
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Re: Fiódor Mikhailovich Dostoiévski [Фёдор Миха́йлович Достое́вский]
Então vou deixar quieto mesmo.
Nerd que sou. Gosto de tudo completo.
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lavoura- Guerra e Paz
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Pessoal, depois de ler quase tudo o que há no Brasil do Dostoievski (faltam Senhoria e Nietochka Nezvanovna) e do Tolstoi (falta Ana Karienina, que vergonha!), fui lançado a um turbilhão russo que na noite de ontem fez uma parada em Infância, de Maxim Gorki (Cosac), aliás, um livro excelente. Não tinha a intenção de continuar a ler a trilogia autobiográfica, mas depois de Infância, me deu vontade de prosseguir.
Reconheço que Dostoievski está no cume desse manancial de escritores fora-de-série, seguido bem de perto por Tolstoi (acho Dostoievski o maior escritor, mas Guerra e Paz é o melhor livro [pode isso?]).
As editoras estão reconhecendo a qualidade da ficção russa e apostando em traduções e edições cada vez mais bem elaboradas. Aliás, A Avenida Niévski, de Gogol, é uma pequena jóia (Cosac) que certamente arrebatará algum prêmio gráfico-editorial em 2012 (profeta, eu?). A 34, por sua vez, lançou a sua Antologia do Conto Russo e graças a ela, conheci grandes autores (sem contar os já consagrados Tolstoi, Dostoievski, Tchekov, Gogol, Turgueniev e Gorki) que foram sublimados ou pelo mercado ocidentalizado ou pelo "soviet regimen". É o caso de Gárchin, Kataiev, Aviertchenko, Kúprin e Bábel, dentre outros: extraordinários!
Meu projeto agora é Bulgakov e o seu "O Mestre e a Margarida" (Alfaguara) e depois, quem sabe, Exército de Cavalaria, de Isaac Bábel (Cosac).
É isso minha gente, sigo acompanhando todos e desejando boas leituras!
Reconheço que Dostoievski está no cume desse manancial de escritores fora-de-série, seguido bem de perto por Tolstoi (acho Dostoievski o maior escritor, mas Guerra e Paz é o melhor livro [pode isso?]).
As editoras estão reconhecendo a qualidade da ficção russa e apostando em traduções e edições cada vez mais bem elaboradas. Aliás, A Avenida Niévski, de Gogol, é uma pequena jóia (Cosac) que certamente arrebatará algum prêmio gráfico-editorial em 2012 (profeta, eu?). A 34, por sua vez, lançou a sua Antologia do Conto Russo e graças a ela, conheci grandes autores (sem contar os já consagrados Tolstoi, Dostoievski, Tchekov, Gogol, Turgueniev e Gorki) que foram sublimados ou pelo mercado ocidentalizado ou pelo "soviet regimen". É o caso de Gárchin, Kataiev, Aviertchenko, Kúprin e Bábel, dentre outros: extraordinários!
Meu projeto agora é Bulgakov e o seu "O Mestre e a Margarida" (Alfaguara) e depois, quem sabe, Exército de Cavalaria, de Isaac Bábel (Cosac).
É isso minha gente, sigo acompanhando todos e desejando boas leituras!
Andrei- Noites Brancas
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Re: Fiódor Mikhailovich Dostoiévski [Фёдор Миха́йлович Достое́вский]
Andrei escreveu:Meu projeto agora é Bulgakov e o seu "O Mestre e a Margarida" (Alfaguara) e depois, quem sabe, Exército de Cavalaria, de Isaac Bábel (Cosac).
Li ambos este ano. Maravilhosos e recomendados.
Re: Fiódor Mikhailovich Dostoiévski [Фёдор Миха́йлович Достое́вский]
A SENHORIA
FIÓDOR DOSTOIÉVSKI
EDITORA 34
145 PÁGINAS
A Senhoria foi uma novela publicada por Dostoiévski logo após a publicação de Gente Pobre, ou seja, seria seu segundo livro. Mesmo em início de carreira, o autor desapontou a crítica especializada com a novela, já que na época era tido como uma revelação e tinha um futuro promissor, algo que só foi se concretizar alguns anos depois.
Inicialmente ainda tem um pé no romantismo russo e cultiva a figura do “herói do nosso tempo”, uma espécie de linha seguida por todos os autores russos da época e capitaneadas por Turgueniev.
Conta a história de Ordinóv, um estudante perdido na vida que acaba se apaixonando por uma jovem que vive sob uma apavorante dominação psicológica por parte de Múrin, a senhoria que aluga seus aposentos para Órdinov. Carregada de uma atmosfera mística e soturna, pode-se perceber elementos que irão compor futuramente a narrativa do autor, como os becos sujos, os problemas psicológicos do protagonista, a submersão no lado pobre e pouco glamouroso de São Petersburgo, etc.
Curiosamente, mesmo que vagamente, Ordinóv lembra Raskolnikóv em alguns aspectos, e chega até fazer com que se pense que este seria uma espécie de embrião para o protagonista de Crime e Castigo.
A edição traduzida por Fátima Bianchi conta ainda com uma resenha deliciosa tratando aspectos inerentes à obra, à tradução e às personagens que complementam o livro. Mesmo não sendo uma obra à altura dos grandes clássicos do autor, vale a pena ser adquirida e lida até por curiosidade.
Jabá- Guerra e Paz
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Re: Fiódor Mikhailovich Dostoiévski [Фёдор Миха́йлович Достое́вский]
Acho o pior dele; talvez seja o fato de "esse não é o Fiodor que eu conheço e amo, buá, buá", mas para mim o experimento dele falhou; enfim, mas as ressonâncias temáticas recorrentes estão lá e por isso vale a pena ler.
tiago- Crime e Castigo
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Re: Fiódor Mikhailovich Dostoiévski [Фёдор Миха́йлович Достое́вский]
Quero ler o relato de viagem dele; ele disparando as picuinhas xenófobas contra ingleses e franceses deve ser massa
tiago- Crime e Castigo
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Re: Fiódor Mikhailovich Dostoiévski [Фёдор Миха́йлович Достое́вский]
A pela resenha a premissa do livro ficou parecida com o Noites Brancas.
Pelo esquema de romance com o inquilino da pensão e a moça.
Confere algo ou estou viajando?
Pelo esquema de romance com o inquilino da pensão e a moça.
Confere algo ou estou viajando?
lavoura- Guerra e Paz
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Re: Fiódor Mikhailovich Dostoiévski [Фёдор Миха́йлович Достое́вский]
lavoura escreveu:A pela resenha a premissa do livro ficou parecida com o Noites Brancas.
Pelo esquema de romance com o inquilino da pensão e a moça.
Confere algo ou estou viajando?
Não li o Noites Brancas ainda, Lavoura, Mas você entendeu correto. Dos que eu li até agora foi o mais chatinho. Ainda bem que foi curto. Perdoa-se, já que a genialidade dele ainda estava aflorando e já podia perceber alguns lampejos.
Jabá- Guerra e Paz
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Data de inscrição : 06/09/2011
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Re: Fiódor Mikhailovich Dostoiévski [Фёдор Миха́йлович Достое́вский]
Jabá escreveu:lavoura escreveu:A pela resenha a premissa do livro ficou parecida com o Noites Brancas.
Pelo esquema de romance com o inquilino da pensão e a moça.
Confere algo ou estou viajando?
Não li o Noites Brancas ainda, Lavoura, Mas você entendeu correto. Dos que eu li até agora foi o mais chatinho. Ainda bem que foi curto. Perdoa-se, já que a genialidade dele ainda estava aflorando e já podia perceber alguns lampejos.
Tem nada a ver não!
tiago- Crime e Castigo
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Re: Fiódor Mikhailovich Dostoiévski [Фёдор Миха́йлович Достое́вский]
Melhor assim. É que pensei pelo desenrolar do Noites Brancas. EU gostei mas vi em um outro tópico que o Mat Chorou baldes de lágrimas com ele.
Não achei tão triste assim não.
Não achei tão triste assim não.
lavoura- Guerra e Paz
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Re: Fiódor Mikhailovich Dostoiévski [Фёдор Миха́йлович Достое́вский]
pfffff, eu não sabia que agora interpretação da leitura passou de subjetiva pra uma ciência exata. Isso é coisa da Dilma?
Jabá- Guerra e Paz
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lavoura- Guerra e Paz
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Re: Fiódor Mikhailovich Dostoiévski [Фёдор Миха́йлович Достое́вский]
lavoura escreveu:???
tiago escreveu:Jabá escreveu:lavoura escreveu:A pela resenha a premissa do livro ficou parecida com o Noites Brancas.
Pelo esquema de romance com o inquilino da pensão e a moça.
Confere algo ou estou viajando?
Não li o Noites Brancas ainda, Lavoura, Mas você entendeu correto. Dos que eu li até agora foi o mais chatinho. Ainda bem que foi curto. Perdoa-se, já que a genialidade dele ainda estava aflorando e já podia perceber alguns lampejos.
Tem nada a ver não!
Jabá- Guerra e Paz
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Data de inscrição : 06/09/2011
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Re: Fiódor Mikhailovich Dostoiévski [Фёдор Миха́йлович Достое́вский]
Jabá escreveu:lavoura escreveu:???tiago escreveu:Jabá escreveu:lavoura escreveu:A pela resenha a premissa do livro ficou parecida com o Noites Brancas.
Pelo esquema de romance com o inquilino da pensão e a moça.
Confere algo ou estou viajando?
Não li o Noites Brancas ainda, Lavoura, Mas você entendeu correto. Dos que eu li até agora foi o mais chatinho. Ainda bem que foi curto. Perdoa-se, já que a genialidade dele ainda estava aflorando e já podia perceber alguns lampejos.
Tem nada a ver não!
Leia o livro e depois reclame
tiago- Crime e Castigo
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Re: Fiódor Mikhailovich Dostoiévski [Фёдор Миха́йлович Достое́вский]
Noites Brancas, li pela internet. Não terminei. Achei-o um pouco maçante, não sei se por conta da tradução ou porque não estava com tanta disposição para ler... Sei que o clima desse livro me pareceu um tanto diferente em relação aos outros do Dostoiévski. Lê-lo-ei novamente, em breve.
Franz- A Dama do Cachorrinho
- Mensagens : 143
Data de inscrição : 23/09/2012
Re: Fiódor Mikhailovich Dostoiévski [Фёдор Миха́йлович Достое́вский]
A aldeia de Stepántchikovo e seus habitantes
Fiódor Dostoiévski
Tradução de Lucas Simone
Ilustrações de Darel Valença Lins
Posfácio e notas de Lucas Simone
Coleção Leste
352 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-85-7326-503-3
2012 - 1ª edição
Publicado em 1859, o romance A aldeia de Stepántchikovo e seus habitantes marcou a volta de Dostoiévski ao mundo da literatura após quase dez anos de exílio na Sibéria. Idealizada primeiramente como uma peça, a obra revela uma faceta cômica do autor, inspirada tanto nos textos como na figura de Gógol. Essa referência aparece não apenas na ambientação, mas também no memorável personagem de Fomá Fomitch Opískin - segundo Thomas Mann, "uma criatura cômica de primeira grandeza, irresistível, equiparável às de Shakespeare e Molière" -, o antigo bufão que passa a tiranizar, de maneira a mais absurda, a casa em que vive como agregado.
Neste livro em que Dostoiévski diz ter colocado "sua alma, sua carne e seu sangue", o jovem narrador Serguei Aleksándrovitch, levado ao ambiente extravagante da propriedade de seu tio, encontra ali uma espécie de micromundo farsesco, cheio de tramas e complôs, no qual cada personagem assume uma voz distinta. Prova do humor inusitado de Dostoiévski, A aldeia de Stepántchikovo traz vários dos ingredientes essenciais de sua poética, bem como a inesquecível galeria de tipos humanos que povoam sua literatura - e que encontraram nos desenhos de Darel Valença Lins uma tradução gráfica da mais alta qualidade.
Dois sonhos
O sonho do titio e Sonhos de Petersburgo em verso e prosa
Fiódor Dostoiévski
Tradução de Paulo Bezerra
Posfácio e notas de Paulo Bezerra
Coleção Leste
240 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-85-7326-504-0
2012 - 1ª edição
Este volume reúne dois textos ficcionais de Fiódor Dostoiévski que se articulam não pelo gênero, mas por aquela percepção extremamente aguçada que tende a descobrir, por meio da ironia e do confronto entre diferentes pontos de vista, os ângulos mais incomuns da realidade.
Em O sonho do titio, de 1859 - ano em que o escritor retorna a São Petersburgo após um longo período de exílio na Sibéria -, a narrativa toma a forma da comédia de costumes e da crônica de província para promover um desmascaramento geral da sociedade russa, particularmente de sua aristocracia às vésperas de importantes transformações históricas, que ela parece absolutamente não enxergar.
Já em Sonhos de Petersburgo..., folhetim de 1861, Dostoiévski apaga deliberadamente as fronteiras entre a prosa e a poesia para construir uma visão ao mesmo tempo crítica, cômica e fantástica da cidade construída por Pedro, o Grande - tudo isso vazado num registro que oscila entre o devaneio, a epifania e a mais lúcida observação. Em comum, os dois sonhos de Dostoiévski - traduzidos por Paulo Bezerra diretamente do original russo - trazem o impulso do humor anárquico de Nikolai Gógol (1809-1852), que subverte as expectativas e, com as armas do absurdo e do nonsense, renova de modo surpreendente o nosso olhar sobre o mundo.
E aí quem vai cofrar?
Jabá- Guerra e Paz
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Re: Fiódor Mikhailovich Dostoiévski [Фёдор Миха́йлович Достое́вский]
Embora já tenha no cofre o da Nova Alexandrina, 34 é 34.
Vou cofrar esse e fazer uma releitura.
É a obra de Dostoiévski que mais se parece com Gógol [seguida de perto por O Duplo].
O Sonho do Tio eu li em tradução indireta do francês.
É bem curtinho, mas é muito bom.
Esse outro, Sonhos de Petersburgo, é inédito por aqui mesmo em tradução indireta.
Provavelmente é do Diário de um Escritor.
Cofre absoluto nesse também.
No aguardo da versão do Paulo Bezerra para O Adolescente, que nunca sai...
Re: Fiódor Mikhailovich Dostoiévski [Фёдор Миха́йлович Достое́вский]
Becco, você, como especialista em Dosta, pode responder se esses dois livros tratam da mesma novela:
Jabá- Guerra e Paz
- Mensagens : 3743
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Re: Fiódor Mikhailovich Dostoiévski [Фёдор Миха́йлович Достое́вский]
Não, Jabá, são três obras diferentes.
Re: Fiódor Mikhailovich Dostoiévski [Фёдор Миха́йлович Достое́вский]
Lorenzo Becco escreveu:Não, Jabá, são três obras diferentes.
Ah, tá. Esse Uma história lamentável não tem uma versão decente?
Jabá- Guerra e Paz
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Re: Fiódor Mikhailovich Dostoiévski [Фёдор Миха́йлович Достое́вский]
Jabá escreveu:Becco, você, como especialista em Dosta, pode responder se esses dois livros tratam da mesma novela:
Eu emprestei esse livro pro Darth Vader e ele me mandou um e mail dizendo o seguinte:
Mateus,
Acabei de ler o livro que você me emprestou.
Fiquei bastante feliz, sobretudo por descobrir qual a fonte das ideias de Augusto Cury e todo o grupo de autores de livros de auto-ajuda. Confesso que estou impressionado com o modo através do qual um texto de um autor russo pode constituir-se numa das leituras que elucidem à busca da "felicidade" à moda Ocidental que didaticamente ecoa pelas páginas iluminadas de Cury e tantos outros.
Li as duas novelas.
Tomo a ousadia de anotar que o tema de ambas é a busca pela felicidade e harmonia conjugal e social. Recuso a aceitar a denominação de narrativas "fantásticas". Não conheço autores russos ("teóricos") que apresentem definições sobre esta categoria, mas ou estamos diante de um erro de tradução/interpretação ou a "fantasia" apontada em Dostoiévski foi uma tentativa formal sem grandes fundamentos de categorizar as narrativas ali reunidas. Textos fantásticos/absurdos, dos quais me recordo, são "O Nariz" e "O Diário de um Louco", ambos de Gógol.
Ambos são textos pretensiosos que se oferecem a mostrar as inquietudes da alma humana, mas acabam encerrados num lugar comum de uma pseudo-psicologia, vazia e sem grandes novidades. A necessidade do narrador em "A dócil", de explicar tudo o que provavelmente aconteceu com a mulher e a infelicidade em que ambos viviam, chega a ser enfadonha e me deixou sem qualquer tipo de vontade de chegar ao final do texto. Acho também que a edição do livro não ajudou muito. A introdução (ou "As notas do subtexto) ao explicar em rápidas linhas o que aconteceu à mulher (situação extraída de uma notícia de jornal), foi bem mais produtiva do que a extensa e "engordurada" narrativa. Já que eu sabia o que havia acontecido, por que esperar tanto pelo final? Até lá, não considerei qualquer informação ou situação que fosse importante para a compreensão do texto, mesmo que não soubesse ou conhecesse o fato da mulher ter se suicidado. O narrador, fala, fala, fala, como se pedisse piedade ou compaixão por ter desprezado uma mulher tão boa, às vezes inconstante, mas ainda assim com méritos que transcendiam a compreensão humana - só o amor espiritual pode ser o verdadeiro.
Em "O sonho de um homem rídiculo", não vi melhor designação. Para o homem e para o sonho: rídiculos. Primeiro porque a narrativa soa piegas demais. Daí, e isso se aplica à primeira novela, não sei se é uma postura crítica do escritor (agora pensei nisso - para não considerar textos tão ruins de um sujeito que adentra na loucura em Crime e Castigo) ou os textos são ruins de fato. Nas primeiras páginas, vi claras referências a textos como "A Utopia" de Thomas Morus e "Micrômegas" de Voltaire mas em nenhum momento posso considerar o texto russo como fantástico e também não considero o texto de Morus, mas considero o de Voltarie, apesar do didatismo e da exaltação - com ironias - ao conhecimento humano. Em Dostoiévski, a "gota dágua" está nas páginas finais, quando o paraíso se corrompe por causa do narrador que diante do sofrimento de uma menina, apieda-se e procura uma razão para a vida não comentendo suícidio e embarcando no sonho. O "amar o próximo como a ti mesmo" é a senha da não destruição do SER. Parece-me (e ressalto que nada conheço da literatura e cultura russa) que o narrador volta-se elouquecido para a religião, mesmo que não exista um SER superior, mas apenas seres humanos e que as relações entre estes devam obedecer o princípio, não de um Deus, mas de um homem, embora as palavras proferidas por Cristo de "amar ao próximo" tenham sido ditas em meio a afirmação dele mesmo SER Deus. Uma religião humana com raízes divinas, uma consciência universal do perdão, da piedade e do amor que ultrapassa a ideia de estarmos presos ao planeta Terra.
Enfim, foi uma leitura rápida e extremamente decepcionante. Não conheço outros textos do escritor em profundidade, mas a minha leitura destes dois exemplares só reafirmam que os "modelos/canônes" possuem referências exteriores e subjetivas. Nenhum desses pode ser considerado (no meu ponto de vista) como narrativas fantásticas. São clichês e cheias de autopiedade, descrevendo uma realidade exaustivamente como se buscasse apresentar uma cópia "fiel", inclusive daquilo que não se pode copiar: o conflito e, as respostas para, como diz o próprio narrador: "o absurdo da existência".
O livro está ansioso para revê-lo e retornar para casa. Disse-me que os atuais coleguinhas de estante são insensatos e cheios de coisas que não se entendem muito bem. Não quero decepcioná-lo, levarei-o ainda esta semana.
abraços.
Mat- Guerra e Paz
- Mensagens : 2969
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Localização : Bahia
Re: Fiódor Mikhailovich Dostoiévski [Фёдор Миха́йлович Достое́вский]
Jabá escreveu:Ah, tá. Esse Uma história lamentável não tem uma versão decente?
Não tem.
Mat, diga o nome do seu professor pra gente não ter que ficar chamando o cara de Darth Vader.
Concordo que os contos não sejam fantásticos no conceito literário da coisa, mas pseudo-psicologia é um pouco forte para o Dosta.
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