Re: Qual o último livro que você leu?

por lavoura 2nd janeiro 2013, 7:45 pm

Os meus de 2013:
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por Oric 4th janeiro 2013, 4:52 pm

Já terminei tem um tempinho aqueles três que havia postado no tópico "o que você está lendo", mas por pura preguiça não postei aqui. Laughing

O Processo - Franz Kafka
Na minha primeira leitura gostei bastante de todo o livro, menos dos dois últimos capítulos. Agora já achei muito bom no começo, perdendo parte do impacto no meio, mas arrebatador nos dois últimos! Putz, se tornou um dos meus finais favoritos até então. Livro essencial (ainda faço um tópico pro Kafka).

Teatro Completo Vol. 6 - Bertolt Brecht
Três peças nesse volume:
Os Fuzis da Senhora Carrar - Passa na Guerra Civil Espanhola, retratando a luta contra o fascismo. Interessante, quero ler mais sobre a História do período.
Vida de Galileu - A mais famosa desse volume, uma das mais famosas dele, inclusive foi a que entrou naquela lista de 100 melhores da lit. mundial da Bravo. Olha, a peça é muito boa, a vida do Galileu é das mais interessantes, serviu muito bem utilizar uma história antiga para tratar do período que a peça foi escrita... Por sinal serve até hoje. Nesse sentido a última fala do Galileu é de uma premonição absurda. Incomoda, machuca, assusta. No geral a peça é muito interessante para tratar das relações entre ciência, religião e política. Ainda assim, não é minha favorita dele. No que tange à forma me pareceu mais tradicional (talvez nela representada a sensação fosse outra). Prefiro a inventividade que ele teve em períodos anteriores, com A Ópera dos Três Vinténs, A Peça Didática de Baden Baden etc. De todo modo, uma grande peça que merece ser lida.
Mãe Coragem e Seus Filhos - Novamente Brecht se utiliza de um acontecimento histórico (Guerra de Trinta Anos) para fazer uma crítica que foi atual na época que escreveu e segue atual: a guerra e suas causas. Realmente algo que incomoda. De todo modo, não foi algo que considerei tão excepcional na temática, diferente de, por exemplo, "Os Cabeças Redondas e os Cabeças Pontudas", que foi uma das histórias mais geniais que já li sobre o nazismo. Mas claro que não dá para esperar uma obra-prima por peça, o cara escrevia muito.

Por fim:
26 Poetas Hoje - Heloísa Buarque de Hollanda (org.)
Clássica antologia de poesia da geração mimeógrafo. Bom pra conhecer novos poetas, alguns já anotei para me aprofundar mais tarde. Acho a atitude que eles tiveram visando levar a poesia para todo lugar bastante interessante, pena que (parece) se perdeu. Todo modo, por enquanto, pretendo seguir outros rumos nas leituras de poesia.

por **Becco** 4th janeiro 2013, 5:18 pm

Oric escreveu:O Processo - Franz Kafka
Na minha primeira leitura gostei bastante de todo o livro, menos dos dois últimos capítulos. Agora já achei muito bom no começo, perdendo parte do impacto no meio, mas arrebatador nos dois últimos! Putz, se tornou um dos meus finais favoritos até então. Livro essencial (ainda faço um tópico pro Kafka).

Tá faltando mesmo.

por Mat 4th janeiro 2013, 6:58 pm

Qual o último livro que você leu? - Página 27 9788535914085

Escreveu alguns bons poemas, mas no geral é um poeta previsível e monotemático. Não gostei.

por **César** 4th janeiro 2013, 7:17 pm

Virjão

por **Jabá** 9th janeiro 2013, 9:06 am

Qual o último livro que você leu? - Página 27 CHUVA_E_OUTROS_CONTOS_1258215203P

CHUVA E OUTROS CONTOS
LUIZ VILELA
EDITORA DO BRASIL
112 Páginas
Esse livro traz 10 contos selecionados pelo próprio Luiz Vilela numa coletânea aparentemente destinada a trabalhos escolares. Tem toda a cara de livro paradidático já que vem até com encarte de exercícios.
A literatura de Luiz Vilela é de uma simplicidade desconcertante. O autor pega um pedacinho da vida e a transforma em algumas linhas de lirismo puro. Na sua simplicidade, o autor passeia em temas puros como amor, morte, loucura, tristeza, etc. Assuntos cotidianos mas que em suas mãos tomam ares de pequenos clássicos.
Tive a felicidade de conhecer esse autor numa coletânea de contos nacionais editada em 1973 onde ele aparecia com um conto sobre nostalgia (mais um tema puro) e que me fisgou logo de cara pela simplicidade. Ideal para quem quer se iniciar no mundo das letras, principalmente jovens leitores, esses 10 textos são seguramente um ótimo pontapé para tal e que faz com que o autor seguramente esteja no patamar de um dos melhores do Brasil no gênero conto.

por Gourmet 11th janeiro 2013, 5:21 pm

Qual o último livro que você leu? - Página 27 Preview_html_7b841ae

O COLECIONADOR de John Fowles.

Terminei hoje de tarde, leitura de três dias. Absolutamente espetacular, chocante e perturbador. Fred é um funcionário público inglês, ordinário e introspectivo, colecionador de borboletas. Depois de faturar um prêmio milionário, inicia um processo de mudança em sua vida dedica-se ao seu objeto de obsessão, Miranda, uma jovem estudante de artes.

O livro provavelmente é a leitura que mais me causou perplexidade depois de CRIME E CASTIGO. A construção psicológica dos eventos, a capacidade narrativa do autor e a elaborada identidade dos personagens... tudo é fascinante.

Quanto menos se ler a respeito do livro, melhor.

por Mat 11th janeiro 2013, 6:25 pm

Gourmet escreveu:

O COLECIONADOR de John Fowles.

Terminei hoje de tarde, leitura de três dias. Absolutamente espetacular, chocante e perturbador. Fred é um funcionário público inglês, ordinário e introspectivo, colecionador de borboletas. Depois de faturar um prêmio milionário, inicia um processo de mudança em sua vida dedica-se ao seu objeto de obsessão, Miranda, uma jovem estudante de artes.

O livro provavelmente é a leitura que mais me causou perplexidade depois de CRIME E CASTIGO. A construção psicológica dos eventos, a capacidade narrativa do autor e a elaborada identidade dos personagens... tudo é fascinante.

Quanto menos se ler a respeito do livro, melhor.

Parece interessante, Gourmet.
Você já leu outros livros desse cara?

por Gourmet 11th janeiro 2013, 7:27 pm

Mat escreveu:
Gourmet escreveu:

O COLECIONADOR de John Fowles.

Terminei hoje de tarde, leitura de três dias. Absolutamente espetacular, chocante e perturbador. Fred é um funcionário público inglês, ordinário e introspectivo, colecionador de borboletas. Depois de faturar um prêmio milionário, inicia um processo de mudança em sua vida dedica-se ao seu objeto de obsessão, Miranda, uma jovem estudante de artes.

O livro provavelmente é a leitura que mais me causou perplexidade depois de CRIME E CASTIGO. A construção psicológica dos eventos, a capacidade narrativa do autor e a elaborada identidade dos personagens... tudo é fascinante.

Quanto menos se ler a respeito do livro, melhor.

Parece interessante, Gourmet.
Você já leu outros livros desse cara?

Mat, é bem mais que interessante. É um livro que merece ser estudado. É cheio de referências a locais, música, livros. Este livro, para a literatura, é o mesmo que O SILÊNCIO DOS INOCENTES representa para o cinema, segundo me parece. O único problema realmente é a tradução, bem fraca, os personagens perdem a voz e identidade. Mas eu sou chato com isso e pretendo reler o livro mais uma vez, desta vez em inglês.

Respondendo à pergunta. Não li mais nenhum livro do Fowles, mas eles se tornaram algo que pretendo fazer o quanto antes. Tudo que sei é o que está na aba do livro; que ele ainda tem The Aristos, Magus e A Mulher do Tenente Francês e que faturou bons prêmios.

por tiago 11th janeiro 2013, 8:33 pm

Gourmet escreveu:
Mat escreveu:
Gourmet escreveu:

O COLECIONADOR de John Fowles.

Terminei hoje de tarde, leitura de três dias. Absolutamente espetacular, chocante e perturbador. Fred é um funcionário público inglês, ordinário e introspectivo, colecionador de borboletas. Depois de faturar um prêmio milionário, inicia um processo de mudança em sua vida dedica-se ao seu objeto de obsessão, Miranda, uma jovem estudante de artes.

O livro provavelmente é a leitura que mais me causou perplexidade depois de CRIME E CASTIGO. A construção psicológica dos eventos, a capacidade narrativa do autor e a elaborada identidade dos personagens... tudo é fascinante.

Quanto menos se ler a respeito do livro, melhor.

Parece interessante, Gourmet.
Você já leu outros livros desse cara?

Mat, é bem mais que interessante. É um livro que merece ser estudado. É cheio de referências a locais, música, livros. Este livro, para a literatura, é o mesmo que O SILÊNCIO DOS INOCENTES representa para o cinema, segundo me parece. O único problema realmente é a tradução, bem fraca, os personagens perdem a voz e identidade. Mas eu sou chato com isso e pretendo reler o livro mais uma vez, desta vez em inglês.

Respondendo à pergunta. Não li mais nenhum livro do Fowles, mas eles se tornaram algo que pretendo fazer o quanto antes. Tudo que sei é o que está na aba do livro; que ele ainda tem The Aristos, Magus e A Mulher do Tenente Francês e que faturou bons prêmios.

Magus e A mulher do Tenente Francês são muito bons também. Não li esse O colecionador.

por schmidt 13th janeiro 2013, 10:34 am

Qual o último livro que você leu? - Página 27 160350G1

Acabei hoje. Gostei muito do texto. Mais um personagem do Raduan Nassar que verte bilis pelas palavras (so quando fala ou pensa no pai dele, claro). A presenca da mae dele, nas poucas vezes em que acontece, na minha opiniao é forte pra cacete.
Recomendo muito.

Spoiler:

por Gourmet 13th janeiro 2013, 10:52 am

Do Nassar, li apenas Um Copo de Cólera, que aprecio bastante e tinha em mente reler em breve.

por Oric 14th janeiro 2013, 1:33 pm

Quero muito ler o Nassar.

por Mat 17th janeiro 2013, 8:28 pm

Qual o último livro que você leu? - Página 27 693835

O sexto volume do Em busca do tempo perdido é o momento de maior ruptura dentro da estrutura do monumental romance. No final volume anterior, A prisioneira, Albertine desaperece e deixa Marcel. Nesse, A fugitiva, vemos a luta interior do herói narrador para sobreviver sem seu grande amor, sua luta para não pensar nela e para viver sem sentir aquela língua que "como um pão cotidiano, como um alimento nutritivo" Albertine lhe "metia na boca".

Proust utiliza pelo menos as duzentas páginas iniciais para descrever lenta e minuciosamente a dor de Marcel desde quando recebeu a carta de despedida de Albertine, para depois mostrar sua indiferença quando descobre os inúmeros casos homosexuais dela com várias raparigas conhecidas e simplesmente ignora aquela morta que amou um dia. Proust, como se sabe, era schopenhauriano nas relações, [ele que passou toda a juventude deitado na cama lendo o alemão].

Uma das cenas mais bonitas do romance é quando Marcel se dá conta que perdeu Albertine para sempre [acontece uma coisa que eu não vou dizer para não estragar a surpresa de quem irá ler no futuro] e rememora todas as suas dores e alegrias com ela, quando ainda viviam juntos e chama aquelas memórias de "ruínas".

Eu particularmente acredito que Proust criou esse destino para seu personagem para fazê-lo amadurecer, para que ele aprenda a viver com as perdas. Lembremos que Marcel é extremamente dependente da mãe em todos os sentidos e, talvez, com essa falta de Albertine ele aprenda a lidar com a vida de uma maneira menos sonhadora.
Um dos momentos mais célebres do romance é quando o narrador descobre os casos de Albertine com outras mulheres e, no primeiro momento, sofre amargamente. Então ele desenrola um belo, longo e cruel monólogo de como nos sentimos na descoberta da traição.

Mas, quando se trata da mulher a quem amamos, para nos desembraçarmos da dor que sentimos à ideia de que isso pode ser verdade, procuramos saber não só o que ela fez, mas o que sentia ao fazê-lo, e que ideia tinha do que fazia; então, descendo cada vez mais fundo às profundezas da dor, atingimos o mistério, a essência. Eu sofria até o fundo de mim mesmo, até meu corpo, meu coração - bem mais do que me teria feito sofrer o medo de perder a vida [...].

por **Jabá** 18th janeiro 2013, 12:38 pm

Terminei Vidas Secas!

E agora? Neutral

por Oric 18th janeiro 2013, 11:43 pm

Bateu aquela deprê?

Depois posta lá no tópico dele. Estou quase terminando o Caetés também. Smile

por **Jabá** 19th janeiro 2013, 7:19 am

Oric escreveu:Bateu aquela deprê?

Depois posta lá no tópico dele. Estou quase terminando o Caetés também.

Estou lendo um estudo, uma espécie de posfácio de um tal de álvaro Lins no final dessa edição. Muito bom!!!

Bom saber também que Graciliano Ramos desdenhou Machado de Assis! Becco sofrerá Laughing

Vou postar mais uma resenha inútil no tópico do autor.

por Mat 19th janeiro 2013, 2:05 pm

Jabá escreveu:Bom saber também que Graciliano Ramos desdenhou Machado de Assis!

Desdenhou como? Posta isso aê.

por **Jabá** 19th janeiro 2013, 3:17 pm

Mat escreveu:
Jabá escreveu:Bom saber também que Graciliano Ramos desdenhou Machado de Assis!

Desdenhou como? Posta isso aê.

No tópico do autor junto com a resenha tecerei comentários a respeito do ocorrido.

por **Becco** 20th janeiro 2013, 8:25 am

schmidt escreveu:
Spoiler:

Fica meio em aberto, mas

Spoiler:

Jabá escreveu:Bom saber também que Graciliano Ramos desdenhou Machado de Assis! Becco sofrerá

Graciliano pode. Você e o Aluísio de Azevedo não.

por **Jabá** 20th janeiro 2013, 11:39 pm

Minhas últimas saídas do forno:

Qual o último livro que você leu? - Página 27 AGOSTO_1241766372P

Qual o último livro que você leu? - Página 27 CONTOS_HUNGAROS_1355085266P

Vou ficar devendo as resenhas por enquanto.

por tiago 21st janeiro 2013, 5:36 am

Becco escreveu:
schmidt escreveu:
Spoiler:

Fica meio em aberto, mas
Spoiler:

Spoiler:

por **Becco** 21st janeiro 2013, 6:27 am

Pois é, Tiago. Por iso que eu acho que houve.

Jabá, tô doido pra ler esse Contos Húngaros!
É foda mesmo?

por **Jabá** 21st janeiro 2013, 6:37 am

tiago escreveu:
Becco escreveu:
schmidt escreveu:
Spoiler:

Fica meio em aberto, mas
Spoiler:

Spoiler:

Spoiler:

Becco escreveu:Jabá, tô doido pra ler esse Contos Húngaros!
É foda mesmo?

Não é isso tudo não. Achei bem aquém do que eu esperava. Alguns contos bons, mas não a ponto de justificar uma corrida desvairada atrás das obras dos autores. Li mais por curiosidade e pra tentar variar as leituras.

por **Jabá** 28th janeiro 2013, 7:35 pm

Becco escreveu:
foda, tô doido pra ler esse Jabá!
É Contos Húngaros mesmo?

CONTOS HÚNGAROS
DEZSO KOSZTOLÁNYI, FRIGYES KARINTHY, GÉZA CSÁTH e GYÚLA KRÚDY
HEDRA – 200 páginas

Ótima seleção de contos húngaros da Editora Hedra. Os contos focam em 4 autores representativos da Hungria com um apanhado geral do gênero conto.
O primeiro é Kostolányi com quatro contos bem representativos desse país pequeno e pouco conhecido, pelo menos por aqui. Seus contos são leves e com uma veia humorística, inclusive um pouco negra por vezes. Seus contos curtos ambientados numa paisagem mais urbana, porém confinada, passa uma certa melancolia e tem todo um clima nostálgico. O conto “O leitor” evoca os males da bibliomania e a tênue linha que a separa da loucura. “Os Velhos” também é um ótimo conto e faz refletir sobre os caminhos percorridos na vida de cada um.
Karinthy contribui com apenas um conto: “Professor, por favor”, mas sua contribuição é genial. Escolhi-o como o melhor conto do livro. Traz o dia a dia de alunos e o sofrimento da vida estudantil na infância. Narrado com muito senso de humor, o conto é o mais divertido e força lembranças da infância e da vida estudantil fazendo com que imediatamente se identifique com os personagens. Ótimo conto.
Csáth é o mais obscuro de todos. Com 2 contos focados em loucura e morte, seu conto “matricídio” levanta o velho questionamento: o homem nasce mau ou o meio o transforma? Muito bom, e após sua leitura, impossível não comparar com o conto clássico “a galinha degolada” de Horácio Quiroga.
E por fim, o mais introspectivo de todos os autores selecionados: Krúdy. O conto “o último charuto no Arabs Skurze” narra as horas que antecedem um duelo entre um polido coronel e um pobre jornalista e as reflexões do coronel que se afunda no mundo sujo e obscuro do jornalista visando saber como é a vida de um homem no seu mais baixo patamar. Muito filosófico e reflexivo. Pena que o conto “o jornalista e a morte”, focando a mesma história, mas do ponto de vista do jornalista, não mantém a qualidade do primeiro.
Merece elogio também o conteúdo editorial da Hedra que ainda vem com uma introdução bastante agradável sobre a literatura húngara no Brasil. Lembrando que essa obra é traduzida diretamente do húngaro. No geral, essa coleção de bolso da Hedra tem várias qualidades que a tornam bem agradável, fazendo com que o leitor se interesse em buscar mais títulos, principalmente que fujam do eixo de autores conhecidos e obras consagradas.

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