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Crime e Castigo [Преступле́ние и Hаказа́ние]

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Crime e Castigo [Преступле́ние и Hаказа́ние] - Página 2 Empty Re: Crime e Castigo [Преступле́ние и Hаказа́ние]

Mensagem por Jabá 19th novembro 2011, 4:23 pm

Gourmet escreveu:
Jabá escreveu:Desistiu amiche?

Claro que não... estou fazendo os esboços para pintar uma tela inspirada no CRIME E CASTIGO.

Gourmetzaço cheio de surpresas. Não sabia que pintava.

tmanfrini escreveu:3.a retratação a melhor.

Gostei mais da 2. Carregou o Raskolnikov com brutalidade e a velha com fragilidade. Contraste desconcertante.
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Mensagem por Gourmet 20th novembro 2011, 6:27 am

A segunda arte realmente é sensacional, e o machado está na posição correta. A terceira, lembra o Escher. O mérito da primeira está em parecer um singelo teatro de sombras.

Confesso que minha idéia está fixa em dois conceitos: Rascão na iminência de rachar a cabeça da velha, mas visto por fora da janela. Ou ele devolvendo o machado ao devido lugar. De qualquer modo, os esboços das duas idéias estão uma merda. Laughing

Depois eu posto algumas fotos dos meus óleos.
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Mensagem por Karenina 20th novembro 2011, 11:32 am

Crime e Castigo [Преступле́ние и Hаказа́ние] - Página 2 537885_976

Essa versão é boa, amigos?

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Mensagem por Mat 20th novembro 2011, 11:45 am

Natasha escreveu:Crime e Castigo [Преступле́ние и Hаказа́ние] - Página 2 537885_976

Essa versão é boa, amigos?


Minha primeira leitura do "Crime e castigo", mas faz muito tempo mesmo, não posso te dizer clareza os defeitos.
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Mensagem por Becco 20th novembro 2011, 11:45 am

É a tradução da Ediouro. Nunca li. É menos famosa que a do Rosário Fusco. A capa é certamente um lixo.
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Mensagem por Mat 20th novembro 2011, 11:50 am

http://leiturascomlea.blogspot.com/2010/05/algumas-traducoes-de-crime-e-castigo-no.html
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Mensagem por Becco 26th novembro 2011, 9:50 pm

Jabá escreveu:
César escreveu:
Lorenzo Becco escreveu:
César escreveu:O Raskonikov é quase que uma cópia do Sorel de Vermelho e Negro, já comentei anteriormente.

Discordo diametralmente. Preparando uma resposta de 4 laudas. Prepare-se. Laughing

Quero vê essa pica toda ai Laughing

Apesar de não ter lido o Vermelho e o negro. Só o vermelho, estou no aguardo dessa fudê.

Dei um tempo nas redações e resolvi terminar a minha resposta à blasfêmia de dizer que o inigualável Raskólnikov é cópia do Julien Sem-sal do Le Rouge Et Le Noir, de Stendhal [DOSTA TÃÃÃÃO MAIOR!], mas ficou grande demais, deu um pouco mais que as 4 laudas previstas, então vou dividir em mais de um post:

[SPOILER ALERT!]

Em primeiro lugar, acho a palavra “cópia” demasiado forte. Não quero dizer que Raskolnikov não sofreu, em sua criação, influência de outros personagens e seus autores, mas há de se convir que, considerando a complexidade de sua psique e as intricadas motivações por trás de seus atos, ele é um personagem original, único e complexo no panorama da literatura mundial, ainda hoje gerando discussões frutíferas não só no campo literário, mas também no jurídico, sociológico e psiquiátrico [!], para citar só alguns.

Também não considero, nem de longe, a influência de Stendhal sobre Dostoiévski assim tão determinante. Na verdade, sem muito esforço, consigo pensar em três outros nomes cujas obras marcaram profundamente mais o modus literarius do russo: Charles Dickens [principalmente pela sua visão das crianças e pelo caráter folhetinesco], Victor Hugo [com Le dernier jour d’un condamné, por motivos óbvios] e Friedrich Schiller; em especial o alemão, de quem Dostoiévski afirma em carta para o irmão: "Você me escreveu, irmão, que eu não tinha lido Schiller. Erro seu, irmão. Aprendi Schiller de cor, discuti Schiller, sonhei com Schiller" [FRANK, J. Dostoiévski - As Sementes da Revolta, p. 118]. Nada remotamente parecido é dito sobre Stendhal. Na verdade, se fizermos uma rápida checagem no índice onomástico da vasta biografia de Joseph Frank [a que recorrerei frequentemente como fundamentação para o que for dito aqui], o autor de Le Rouge Et Le Noir aparece pouquíssimo, muito menos do que os outros três citados. No volume Os Anos Milagrosos, que trata minuciosamente de Crime e Castigo durante 82 páginas, ele não é citado nenhuma única vez!

Muito me admira, portanto, que tenha passado batido para o César o autor du o personagem literário que serviu efetivamente como modelo para o Raskólnikov, já que é o seu favorito: ninguém menos que Aleksandr Púchkin e seu Hermann, de A Dama de Espadas! Frank dedica, no primeiro volume de sua biografia, algumas páginas sobre a esmagadora influência de Púchkin sobre Dostoiévski. Vejamos alguns trechos:

Para Dostoiévski, muito mais importante do que todas as influências aqui citadas foi a de Alexandr Púchkin. Os serões familiares incluíam algumas obras em prosa de Púchkin (...) ainda que a fama de Púchkin ainda não estivesse consolidada (...).

[FRANK, J. Dostoiévski - As Sementes da Revolta, p. 99]

Algumas das principais obras de Púchkin foram publicadas durante a adolescência de Dostoiévski (A Dama de Espadas, Canções Dos Eslavos Ocidentais, O Cavaleiro Avarento, O Cavaleiro de Bronze, Noites Egípcias). Apesar da acolhida morna dos críticos, o jovem Fiódor leu todas com grande avidez.

[FRANK, J. Dostoiévski - As Sementes da Revolta, p. 99]

A devoção de Dostoiévski pela pessoa de Púchkin, e a admiração por seus escritos, foi seguramente uma das experiências decisivas na sua vida. A íntima identificação que o ligava ao grande criador da moderna literatura russa pode ser avaliada por sua reação à notícia da morte de Púchkin em fevereiro de 1837: disse aos parentes que, se já não estivesse de luto pela morte de sua mãe, desejaria fazê-lo por Púchkin. À parte o exagero, há algo de impulsivamente acertado nesse desejo de adolescente; de fato, se a mãe deu-lhe a vida no mundo físico, Púchkin fizera-o nascer no mundo do espírito. Púchkin domina a vida literária de Dostoiévski do começo ao fim (...).

[FRANK, J. Dostoiévski - As Sementes da Revolta, p. 100]

Na verdade, a obra de Púchkin forneceu as bases e definiu os horizontes os horizontes do universo criador de Dostoiévski. É claro que a arte clássica e serena de Púchkin – tão sedutora por sua capacidade de sugerir profundidade sem ser solene e de obter efeitos por meio de uma elegante precisão da linguagem – está a anos-luz do frenético mundo de emoções violentas e almas torturadas de Dostoiévski. Mesmo assim, sua obra é um contínuo e ininterrupto diálogo com Púchkin. E essa afirmação é verdadeira no sentido mais direto e mais literal.

[FRANK, J. Dostoiévski - As Sementes da Revolta, p. 100]

Dostoiévski leu e releu Púchkin, meditou sem cessar sobre suas obras e doou à posteridade uma série de inspiradas interpretações desses livros que exerceram uma enorme influência na crítica literária russa. E mais, não é possível julgar as próprias obras de Dostoiévski sem levar em conta Púchkin como seu predecessor.

[FRANK, J. Dostoiévski - As Sementes da Revolta, p. 100]

Caramba, influência é pra dizer o mínimo! Nesse ponto, Frank lembra que Leonid Grossman disse que os melhores personagens de Dostoiévski "têm laços com os heróis de Púchkin e frequentemente constituem evidentes aprofundamentos das linhas gerais esboçadas por Púchkin, elevando-os a uma grande intensidade trágica" [FRANK, J. Dostoiévski - As Sementes da Revolta, p. 100]. Então começa a elencar quais seriam esses personagens e seus modelos [não cópias!] púchkinianos.

Quando chega em Raskólnikov, escreve:

Raskólnikov é uma recriação da loucura assassina de Hermann, de A Dama de Espadas, igualmente obcecado por uma idée fixe e igualmente disposto a matar para obter riqueza e poder (...)

[FRANK, J. Dostoiévski - As Sementes da Revolta, p. 100]

(...) Pode-se encontrar um óbvio precursor do romance de Dostoiévski na obra de Púchkin, A Dama de Espadas, cujo herói, jovem e insignificante e consumido pelo ardente desejo de conseguir riqueza e poder, segundo o autor, tem "o perfil de Napoleão e a alma de Mefistófeles". Ele também mata uma velha indefesa por causa de uma fórmula para ganhar no jogo e enlouquece com o remorso de sua consciência.

[FRANK, J. Dostoiévski - Os Anos Milagrosos, p. 116]

Parece bem mais com Raskólnikov do que o banana do Julien Sorel ["Ai, meu Deus, viro padre ou milico? Mamãe, quero ser burguês!"].

Mas todo mundo que leu o livro sabe que Ródia não queria só enriquecer, mas provar uma teoria, e é aí que ele se afasta do protagonista de Stendhal, revelando-se um personagem infinitamente mais interessante. Isso por que, além de ter um modelo literário, Raskólnikov foi baseado em uma figura real.

[Continua no próximo post.]


Última edição por Lorenzo Becco em 26th novembro 2011, 10:13 pm, editado 2 vez(es)
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Mensagem por Mat 26th novembro 2011, 9:55 pm

Foi isso que eu tava até conversando com o Deco outro dia: As motivações do Sorel são muito bestas.

Ótimo postagem, Beccão! E Frank no coração!
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Mensagem por Becco 26th novembro 2011, 10:03 pm

[SPOILER ALERT!]

No volume Os Anos Milagrosos, antes de se lançar à sua magistral interpretação do romance, Joseph Frank escreve um capítulo chamado “As Fontes de Crime e Castigo”. Nele, Frank elenca as fontes literárias [repito, sem citar Sorel] e históricas para a criação de Ródia. Entre as personagens reais, se destaca a figura de um jovem universitário niilista russo: Dimitri L. Píssarev. Dostoiévski estava a par desta tendência niilista entre a intelligentsia jovem da Rússia e, tendo reafirmado suas crenças cristãs durante a prisão e o exílio, estava pouco propenso a aceitar pacificamente tal caminho para a juventude russa. O escritor abordou o que ele via como um grave problema pela primeira vez no artigo “O Cisma [em russo: RASKOL] entre os niilistas”. Este artigo foi posterior a um outro artigo que Píssarev publicara, muito semelhante ao artigo que Raskólnikov escreveu em Crime e Castigo, e o biógrafo afirma que "se quisermos compreender as ideias e o comportamento de Raskólnikov, que seu autor começou a conceber apenas três anos depois, é ao artigo de Píssarev que devemos recorrer antes de qualquer coisa" [FRANK, J. Dostoiévski - Os Anos Milagrosos, p. 112].

Já sobre Píssarev, Frank nos diz:

Píssarev, um jovem extremamente nervoso, emocionalmente instável, mas sumamaente talentoso. Sua importância foi reconhecida imediatamente pelo atento N. N. Strákhov (...). Strákhov apontou, com satisfação, que Píssarev havia avançado muito mais do que os outros radicais no caminho da negação total, e como prova citou as palavras que ele anunciara, com uma fanfarronice juvenil, ser "o ultimato de nosso campo [radical]". Essas palavras exortavam corajosamente a geração jovem: "batam à direita e à esquerda, nenhum dano há de vir disso e nenhum dano virá", porque "o que resistir ao choque merece ser conservado; o que voar em pedaços é lixo"

[FRANK, J. Dostoiévski - Os Anos Milagrosos, p. 111]

É impossível não lembrar da teoria de Raskólnikov ao ler o trecho grifado. Seguindo esse raciocínio, pessoas iluminadas e superiores intelectualmente, como Píssarev e os radicais, estariam acimas das leis da justiça e dos preceitos morais, sendo sua mais importante missão chacoalhar o status quo e trazer mudanças significativas à humanidade, mesmo que tenham que matar para tanto. Já pessoas que não têm nada a contribuir, muito pelo contrário, como a velha usurária, são lixo, nas palavras de Píssarev, ou meros piolhos, nas palavras de Raskólnikov.

Mas, ao comentar a personalidade de Bazárov, protagonista de Pais e Filhos de Turgueniev [mais um que serviu para construir a personalidade complexa de Raskólnikov], é que o artigo de Píssarev mais se aproxima do de Ródia. A citação é longa, mas necessária e esclarecedora:

O mais importante de tudo é que a imensa superioridade de pessoal de Bázarov em relação ao mundo que o cerca é, a seguir, generalizada por Píssarev e recebe a condição de lei universal que delimita dois tipos fortemente opostos de seres humanos. O pequeno grupo, muito pequeno, é formado por pessoas como Bázarov, que não só revelam qualidades pessoais extraordinárias como também se recusam a submeter-se a qualquer coisa externa a si mesmas e a seus desejos. Bázarov, na forma como Píssarev o interpreta, "faz em toda a parte e em tudo apenas o que deseja, ou o que lhe parece útil e atraente. É governado apenas pelo capricho pessoal e pelo cálculo pessoal. Nem acima dele, nem fora dele, nem dentro dele reconhece um regulador, uma lei moral, um príncipio.

[FRANK, J. Dostoiévski - Os Anos Milagrosos, p. 113]

Vamos lá: humanidade dividida entre pessoas ordinárias e extraordinárias? Confere. Superioridade pessoal que elimina automaticamente qualquer princípio moral externo? Confere. Mas o artigo não para aí:

Mais ainda, "nada acima do gosto pessoal o impede de assassinar e roubar (...) (grifo nosso). (...) Píssarev compara sua grandeza isolada com "as massas" que "no mesmo período viveram com satisfação e, com sua inerente placidez, ficaram satisfeitas com o que tinham em mão". Consequentemente, "a massa não faz descobertas nem comete crimes; outras pessoas pensam e sofrem, procuram e acham, lutam e erram em nome dela – outras pessoas eternamente alheias a ela, que a olham eternamente com desprezo e que ao mesmo tempo trabalham eternamente para aumentar os confortos de sua vida" (o grifo é nosso)

[FRANK, J. Dostoiévski - Os Anos Milagrosos, p. 113-4]

Se isso não é a concepção que Raskólnikov tem da velha usurária e de Napoleão, bem eu não sei mais o que é. Está tudo aí: a visão limitada e pequena da massa e a superioridade dos que pensam e mudam o mundo, podendo, para tanto, esmagar, sem dor na consciência, alguns piolhos. Ródia se entrega e se atormenta pelo crime cometido, mas, em nenhum momento, deixa de afirmar que o que ele matou não passa disso: um piolho.

[Conclui no próximo post.]


Última edição por Lorenzo Becco em 26th novembro 2011, 10:11 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Becco 26th novembro 2011, 10:10 pm

Além de tudo isso, Raskólnikov já estava, em germe, esboçado em vários personagens das obras pré-siberianas [se assim as podemos classificar] de Dostoiévski, como no Vássia de Coração Frágil, e vai se desenvolvendo, depois de sua convivência com os criminosos da Sibéria, até o Homem do Subterrâneo, que é basicamente um Raskólnikov mais velho, mas sem ter conhecido o elemento da redenção.

Para finalizar esse texto, que já está por demais longo, muitos personagens da literatura universal são classificados em categorias por exibirem traços semelhantes, mas, nem por isso, quando o escritor demonstra verdadeiro talento em sua elaboração, pode considerar-se que ele seja uma cópia de seus predecessores [como eu disse, tudo depende de como ele é construído pelo escritor, sendo que são mais importantes as características novas do que as similares]. Por exemplo, Tartufo de Molière, o Cândido de Voltaire e o Leonardo [Memórias de Um Sargento de Milícias] de Manuel Antônio de Almeida são personagens pícaros, mas não é certo dizer, no meu ponto de vista, que um é cópia do outro.

Raskólnikov foi, sim, construído a partir da leitura de vários personagens, reais ou não, conhecidos ou lidos por Dostoiévski, nada mais natural. No entanto, não se pode afirmar que ele é cópia de nenhum deles por que, em sua unicidade, transcende a todos que o antecederam. Neste caso, o resultado é bem maior do que a soma das partes.

Uma pessoa mais romântica poderia dizer que o sopro criador do autor deu uma vida única àquelas partes desconexas apenas esboçadas. Eu prefiro acreditar que foi o gênio criativo de Dostoiévski, a partir de sua experiência pessoal e sisífica do sofrimento humano, que fez com que Ródia Raskólnikov se apresentasse ao leitor como um personagem tão complexo, contraditório e, por que não, único em seus paradoxos, que muitos leitores criam uma conexão tão forte e passional com ele que o tratam como uma pessoa real: único e insubstituível.

PS: Ou seja, Cezáço, só me incomodei com a palavra "cópia". Se você tivesse digitado qualquer outra palavra, nem tinha me dado ao trabalho de escrever tanto. Wink

'Nuff said!
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Mensagem por Jabá 27th novembro 2011, 8:06 am

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Ótimo postão! Deveras esclarecedor.

Cada vez mais endoido pra ler essa biografia do Frank, mas porra, tudo a seu tempo.
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Mensagem por Becco 29th novembro 2011, 12:34 pm

Obrigado, amiches.

Fica a dica:


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Mensagem por César 29th novembro 2011, 1:19 pm

Becco, fica parecendo grosseria eu não ter respondido, mas é que achei que tu levou a sério demais uma besteira minha. Eu realmente acho o R. parecido com o Sorel, aliás, parecido até demais, e o próprio Dostoiévski comentou isso algumas vezes enquanto escrevia Crime e Castigo, mas não precisa se alarmar porque nunca falo nada muito sério mesmo Laughing
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Mensagem por Jabá 29th novembro 2011, 2:17 pm

Não devemos levar a sério as coisas que postamos aqui nem o que mandamos por MP. Afinal, é só a internet. Mas valeu o postão do Becco.

No mais, deixa eu continuar corrigindo aqui minhas maleditas redações no ENEM. Mad
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Mensagem por Becco 29th novembro 2011, 2:28 pm

César escreveu:Becco, fica parecendo grosseria eu não ter respondido, mas é que achei que tu levou a sério demais uma besteira minha. Eu realmente acho o R. parecido com o Sorel, aliás, parecido até demais, e o próprio Dostoiévski comentou isso algumas vezes enquanto escrevia Crime e Castigo, mas não precisa se alarmar porque nunca falo nada muito sério mesmo Laughing

Não se preocupa, César. Não achei grosseiro nem nada.

Escrevi mesmo por que tava lendo o Frank e achei muito interessante o que ele fala do Dosta, Púchkin e Raskólnikov.
Aí me dei ao trabalho de compilar e comentar tudo por que penso que é pra esse tipo de discussão que o fórum serve e queria compartilhar isso com os outros.


Jabá escreveu:No mais, deixa eu continuar corrigindo aqui minhas maleditas redações no ENEM. Mad

Você também?
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Mensagem por Jabá 29th novembro 2011, 5:12 pm

Não, estava imitando você. santa
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Mensagem por César 29th novembro 2011, 6:46 pm

Jabá escreveu:Não, estava imitando você. santa
Laughing Laughing Laughing

Vocês...!
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Mensagem por Becco 14th dezembro 2011, 7:22 am

Gourmetzaço, como anda a leitura? Já tá perto de terminar? Já matou alguma velhinha?
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Mensagem por Jabá 14th dezembro 2011, 7:45 am

Lorenzo Becco escreveu:Gourmetzaço, como anda a leitura? Já tá perto de terminar? Já matou alguma velhinha?

Não pressione-o, amiche.

Ele tá pesquisando como converter copeques em contos de réis e verstas em léguas de sesmaria para entender melhor a história.
Em seguida ele vai pesquisar o papel dos usurários na economia russa da época, para só então prosseguir a leitura na página 20.
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Mensagem por Karenina 7th janeiro 2012, 5:37 pm

Terminei de ler! Quando eu tiver com menos preguiça leio o tópico todo - não tinha lido pra não me chocar com nenhum spoiler - e comento minhas impressões.

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Mensagem por Jabá 7th janeiro 2012, 7:40 pm

Natasha escreveu:Terminei de ler! Quando eu tiver com menos preguiça leio o tópico todo - não tinha lido pra não me chocar com nenhum spoiler - e comento minhas impressões.

A única coisa que choca nesse tópico é o tempo que o Gourmetzaço tá levando pra ler a obra. Laughing

E por sinal você já terminou, mesmo sendo preguiçosa como suponho que seja, colocou o Gourmetzaço no bolso. Laughing

No aguardo da resenha, mas tem que ser maior do que os posts do Becco nesse tópico. Wink
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Crime e Castigo [Преступле́ние и Hаказа́ние] - Página 2 Empty Re: Crime e Castigo [Преступле́ние и Hаказа́ние]

Mensagem por Becco 8th janeiro 2012, 7:06 am

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Mensagem por Gourmet 8th janeiro 2012, 10:22 am

Virei motivo de chacota.
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Mensagem por tmanfrini 8th janeiro 2012, 10:33 am

Gourmet escreveu:Virei motivo de chacota.
Liga não que amiga minha também se demorou com Crime e Castigo, mas pôde aproveitar bem a leitura pelo que percebi.
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Mensagem por Jabá 8th janeiro 2012, 11:26 am

Gourmet escreveu:Virei motivo de chacota.

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tmanfrini escreveu:
Gourmet escreveu:Virei motivo de chacota.
Liga não que amiga minha também se demorou com Crime e Castigo, mas pôde aproveitar bem a leitura pelo que percebi.

Amiga da Thaís lendo Crime e Castigo:

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